segunda-feira, 31 de outubro de 2011

31 de outubro: Beato Cristóvão de Romanha


Romanha-Itália

Não se sabe ao certo o lugar exato do seu nascimento. O que sabemos sobre a sua origem foi transmitido por Bernardo de Bessa, seu companheiro no convento de Cahors, em 1304, 32 anos depois de sua morte. Nesse relato pode ler-se: “Cristóvão era natural das regiões da Romanha (Itália do Norte). Já era sacerdote e encarregado em uma paróquia quando decidiu renunciar aos bens terrenos e seguir o Bem-aventurado Francisco, então ainda vivo, tomando o hábito e a forma de vida da Ordem dos Frades MenoresTendo recebido do Santo Fundador uma benção especial, foi para a região da Aquitânia, onde se consagrou ao serviço de Cristo buscando a perfeição”.
A juventude foi emoldurada pela piedade cristã que o preparou para o estado sacerdotal e para a vida religiosa franciscana, na qual ingressou nos primeiros meses de 1216, quando contava já 45 anos de idade, depois de ter sido durante bastante tempo pároco em Santa Maria de Valverde.Foi no capítulo geral reunido em Santa Maria dos Anjos no Pentecostes de 1216, que ele se encontrou com São Francisco, de quem se tornou afetuoso discípulo. Destinado à França, com mais uns 30 irmãos, para lá partiu sem mais delongas, mas o acolhimento na França não foi muito lisonjeiro. Durante bastante tempo tiveram de passar fome e frio. Até que por fim o povo simples reconheceu naqueles filhos de São Francisco verdadeiros servos de Deus, cujo teor de vida era a oração, o desprezo das coisas terrenas e a caridade generosa, sobretudo nos hospitais. A desconfiança inicial transformara-se em profunda veneração, e começaram rapidamente a surgir conventos para os quais não faltavam numerosas vocações.
Em 1219 Cristóvão regressou a Assis para novo capítulo geral. Nessa altura a Aquitânia já tinha sido elevada à categoria de província franciscana, e o primeiro ministro provincial para ela nomeado foi precisamente Frei Cristóvão. De regresso a França, reassumiu também o apostolado da pregação, em especial contra os hereges albigenses que infestavam aquelas regiões. Fundou novos conventos em várias localidades, e em Cahors um mosteiro de clarissas, de que foi diretor espiritual durante muitos anos. Em 1224 celebrou em Arles o capítulo provincial em que esteve presente Santo Antônio de Lisboa, que também fora para a França em missão contra os albigenses. O encontro dos dois santos foi motivo de grande alegria para ambos. Enquanto Santo Antônio pregava aos religiosos reunidos em capítulo, apareceu no meio deles o Seráfico Pai com os braços abertos em forma de cruz, e foi visto por todos, que se sentiram felizes por essa graça do Santo Fundador.
Frei Cristóvão também esteve presente em Assis no dia 3 de outubro de 1226, no Trânsito de São Francisco. Foi chamado pela irmã morte corporal quando contava 100 anos de idade, a 31 de outubro de 1272, com 56 anos de ativa e exemplar vida religiosa.

30 de outubro: Beato Ângelo de Acri



Beato Ângelo nasceu em Acri, na Calábria (Itália), aos 19 de outubro de 1669. Seus pais chamavam-se Francisco Falcone e Diana Enrico. Quando tinha 18 anos pensou ser capuchinho. Entrou no noviciado em Acri, na Província de Cosenza. Invadido por dúvidas e incertezas com medo de não conseguir observar o ideal da Ordem, deixou duas vezes o noviciado. Entrou uma terceira vez e conseguiu vencer suas dúvidas e fez a profissão religiosa em 1691. Concluídos os estudos, foi ordenado sacerdote. Como sacerdote entregou-se à pregação, simples e fervorosa, despida de retórica, mas acompanhada de milagres, exercendo grande e benéfico impacto, sobretudo, no meio das pessoas do campo, no sul da Itália. Como recordação das suas missões, era seu costume levantar um calvário constituído por três cruzes. Sua vida de contínua oração e sua austeridade eram a melhor confirmação de tudo o que recomendava aos fiéis. Toda a região da Calábria se sentiu invadida por uma onda de fé e de fervor. O início deste seu apostolado foi de desilusão. Por isso mesmo, depois do primeiro fracasso, fr. Ângelo pediu ao Senhor que lhe desse o dom da palavra. O Senhor ouviu-o. Quando estava no púlpito, as idéias surgiam-lhe com tal abundância que parecia estar inspirado por Deus. As primeiras dioceses a serem evangelizadas por ele foram: Cosenza, Rossano, Bisignano, São Marcos, Nicastro e Oppodo Lucano. Quando pregava nesta última, apareceu sobre a sua cabeça luminosa estrela que foi vista com admiração por todos os presentes. As conversões foram tantas que o demônio, invejoso de tais êxitos, muitas vezes tentou conseguir que ele interrompesse a pregação. Em 1771, o cardeal Pignatelli convidou fr. Ângelo para pregar a Quaresma na Catedral de Nápoles. Começou na Quarta-feira de Cinzas e a Catedral estava repleta. Pregou com simplicidade; os ouvintes, primeiramente, sorriam; depois, perante a santidade da sua vida e a profundidade das suas palavras, os milagres que se sucederam durante toda a Quaresma e as numerosas conversões, a assembléia compreendeu que a pregação estava sendo orientada por um santo. Os temas das suas pregações eram os novíssimos e as demais verdades da fé. Na sua vida, foram freqüentes os êxtases. Foi visto diversas vezes elevado da terra. Quando pregava, uma ou outra vez, aparecia rodeado de luz celestial. Outras vezes, foi vista branca pomba branca que pousava sobre a sua cabeça. Exerceu o cargo de Ministro Provincial. Pela forma como conduzia o seu ministério foi designado o anjo da paz. Dizia: “É grande graça e uma grande glória ser capuchinho e verdadeiro filho de São Francisco. Mas é necessário conhecer e levar sempre conosco cinco pedras preciosas: a austeridade, a simplicidade, a fiel observância das Constituições e da Regra de São Francisco, a inocência de vida e caridade sem limites”. No ano de 1739, foi enviado ao convento de Acri, sua terra natal. Já estava idoso e cansado pelas atividades apostólicas. Seus conterrâneos tinham medo de que ele morresse longe da sua terra. Ele, porém, queria morrer no seu campo de trabalho. Seis meses antes da morte, foi acometido de cegueira. Com 70 anos de idade, aos 30 de outubro de 1739, com os nomes de Jesus e de Maria nos lábios, expirou serenamente. Morreu na sua terra, Acri, onde grande santuário conserva o seu corpo venerável. Foi beatificado pelo Papa Leão XII, aos 18 de dezembro de 1825.


Fonte: www.procasp.org.br

sábado, 29 de outubro de 2011

29 de outubro: Beato Tomás de Florença



Os pais de Tomás eram emigrantes que se encontravam em Florença quando nasceu Tomás em 1370. Na juventude andou durante algum tempo bastante desorientado, devido a amizades contraídas com pessoas pouco exemplares.
Mas da mesma forma que se deixou encarreirar para essa existência fútil, também depois se deixou edificar pelos bons exemplos de piedade e de mortificação de Ângelo Paz e de membros de uma Pia União, e decidiu mudar de vida. Depois de uma confissão sincera, passou a evitar más companhias e deixou de freqüentar lugares de vício, e decidiu mesmo dizer adeus ao mundo  e entrar no próximo convento de Fiésole. Para isso se dirigiu ao célebre pregador João de Stroncone, pedindo-lhe para o aceitarem como irmão. A sua vida anterior suscitava algumas dúvidas; mas quando se notaram sinais evidentes de uma autêntica conversão, não houve mais dúvidas em o aceitarem entre os Frades menores. Tinha ele nessa altura 30 anos.
Na tardou distinguir-se pelas virtudes de penitência e mortificação. Após o noviciado, não hesitaram em nomeá-lo mestre de noviços. Os muitos discípulos por ele formados deram testemunho da competência com que desempenhou um cargo de tanta responsabilidade.
Em 1420, ao regressar da Calábria, onde tinha ido em companhia de João de Stroncone, recebeu de Martinho V a incumbência de dirigir a luta contra os “Fratricelli”. Dois anos mais tarde, por morte de João de Stroncone, São Bernardino de Sena nomeou Frei Tomás comissário provincial de alguns conventos por ele fundados. Frei Tomás estabeleceu-se então em Scarlino, e aí instituiu o noviciado, nomeando para mestre de noviços Frei Antônio de Stroncone, sobrinho de João.
Em 1439 o Beato Alberto de Sarteano nomeado por Eugênio IV legado pontifício para várias comunidades de cristãos do Oriente, escolheu, entre vários colaboradores, Frei Tomás. Tendo desempenhado com êxito parte da missão encomendada pelo papa, deu-se o caso de o Beato Alberto adoecer e ter de regressar à Itália, tendo antes pedido a Frei Tomás para o substituir no cumprimento do mandato papal. Ele aceitou, e partiu com três companheiros para a Etiópia. Aí por duas vezes foram presos pelos muçulmanos e sujeitos a tormentos de fome e flagelação, e por pouco não foram assassinados. Foram libertados por uns mercadores de Florença, por interferência do Beato Alberto, que conseguiu fazer chegar a tempo a soma exigida pelo resgate.
Em 1445 regressou à Itália. Caiu doente em Riéti, e foi levado para o convento de São Francisco, onde morreu a 31 de outubro de 1447. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

28 de outubro: Beato Rainério do Santo Sepulcro


Rainério Sinigardi nasceu em Arezzo, na Toscana. Ainda em plena juventude abandonou os bens da terra para mais facilmente conseguir os do céu, e nesse intuito, decidido a viver uma vida oculta com Cristo em Deus, resolveu fazer-se Frade Menor para seguir as pegadas de São Francisco. Foi recebido no noviciado de Arezzo como religioso não clérigo.

Propôs-se logo a imitar Jesus Cristo na medida em que isso é possível à pobre natureza humana, e durante toda vida foi fiel a esse propósito, tornando-se modelo de humildade, de pobreza, de obediência e de paciência. Mas quanto mais se esforçava por se ocultar aos olhos homens, tanto mais Deus glorificava a sua humildade com esplendor de milagres.

Frei Rainério parece ter sido companheiro de viagem de São Francisco ao Oriente. Também foi amigo de Frei Masseu, um dos discípulos prediletos do santo Fundador, de quem recebeu notícias detalhadas a respeito da célebre indulgência do “Perdão de Assis”ou da “Porciúncula”, coligindo diligentemente os testemunhos e transmitindo-os por escrito para a história.

A última fase da vida passou-a em Jerusalém, no convento franciscano próximo do Santo Sepulcro. De resto, a sua vida sempre tinha sido e continuou a ser moldada pela Paixão de Jesus: fez a caminha mística para o seu calvário, e espiritualmente subiu à cruz, à qual sempre esteve unido em afetuoso abraço. Franciscano simples e iletrado como São Francisco, sobressaiu entre os confrades pela humildade, piedade e total desprendimento das coisas do mundo.

Já antes de morrer a sua intercessão ajudou muitos necessitados, e o povo do bairro do Santo Sepulcro foi o primeiro a ser favorecido pela mediação deste irmão que procurava dar tudo e dar-se a si mesmo ao próximo. A devoção popular não esperou os decretos oficiais da Igreja no dia 1° de novembro de 1304, dia de Todos os Santos, do convento do Santo Sepulcro subia mais um Santo para o céu. Daí em diante a fama dos seus milagres espalhou-se por outras regiões.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

27 de outubro: Beato Luis Baba




Filho de uma família japonesa de antiga tradição católica, Luís Baba foi o catequista predileto do missionário franciscano Frei Luís Soleto. Devido ao seu zelo e às raras qualidades que mostrava como catequista, foi escolhido por Frei Soleto como seu companheiro de missão e em muitas e longas viagens que os trouxeram até a Europa. Essas experiências serviram para mais confirmar o discípulo no propósito de se entregar totalmente ao serviço da fé. De regresso da Espanha, visitou o México, e depois chegou às ilhas Filipinas.

A última etapa da viagem de regresso ao Japão, de Manila a Nagasáki, foi feita num junco de japoneses. E deu-se o caso de os tripulantes, receando serem incriminados por transportarem missionários, uma vez que isso era formalmente proibido pelas leis da perseguição, acharam por bem entregá-los sem mais às autoridades, que os detiveram e em 1622 os enviaram para a prisão de Omura, onde o catequista Luís viu realizado o seu antigo sonho de ser admitido à ordem Terceira de São Francisco e vestir o burel franciscano. Só dois anos mais tarde o governador de Omura notificou a Luís Baba e mais quatro prisioneiros a sentença que os condenava ao suplício do fogo. Era a notícia havia muito tempo esperada, que os encheu de alegria e os levou a dar graças a Deus.

Antes de serem conduzidos ao lugar do suplício, o governador submeteu-os a um interrogatório, perguntando-lhes os nomes e as atividades que desempenhavam. Respondeu por todos o Beato Luís Sotelo: “Estes dois padres pertencem um a Ordem de São Domingos e outro à Companhia de Jesus, e chamam-se Pedro Vasques e Miguel Carvalho. Destes dois japoneses, um é sacerdote da minha Ordem, e o outro, Luís Baba, era anteriormente catequista, e eu mesmo o admiti, na prisão, a Ordem da Penitência de São Francisco. Todos professamos e pregamos a fé em Jesus Cristo, e estamos dispostos a dar a vida em testemunho dessa fé”.

O governador tomou nota da declaração, e os santos confessores da fé foram conduzidos ao lugar da execução, próximo de Omura, onde já tinham sofrido o martírio o Beato Apolinário Franco e companheiros. Ao longo da viagem nunca deixaram de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo. Ao chegarem ao sítio preparado, foram atados aos postes e acenderam-lhes a fogueiras. Luís Baba, sentindo desprenderem-se os laços que o mantinham amarrado ao poste, passou por entre as chamas, foi prostrar-se diante do Beato Luís Sotelo a pedir-lhe a última benção, e voltou logo tranquilamente para junto de seu poste, onde, sorridente, esperou que o fogo lhe permitisse subir ao céu.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

26 de outubro: Beato Boaventura de Potenza



Boaventura nasceu em Potenza, Basilicata em 4 de Janeiro de 1651 filho de Lelio Lavagna e Catalina Pica. Passou os primeiros 15 anos de sua vida em grande pureza de costumes e fervor religioso: refletia a pureza no rosto e em seus olhos. Em 4 de Outubro de 1666 tomou o hábito religioso entre os Irmãos Menores Conventuais em Nocera dei Pagani.


Depois do noviciado fez os estudos humanísticos e teológicos em Aversa, Madaloni, Benevento e Amalfi, onde foi ordenado sacerdote. Por 8 anos teve como diretor espiritual o venerável Domingo Giurardelli de Muro Lucano.

Apesar de sua resistência a ocupar postos de responsabilidade, Boaventura em Outubro de 1703 foi nomeado mestre de noviços e transferido para Nocera dei Pagani, onde se ocupou por quatro anos da formação espiritual dos jovens.

Em Junho de 1707, enquanto estava no convento do Santo Espírito de Nápoles por razões de saúde, ele se prodigalizou na assistência aos enfermos de cólera, epidemia que assolou Vomero. Em 4 de Janeiro de 1710 foi destinado ao convento de Ravello, onde assumiu a direção espiritual dos mosteiros de Santa Clara e de São Cataldo.

Fiel imitador de Seráfico Patriarca, Boaventura guardava com zeloso cuidado o precioso tesouro da pobreza que brilhava em seu hábito, cheio de remendos, em sua cela e em toda a sua vida. Por natureza tinha um temperamento intempestivo, propenso à ira, mas com a força de seu caráter e com a ajuda de Deus soube adquirir uma paciência e uma doçura inalteráveis. Frente às censuras, às injustiças e às injúrias, ainda que sentisse o sangue ferver nas veias e o coraçãopalpitar violentamente, conseguia conservar um absoluto domínio de si mesmo.

Sua austeridade era inaudita, chegando mesmo a se flagelar até derramar sangue, às sextas-feiras, em recordação à Paixão de Cristo. Para com os pobres, os enfermos e os aflitos era compassivo e lhes prestava assistência. Como autêntico sacerdote de Cristo seu magistério era evangélico. Normalmente, com uma só pregação chegava a converter os pecadores e, às vezes, como o bom pastor, ia às suas casas para buscá-los como "ovelhas perdidas". Seu confessionário se mantinha assediado de penitentes, onde, por vezes, passava dias inteiros.

Era fervoroso e zeloso devoto da Virgem. Nas pregações convidava os fiéis à confiança e ao amor para com a divina Mãe. Não empreendia nenhuma iniciativa sem se colocar sob sua proteção maternal. A Imaculada Conceição de Maria, que ainda não era dogma definido, para ele era uma verdade da qual não se podia duvidar.

Sua vida foi marcada por carismas singulares e prodígios. Depois de oito dias de enfermidade, aos 60 anos, em 26 de Outubro de 1711, com o nome de Maria em seus lábios, expirou serenamente em Ravello. Foi beatificado pelo Papa Pio VI em 26 de Novembro de 1775.
Fonte: hagiosdatrindade.blogspot.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 — São Paulo, 23 de dezembro de 1822) foi um frade católico e primeiro santo nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil (São Paulo) em 11 de maio de 2007.


O pai, Antônio Galvão de França, nascido em Portugal, era o capitão-mor da vila. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros, bisneta do famoso bandeirante Fernão Dias Pais, o "caçador de esmeraldas".

Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava seu irmão José.

Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na sociedade de então, e aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro.

Estátua do frade em sua cidade natal, GuaratinguetáA 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após foi admitido à ordenação sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes.

Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766.

Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa", em São Paulo.

Neste Recolhimento encontrou Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo Recolhimento. Frei Galvão, ouvindo também o parecer de outras pessoas, considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774 foi oficialmente fundado o novo Recolhimento e Frei Galvão era o seu fundador.

Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês, graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto.

Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO.

Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor manifesta a sua personalidade.

Em várias ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não saísse da cidade. Diz uma carta do "Senado da Câmara de São Paulo" ao Provincial (superior) de Frei Galvão: "Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade".

Frei Galvão viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais, municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com grande caridade.

Para saber mais sobre este santo brasileiro acesse: http://www.saofreigalvao.com/

Beata Josefina Leroux

Josefina Leroux nasceu em Cambrai, França, a 23 de Janeiro de 1747; foi santamente educada pelos pais bondosos e religiosos.

A 10 de Maio de 1779, aos vinte e dois anos abandonou a casa paterna e foi recebida entre as filhas de Santa Clara no mosteiro das clarissas de Valência. No ano seguinte pronunciou os votos. Sua irmã Maria Escolástica, ingressou nas religiosas ursulinas da mesma cidade. Na paz silenciosa do claustro, Josefina ocupou-se em servir ao Senhor com crescente amor, fidelidade e perfeita alegria franciscana.

Porém, bem cedo a pobre terra da França deveria ser golpeada pelo furioso furacão da revolução. Milhares de vítimas foram colocadas na prisão e sacrificadas. Os tribunais revolucionários somente interrogavam os acusados, não lhes permitindo a possibilidade de se defenderem.

Em 1791 as monjas clarissas foram expulsas de seu mosteiro, Josefina foi hospedada por seus parentes em Cambrai. As irmãs ursulinas com o desejo ardente de continuar sua vida religiosa, atravessaram a fronteira e se uniram a suas irmãs de Mons. Este exílio durou de 17 de Setembro de 1792 a 1 de Novembro de 1793, quando as irmãs ursulinas puderam regressar a seu convento. Josefina, vendo que não lhe era possível regressar ao seu convento, desejosa de voltar à vida de comunidade, pediu para ser acolhida entre as irmãs ursulinas junto a sua irmã Escolástica.

O gozo da recuperação da vida conventual foi breve. Valenciennes caiu novamente nas mãos dos franceses e a fúria tudo derrubou. Na noite entre os dias 02 e 03 de setembro os emissários revolucionários, percorrendo a cidade aprisionaram Josefina que se distinguiu por uma grande tranquilidade de ânimo que jamais abandonou. Ao comissário disse que não havia necessidade de tanta gente para apoderar-se de uma pobre mulher. Nessa mesma noite, junto com sua irmã Maria Escolástica, foi recolhida na prisão e ali esperaram o momento solene.

A 23 de outubro de 1794, subiram ao patíbulo recitando o "Te Deum" e as ladainhas da Virgem. No cadafalso tiveram palavras de agradecimento para os verdugos, cujas mãos elas beijaram. A Bem-aventurada Josefina Leroux e dez irmãs ursulinas foram assassinadas por ódio à fé, à Igreja e à religião de Cristo. Quando foi guilhotinada tinha 47 anos.
 
Fonte: http://ordemfranciscanasecularcabofrio.blogspot.com/2010/10/sao-pedro-de-alcantara-presbitero-da.html

23 de Outubro: São João de Capistrano


São João de Capistrano fez da ação um ato de amor e do amor uma força para a ação, por isso, muito penitente e grande devoto do nome de Jesus chegou à santidade. João nasceu em Capistrano (Itália), em 1386, e com privilegiado e belos talentos, cursou os estudos jurídicos na universidade de Perusa. Juiz de direito, casado e nomeado governador de uma cidade na Itália, acabou na prisão por causa de intrigas políticas. Diante do sistema do mundo, frágil, felicidade terrena, e após a morte de sua esposa, João quis entrar numa Ordem religiosa. Com este objetivo teve João a coragem de vender os bens, pagar o resgate de sua missão, dar o resto aos pobres e seguir Jesus como São Francisco de Assis. O superior da Ordem, conhecendo os antecedentes de João, o submeteu a duras provas de sua vocação e, por tudo, João passou com humildade e paciência. Ordenado sacerdote consagrou-se ao poder do Espírito no apostolado da pregação; viveu de modo profundo o espírito de mortificação. João de Capistrano enfrentou a ameaça dos turcos contra a Europa e a tentativa de desunião no seio da própria Ordem Franciscana. Apesar de homem de ação prodigiosa e de suas contínuas viagens através de toda a Europa descalço, João foi também escritor fecundo, consumido pelo trabalho.


São João tinha muita habilidade para a diplomacia; era sábio, prudente, e media muito bem seus julgamentos e suas palavras. Tinha sido juiz e governador e sabia tratar muito bem às pessoas. Por isso quatro Pontífices (Martinho V, Eugênio IV, Nicolau V e Calixto III) empregaram-no como embaixador em muitas e muito delicadas missões diplomáticas e com muito bons resultados. Três vezes os Sumos Pontífices quiseram nomeá-lo Bispo de importantes cidades, mas preferiu seguir sendo humilde pregador, pobre e sem títulos honoríficos. Em 1453, os turcos muçulmanos propuseram invadir a Europa para acabar com o Cristianismo. Então São João foi à Hungria e percorreu toda a nação pregando ao povo, incitando-o a sair entusiasta em defesa de sua santa religião. As multidões responderam a seu chamado, e logo se formou um bom exército de crentes. Os muçulmanos chegaram perto de Belgrado com 200 canhões, uma grande frota de navios de guerra pelo rio Danúbio, e 50.000 terríveis jenízaros da cavalo, armados até os dentes. Os chefes católicos pensaram em retirar-se porque eram muito inferiores em número. Mas foi aqui quando interveio João de Capistrano: empunhando um crucifixo, foi percorrendo com ele todas as fileiras, animando os soldados com a lembrança de que iam combater por Jesus Cristo, o grande Deus dos exércitos. tanta confiança e coragem inspirou a presença do santo aos cristãos, que logo ao primeiro ímpeto foi derrotado o exército otomano. Morreu aos 71 anos de idade a 23 de outubro de 1456 e foi beatificado pelo Papa Leão X e solenemente canonizado pelo Papa Alexandre VIII no ano de 1690.

Fonte: http://cancaonova.com/portal/canais/liturgia/santo/index.php?dia=23&mes=10

domingo, 23 de outubro de 2011

22 de outubro: BEATO TIAGO DE STREPA (1340 – 1409)



Nasceu por volta de 1340, em uma nobre família polaca e entrou na Ordem dos Frades Menores quando ainda jovem. Durante muitos anos exerceu o ministério sacerdotal na Rússia, onde trabalhou ativamente em prol da unidade dos cristãos, chegando a ser nomeado vigário geral dessa missão.


Mais tarde foi eleito bispo duma diocese da Polônia, e como pastor de almas dedicou-se por inteiro ao serviço do rebanho, mostrando-se um prelado exemplar. Nas regiões onde o número de templos era insuficiente para as necessidades dos fiéis, mandou construir novas igrejas e criou novas paróquias, provendo-as de zelosos exemplares sacerdotes. Além disso, fundou casas religiosas, a fim de multiplicar os meios de santificação. A sua atividade pastoral não se restringiu aos assuntos meramente religiosos; estendeu-se também ao campo de assistência social, edificando hospitais e criando instituições onde os pobres eram assistidos com generosidade. As rendas da diocese eram integralmente destinadas à digna manutenção dos lugares de culto e às obras de beneficência.

Como zeloso pastor, esforçou-se por aprofundar a fé dos fiéis por meio de práticas de devoção que produziram bons e abundantes frutos. Era especialmente devoto da Virgem Santíssima, cuja imagem quis que figurasse tanto no brasão como no anel episcopal. Introduziu o costume de todas as tardes reunir os fiéis nas igrejas para rezarem o terço e outras orações à Virgem Maria. A Eucaristia, contudo constituía o centro irradiador de toda a sua vida espiritual. Em Leópoli, sede do bispado, instituiu a adoração perpétua. Como fruto de tantas iniciativas, teve a alegria de ver florescer entre as ovelhas do seu rebanho a piedade e a moral. Percorreu a pé e vestido com o hábito franciscano toda a sua vasta diocese, semeando a palavra de Deus e associando ao apostolado ativo uma vida de austeridade e penitência.

Sua influência fez-se sentir também fora do âmbito eclesiástico, pois chegou a ser nomeado senador e membro do Conselho da Nação, onde pôde interferir em importantes decisões políticas e sociais. Foi devido à sua intervenção que o território polaco foi poupado das incursões dos bárbaros.

Ao cabo de 19 anos dum episcopado empreendedor e dinâmico, foi receber do Justo Juiz a coroa da justiça, no dia 20 de outubro de 1409. Em atenção aos seus méritos civis foi proclamado defensor e guarda da nação polaca. Foi sepultado na igreja dos franciscanos de Leópoli, vestido com o hábito de religioso e com as insígnias de bispo. Junto ao seu túmulo realizou Deus muitos milagres. O seu culto espalhou-se através da Polônia, da Lituânia e da Rússia, donde noutros tempos vinham numerosos peregrinos invocar a sua proteção. Quando em 1419 se procedeu à exumação, o seu corpo apareceu incorrupto.

21 de outubro: BEATA MARIA ÂNGELA TRUSKOWSKA (SOFIA CAMILA) (1825 – 1899)




Polaca de nascimento, filha de pais nobres, muito piedosos e patriotas, nasceu prematuramente e foi sempre de saúde frágil. Contava ela 12 anos quando os pais se transferiram para Varsóvia, onde ela continuou os estudos na academia de Madame Guérin, e onde cresceu sua preocupação pelos pobres. Aos 16 anos foi contaminada pela tuberculose, e resolveram levá-la para a Suíça, onde havia mais esperança de cura. Essa quadra da vida despertou nela um mais profundo amor a Deus e permitiu-lhe aprender a orar, como ela mesma reconheceu. Aproveitando a biblioteca do pai, estudou a fundo os problemas sociais da época e as respectivas causas e efeitos, completando a aprendizagem com os esclarecimentos e as informações dadas pelo próprio pai, juiz do tribunal de menores.

A sua tendência para a piedade levou-a à idéia de ingressar na Ordem da Visitação. Demoveu-a desse intento o confessor, recomendando-lhe que continuasse a prestar assistência ao pai doente. Em viagem pela Alemanha em companhia do pai, sentiu em Colônia uma inspiração do Senhor, dando-lhe a entender que a sua vocação era viver entre os pobres. Decidiu então inscrever-se na Sociedade de São Vicente de Paulo, repartindo o tempo entre o serviço aos pobres e a oração para se confiar à vontade divina.

Finalmente aos 29 anos de idade teve uma visão clara da sua missão: receber e ajudar crianças abandonadas dos bairros pobres de Varsóvia e pessoas sem abrigo. Com a ajuda financeira do pai e o apoio da prima Clotilde, começou por acolher e encarregar-se de seis crianças. Era a semente dum novo Instituto, que começou a ser conhecido por Instituto, que começou a ser conhecido por Instituto da Menina Truskowska. A habilidade e a dedicação de Sofia atraíam muitas voluntárias e muitas influências de pessoas devotas e amigas, de modo que o Instituto depressa floresceu.

Seguindo o conselho do seu confessor e diretor espiritual, fez-se Terceira Franciscana com o nome de Ângela. Em 1855, aos 30 anos, ela e uma prima, perante uma imagem de Maria, consagraram-se ao Senhor, comprometendo-se a fazer a vontade de Deus. Começou assim a comunidade das Irmãs Felicianas.

Ângela, mulher de vistas largas e voltadas ao futuro, soube responder às necessidades nascentes do seu tempo, unindo ao espírito de oração um profundo sentido social: fundou na Igreja a primeira comunidade ao mesmo tempo ativa e contemplativa. Quando na Polônia foram suprimidas as comunidades religiosas, a sua subsistiu, embora em segredo. Quando a Polônia esteve sob controle da Áustria, ela conseguiu reunir as suas religiosas e enviá-las de novo pelo mundo. Acolheu e realizou o projeto de enviar irmãs para a América, onde se vieram a difundir amplamente, a partir de 1874, quando para lá partiram, abençoadas por ela, as primeiras 5 irmãs.

Aos 44 anos, sendo Superiora Geral pela terceira vez, entregou o governo à Congregação, por motivo de surdez e de doença, mas nunca deixou de se interessar pelas irmãs, estimulando-as com escritos e encontros.

Literalmente devorada por um cancro, voou para o céu a 10 de outubro de 1899. Mas os últimos 30 anos de vida, que poderiam ter contribuído para ela ser esquecida, foram 30 anos de vida oculta que fecundaram a obra duma forma admirável.

A sua memória celebra-se no dia 10 de outubro.