Filho de uma família japonesa de antiga tradição católica, Luís Baba foi o catequista predileto do missionário franciscano Frei Luís Soleto. Devido ao seu zelo e às raras qualidades que mostrava como catequista, foi escolhido por Frei Soleto como seu companheiro de missão e em muitas e longas viagens que os trouxeram até a Europa. Essas experiências serviram para mais confirmar o discípulo no propósito de se entregar totalmente ao serviço da fé. De regresso da Espanha, visitou o México, e depois chegou às ilhas Filipinas.
A última etapa da viagem de regresso ao Japão, de Manila a Nagasáki, foi feita num junco de japoneses. E deu-se o caso de os tripulantes, receando serem incriminados por transportarem missionários, uma vez que isso era formalmente proibido pelas leis da perseguição, acharam por bem entregá-los sem mais às autoridades, que os detiveram e em 1622 os enviaram para a prisão de Omura, onde o catequista Luís viu realizado o seu antigo sonho de ser admitido à ordem Terceira de São Francisco e vestir o burel franciscano. Só dois anos mais tarde o governador de Omura notificou a Luís Baba e mais quatro prisioneiros a sentença que os condenava ao suplício do fogo. Era a notícia havia muito tempo esperada, que os encheu de alegria e os levou a dar graças a Deus.
Antes de serem conduzidos ao lugar do suplício, o governador submeteu-os a um interrogatório, perguntando-lhes os nomes e as atividades que desempenhavam. Respondeu por todos o Beato Luís Sotelo: “Estes dois padres pertencem um a Ordem de São Domingos e outro à Companhia de Jesus, e chamam-se Pedro Vasques e Miguel Carvalho. Destes dois japoneses, um é sacerdote da minha Ordem, e o outro, Luís Baba, era anteriormente catequista, e eu mesmo o admiti, na prisão, a Ordem da Penitência de São Francisco. Todos professamos e pregamos a fé em Jesus Cristo, e estamos dispostos a dar a vida em testemunho dessa fé”.
O governador tomou nota da declaração, e os santos confessores da fé foram conduzidos ao lugar da execução, próximo de Omura, onde já tinham sofrido o martírio o Beato Apolinário Franco e companheiros. Ao longo da viagem nunca deixaram de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo. Ao chegarem ao sítio preparado, foram atados aos postes e acenderam-lhes a fogueiras. Luís Baba, sentindo desprenderem-se os laços que o mantinham amarrado ao poste, passou por entre as chamas, foi prostrar-se diante do Beato Luís Sotelo a pedir-lhe a última benção, e voltou logo tranquilamente para junto de seu poste, onde, sorridente, esperou que o fogo lhe permitisse subir ao céu.
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