sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

26 de janeiro: São Gabriel de Duísco

Gabriel, pajem do governador de Meaco, descendia duma nobre e antiga família japonesa. A gentileza no trato, a doçura de caráter e a sua esbelta figura granjeavam-lhe o apreço e o carinho de todos. Como administrador e amigo dos franciscanos de Meaco, ia com frequência cavaquear com eles, especialmente quando os encontrava na corte do imperador. Iluminado pela graça divina, pediu o batismo e decidiu fazer-se terceiro franciscano. Ansioso por consagrar a vida ao bem dos irmãos, foi acolhido no convento para dar início aos estudos necessários para a vida franciscana e para o sacerdócio. Muitos amigos, instigados pelos bonzos, começaram a ir ao convento, a ver se o persuadiam a regressar ao mundo e ao paganismo – ao que ele se recusava sempre com firmeza inabalável. A ofensiva mais violenta partiu dos próprios pais, que, enfurecidos, foram ao convento com um bom grupo de pessoas, decididos a fazê-lo voltar a casa à força. Gabriel prostrou-se diante deles e suplicou-lhes: “Meus queridos pais, pelo amor que sempre lhes dediquei, peço-lhes que me deixem viver em paz em companhia dos padres missionários. Se me amam de verdade, não me privem duma tão grande felicidade. Foi Deus quem me chamou, e deseja que eu viva para ele. Iriam vocês opor-se à sua vontade? Saibam que me entreguei totalmente com os pais sobre a religião católica, e exortou-os a abraçarem-na também eles, para alcançarem a salvação eterna. A mãe objetou: “Não compreendes, meu filho, o grande erro em que caíste? Que felicidade podes alcançar em companhia desses estrangeiros, tão pobres que para sobreviverem têm de andar e pedir esmola?”. Gabriel respondeu: “Minha mãe, eu sigo esses pobres, porque eles seguem a Jesus Cristo, Rei do céu e da terra, juiz justo que não deixa de recompensar os bons com a glória do paraíso, e castigará os maus com as penas do inferno. Se os franciscanos são pobres, são-no por amor a Jesus, para nos mostrarem que infinitamente mais valiosos que os bens da terra são os do céu. Eles vieram indicar-nos a nós, mergulhados em trevas, o caminho certo para alcançar os bens eternos. Por isso lhe peço que me deixe em paz. Nunca a minha própria mãe conseguiria convencer-me do contrário, nem com ameaças, nem sequer com a morte”. Estas palavras comoveram profundamente os pais, que o abraçaram com ternura e o deixaram em paz, como ele pedira. Viveu apenas três anos no convento de Meaco. Com idade de 19 anos recebeu a coroa dos mártires na colina de Nagasáki, a 5 de fevereiro de 1597.