terça-feira, 20 de outubro de 2009

20 DE OUTUBRO: Beato Contardo Ferrini


Nasceu CONTARDO FERRINI em Milão, no norte da Itália, a 4 de abril de 1859. Tendo entrado na Ordem Franciscana Secular ainda adolescente, conseguiu aliar à ciência humana a sabedoria dos santos. Educado numa família profundamente cristã, passou sua mocidade entre a escola, família e Igreja. Quis aprender tudo muito bem e pretendeu percorrer as fontes do conhecimento. Desse desejo decorre o seu aprendizado de inúmeros idiomas, dos quais se destacam aqueles que impulsionariam os seus estudos de Direito: o latim, o grego, o alemão. Conhecia também o espanhol, o francês e o inglês. Para a busca das fontes da verdade religiosa, consubstanciadas na Bíblia, aprendeu o hebraico, o siriaco e tinha algumas noções de copto e de sânscrito. Seu pai, um professor e engenheiro com boa formação já lhe explicara que ninguém deve confiar nas informações de segunda mão, ainda quando parta de pessoas eruditas, resumindo aquela lição que não custa termos sempre presente: vá direto às fontes da verdade. Pois bem, as fontes da verdade jurídica, CONTARDO FERRINI buscou encontrar nos clássicos. Estudando a história do direito criminal dela encontrou traços nos poemas de Homero e de Hesíodo e o trabalho que escreveu a respeito lhe valeu a láurea na Universidade de Pavia, no ano de 1880, além da bolsa de estudos que lhe deu ensejo a estudar na Universidade de Berlim. Dali retornou para a Itália, com instrumental para publicar a célebre edição crítica da paráfrase grega das Institutas de Justiniano, à qual se seguiram os estudos sobre fontes e história do direito romano, sua contribuição notável à reconstituição dos "Basílica" e, ao todo, mais de duzentas publicações de caráter cientifico. Seu magistério universitário teve inicio em Pavia, com a cadeira de direito penal romano e prosseguiu em Messina, onde lecionou Direito Romano, assim como em Modena, até que, em 1893 obteve a livre docência em direito romano, retornando a Pavia, cidade onde cumpriu a ultima etapa da sua proficiente jornada acadêmica, conquanto residisse com seus pais na cidade de Milão. A aliança entre o conhecimento e a fé se impuseram a FERRINI como algo co-natural. De fato, constatou que a lei natural nada mais é do que aplicação da lei eterna, concorrendo ambas para o bem da pessoa e da humanidade. Percebeu, claramente, que o direito não pode estar separado de seu fim supremo e que este só tem sentido com a conquista dos valores que transcendem ao puro materialismo. Foi capaz, desse modo, de amalgamar, como sublinhou PIO XII, o trabalho profissional com a vida intima: o conhecimento e a fé se tornaram, para ele, o verdadeiro modo de vida. Sua natural humildade e seu amor aos pobres levaram-no a identificar-se com os ideais da Sociedade de São Vicente de Paulo e esses mesmos distintivos, aliados a uma predileção pelas coisas da natureza fizeram-no Terceiro Franciscano Viveu em momento histórico particularmente difícil. A Santa Sé, após a ocupação de Roma pelos piemonteses em 1870 não queria que seus seguidores se identificassem com o regime e FERRINI se dedicava a atividades caritativas no âmbito das associações a que pertencia até que, com LEAO XIII e a Rerum Novarum, com sua grave denuncia a respeito da condição dos operários, um novo papel político foi reservado aos católicos. Eleito conselheiro municipal de Milão, FERRINI utilizou conhecimento e fé no desempenho de suas funções, demonstrando os erros do materialismo e defendendo os direitos das crianças. Apreciava a natureza e praticava o alpinismo. Conta-se que um de seus companheiros de conselho desenhou a caricatura dos membros daquele colégio e que, a de FERRINI, se achava aureolada. Sem embargo, também no lazer não perdia a perspectiva da fé, como se nota deste seu escrito: "Deus também fala ao homens nas nuvens, nos altos picos das montanhas, no fragor das torrentes, na majestade nítida dos penhascos, no esplendor deslumbrante da neve derretida, no sol que tinge de rubro o fim do dia, no vento que desnuda as árvores. A natureza vive do sopro de sua onipotência, sorri em sua alegria para com Ele, oculta-se de sua ira - mesmo assim, saúda-o , eternamente jovem, com o sorriso da sua própria juventude. Pois o espírito de Deus pelo qual a natureza vive é um espírito sempre jovem, que se renova incessantemente, feliz na neve, na chuva, na névoa, pois destes fenômenos todos é que surge o nascer da vida, irrompe sempre de novo e indômita a esperança e todas as prerrogativas abençoadas da juventude mil vezes renascida." Passava as férias em Suna (Novara), junto ao Lago Maggiore e, consta que nas montanhas conheceu outro apreciador do esporte, Dom Achille Ratti, que mais tarde, já ocupando a Sé de Pedro como PIO XI, seria vigoroso promotor de sua beatificação. E foi ao retornar para Suna, após uma escalada ao monte San Marino, no Valle Anzasca, que se constatou a doença de que viria a falecer: o tifo. Tinha apenas quarenta e três anos de idade quando, aos 17 de outubro de 1902, descansou na paz do Senhor.
No dia 13 de abril de 1947, o Papa PIO XII inscreveu o nome de CONTARDO FERRINI no Catálogo dos Beatos, depois de terem sido proclamadas as suas virtudes heróicas em 1931. Em outubro de 1947, na Semana Ferrini, o Bem-aventurado CONTARDO FERRINI foi proclamado Patrono da Faculdade Paulista de Direito, da Pontifícia Universidade Católica e, a Sala de Reuniões da mesma Faculdade homenageia o seu nome. Alguém, que passeava pelas ruas de Pavia avistou aquele homem de vastas sobrancelhas, barbudo e de sobrecasaca, e indagou a seu acompanhante: "O que há de especial nesse homem?" E o outro respondeu: "Ele é um santo!"
Nada, em seu natural, o distinguia das demais criaturas, porem seu trabalho profissional (o conhecimento) estava ligado indissoluvelmente ao seu ideal (a fé).

Extraído de http://www.capuchinhosprsc.org.br/

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

19 DE OUTUBRO: São Pedro de Alcântara - Padroeiro do Brasil


Frei Pedro nasceu em Alcântara (Cáceres, Espanha) em 1499, portanto, neste ano estamos comemorando 410 anos de seu nascimento. Filho de Alonso Garabito e de Maria Vilela, recebeu no batismo o nome de Juan de Sanabria. Depois de três anos de estudos em Salamanca (1511-1515), entrou na Ordem Franciscana, na Custódia do Santo Evangelho (1516), que mais tarde, em 1520, se converteria em Província de São Gabriel. Em Majarretes (Badajoz), lugar de seu noviciado, nasceu um novo homem: Juan de Sanabria se transformou em Pedro de Alcântara.
Pouco depois, em 1519, um pouco antes de ser ordenado sacerdote, foi enviado como superior para fundar o Convento de Badajoz. Completados os estudos de filosofia, teologia, direito canônico, moral e homilética, conforme as determinações da época, foi ordenado sacerdote em 1524. Tornou-se superior em Robledillo, depois em Placencia e novamente em Badajoz, até que em 1532 obteve permissão para recolher-se a uma vida mais contemplativa no convento de Santo Onofre da Lapa. Em 1538 foi eleito Ministro Provincial da Província de São Gabriel.
São Pedro de Alcântara no altar-mor do Convento São Francisco (SP)
Durante o período em que foi ministro provincial redigiu para seus religiosos estatutos muito severos, aprovados no Capítulo de Placencia, em 1540. Mas o começo de sua reforma teve lugar em 1544 quando, com o consentimento de Julio III, retirou-se para a pequena igreja de Santa Cruz de Cebollas, próximo de Coira. Em 1555 construiu o célebre convento de Pedroso, seguido de outros. A partir deste momento, a reforma prosperou amplamente e, em 8 de maio de 1559, obteve a aprovação de Paulo IV, que permitiu sua difusão também no exterior.
Pedro de Alcântara, com sua reforma, queria trazer de volta a Ordem Franciscana à genuína observância da Regra. Mediante a suma pobreza, a rígida penitência e um sublime espírito de oração alcançou os mais altos graus de contemplação e pode atrair numerosos franciscanos por aquele caminho de reforma que se propunha fazer reviver em seu século o franciscanismo dos primeiros tempos.
Foi confessor e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila e ajudou na reforma da Ordem Carmelita. Santa Teresa escreveu sobre ele: “Modelo de virtudes era Frei Pedro de Alcântara! O mundo de hoje já não é capaz de uma tal perfeição. Este homem santo é de nosso tempo, mas seu fervor é forte como de outros tempos. Tem o mundo a seus pés. Que valor deu o Senhor a este santo para fazer durante 47 anos tão rígida penitência!”.
Depois de uma grande atividade eremítica e apostólica, morreu em Arenas de San Pedro (Ávila), no dia 18 de outubro de 1562, aos 63 anos. Em 1622 foi beatificado por Gregório XV e, em 1669, foi canonizado por Clemente IX. Em 1826 foi declarado Padroeiro do Brasil.

18 DE OUTUBRO: Serva de Deus Mary Jane Wilson


Religiosa Franciscana, viveu de 1840 a 1916. Fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias.


Mary Jane Wilson nasceu em Hurryhur, Mysore - Índia, a 3 de Outubro de 1840. Seus pais, ingleses, educaram-na na religião anglicana que fervorosamente praticavam. Orfã na infância foi entregue aos cuidados de uma tia, na Inglaterra, que lhe proporcionou esmerada educação.Na juventude foi assaltada por dúvidas relativas à sua religião que a aproximaram da Igreja Católica. a dificuldade mais resistente, que se referia à presença real de Cristo na Eucaristia, foi vencida graças a uma intervenção particular de Nossa Senhora das Vitórias a 30 de Abril de 1873. A 11 de Maio seguinte recebeu sob condição o Baptismo católico, em Boulongne-Sur-Mer, França.A 26 de Maio de 1881 chegou à Ilha da Madeira como enfermeira de uma doente inglesa. Fixando-se no Funchal, dedicou-se à catequese das crianças, aos doentes e à educação da juventude, tendo instituído diversas obras a favor dos pobres: Orfanato, Dispensário, Farmácia e Colégio de S. Jorge.A 15 de Janeiro de 1884, com a primeira colaboradora, Amélia Amaro de Sá, fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, tomando o nome de Irmã Maria de S. Francisco. Florescendo esta Congregação no Hospital da Vila de Santa Cruz, por ela restaurado e assistido, dali se expandiu por diversos pontos da Ilha onde abriu escolas promoveu a alfabetização e a cultura, evangelizou e socorreu os pobres.Em 1907 a sua caridade foi heroicamente testemunhada quando uma forte epidemia de varíola assolou a região sul da Madeira. Correndo todos os perigos a Irmã Wilson e suas Irmãs socorreram de tal modo os doentes que mereceram na pessoa da Fundadora, a condecoração "Torre e Espada" que lhe foi atribuída pelo rei D. Carlos.Em Outubro de 1910, com a revolução republicana, a Congregação foi extinta e a Fundadora, depois de presa, foi expulsa para a Inglaterra. Após um ano de exílio conseguiu regressar e no escondimento reuniu e deu nova vida à Congregação que fundara.Em 8 de Maio de 1916 recebeu a aprovação diocesana dos estatutos e a 18 de Outubro do mesmo ano, quando, a pedido do Bispo, lançava as bases de um pré-seminário, faleceu piedosamente no Senhor, aos 76 anos de idade.A caridade com que a todos servia e que lhe mereceu, vindo dos pobres, o apelido de "Boa Mãe", era o reflexo da fé profunda com que se abandonava em Deus e da esperança inabalável com que se entregava às suas iniciativas de promoção humana.Iluminada pelo seu exemplo, a Congregação por ela fundada conta hoje com a acção das suas Irmãs, não só na Ilha da Madeira, mas também em Portugal Continental e Açores, Moçambique, Inglaterra, Itália, Alemanha, Brasil, África do Sul, Filipinas, Angola, Índia, R. D. do Congo, Timor e Tanzânia.Também a Associação "Amigos da Irmã Wilson", de fundação recente, inspirada na vida da Serva de Deus, permite aos fiéis leigos viverem na Igreja em forma associada, a riqueza do espírito e carisma da Irmã Wilson, segundo o estado de vida dos membros.
Para conhecer mais, inclusive seus escritos, acesse o site: www.cifnsv.com

sábado, 17 de outubro de 2009

18 DE OUTUBRO: Beato Bartolomeu Laurel


Religioso da Ordem dos Frades Menores, mártir no Japão (+1627), beatificado por Pio IX no dia 07 de julho de 1867.


Bartolomeu Laurel era natural do México. Era ainda jovem quando vestiu o hábito religioso na Ordem dos Frades Menores e professou a regra de São Francisco. Tornou-se companheiro e amigo inseparável do Beato Francisco de Santa Maria, com quem em 1609 chegou a Manila, nas Filipinas, e dali partiu em 1622 para as costas do Japão, onde trabalhou afincadamente como catequista. Prestava assistência a doentes nos hospitais, tendo por vezes de fazer-se de médico, e preparava fiéis para receberem os sacramentos dos enfermos, e instruía os pagãos para poderem aderir à fé cristã. A sua vida era um exemplo de humildade, mortificação, modéstia e zelo apostólico.
Certo dia, em Nagasaki, estando hospedado em casa de família de Gaspar Vaz juntamente com o Beato Francisco de Santa Maria e outros Terceiros, a polícia rompeu pela casa adentro e prendeu os dois religiosos, seis Terceiros, Gaspar Vaz e sua esposa Maria; foram todos algemados e levados para a prisão. Bartolomeu Laurel, depois de suportar, pela fé cristã e pelo amor a Cristo, indizíveis sofrimentos, foi queimado vivo a 16 de agosto de 1627, na Colina dos Mártires de Nagasaki.

17 DE OUTUBRO: Beato Baltasar de Quiavári

Baltasar Ravasquiéri é filho de uma devota família, educado em um ambiente e inocência, bondade e piedade; cedo sentiu-se atraído pelos Frades Menores, e entre eles estudou até se formar em teologia e ser ordenado. Dedicou-se muito à pregação; foi guardião e ministro provincial em Gênova.
Uma forma de gota extremamente aguda se manifestou em seu corpo, tolhendo os seus movimentos e tornando-o tetraplégico. No convento em que viveu em Milão, era transportado nos braços do irmão para a Igreja a fim de celebrar a Eucaristia, recitar o ofício e onde permanecia longas horas a rezar e meditar.
Ou então, pedia que o levassem para o bosque, onde atendia os fiéis em confissão, aconselhando-os ou consolando-os. Tantas pessoas acorriam a ele com suas necessidades espirituais e corporais que ele era capaz de passar um dia inteiro atendendo-as. Desde a planície de Pádua acudiam a ele muitos devotos transportando doentes para Deus os curar por sua intercessão, e muitas mães levavam os filhos a fim de ele os abençoar.
Na sua imobilidade, Baltasar intensificou a vida de íntima união com Deus, e ofereceu os sofrimentos físicos e morais ao amor misericordiosos de Jesus pela conversão dos pecadores, que em grande número conseguiu trazer para perto de Deus.
Consumido pela doença que lhe martirizava os membros, expirou em paz no dia 17 de outubro de 1492, com 72 ano de idade.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

16 DE OUTUBRO: Beato Tomás Tzugi


Sacerdoteo e mártir japonês, da Terceira Ordem (*1570 + 1622)Beatificado por Pio IX no dia 7 de julho de 1867

Tomás Tzugi nasceu em 1570 de uma família nobre de Sonongai, na Província japonesa de Omura. Recebeu educação e formação cristã no seminário dos Jesuítas e, em 1589, tornou-se terceiro franciscano. Consagrado sacerdote, distinguiu-se como pregador excelente na cidade de Nagasaki, empregando em suas homilias uma linguagem dura ao denunciar escândalos e vícios.Por isso foi forçado a emigrar de Ficata a Chicuyen, onde continuou o seu apostolado com muito zelo. Em 1614 estabeleceu no Japão uma violenta perseguição contra o cristianismo e grande parte dos missionários e sacerdotes foram expulsos. Tomás se mudou, então, para Macau, onde parmaneceu por quatro anos.Em 1618, regressou ao Japão fingindo exercer o ofício de mercador. De imediato prosseguiu o ministério sacerdotal, disfarçando-se frequentemente e exercendo outras ocupações, especialmente as de faquir. A extenuante perseguição, os contínuos e dolorosos contrastes, a ameaça dos espiões provocaram em Tomás uma crise de desconfiança e desespero, mas que de imediato superou com uma saudável reflexão e com trabalhos demonstrou ter conseguido um sereno equilíbrio interior.Neste período voltou a exercer novamente seu apostolado em Nagasaki, ainda que a perseguição se fazia cada vez mais cruel.Um dia foi surpreendido pelos guardas do governador Feizo na casa de um cristão, Luis Maki, depois da celebração da Missa. Levado ante ao governador apóstata, confessou sua fé cristã valentemente. Foi logo levado à prisão de Omura, onde parmaneceu por 13 meses. As pressões insistentes dos familiares para tirá-lo da prisão foram em vão e o governador mandou que o sacerdote fosse transferido para Nagasaki e queimado vivo. Durante o suplício demonstrou extrema serenidade, confortando os seus companheiros de martírio, Luis e Juan Maki. Morreu recitando o salmo "Laudate Dominum omnes gentes", no dia 7 de setembro de 1627.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

15 DE OUTUBRO: Beato Francisco de São Boaventura

Muito jovem ainda foi recebido no seminário dos franciscanos no Japão. Certo dia o governador de Omura mandou prender os frades do seminário. Francisco não estava em casa. Quando voltou, ao saber do ocorrido, foi até o imperador e professou sua fé, lançando-lhe em rosto a crueldade que estava cometendo. Também foi preso.
No cárcere, juntamente com o Frei Apolinário Franco, provincial e formador, suplicou que fosse admitido à Ordem dos Frades Menores. Seu desejo foi realizado. Dentro mesmo do cárcere, recebeu o hábito e mudou seu nome.
Começou assim, para ele, o mais singular e estranho ano de noviciado, cheio de fervor e sacrifícios. A masmorra transformara-se em comunidade religiosa com horários apropriados de oração em comum e recitação do ofício e do rosário. No fim do ano de noviciado, Francisco professou a regra como frade menor. Começava-se a preparar para o sacerdócio, porém seu martírio chegou primeiro, a 12 de setembro de 1622. Queimado vivo, tornou-se oferta antes de ser sacerdote.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

14 DE OUTUBRO: Beato Miguel Carcano


Nascido em Milão, Itália, no ano de 1427, ainda bem jovem ingressou na Ordem dos Frades Menores no convento de Santo Ângelo. Logo que professou aderiu ao movimento da Observância. Movimento impulsionado por São Bernardino de Sena.
De boa formação humanística, filosófica e teológica, foi um grande pregador. Empenhando na difusão do Evangelho, pregava na defesa dos pobres, contra a usura e outras formas de injustiça.
O seu campo de evangelização foi principalmente a Itália do Norte e do centro. 1471 o duque Galeazzo Sforza expulsou-o de seus domínios, por causa de uma controvérsia motivada pelo dinheiro angariado para a cruzada contra os turcos. E cinco anos mais tarde, tornou a expulsá-lo por sentir-se explicitamente visado por ele numa de suas pregações que falava do relaxamento dos costumes.
Conhecido como pessoa de profunda piedade, era procurado para direções espirituais, inclusive por bispos, padres e pessoas da alta sociedade.
Fundou muitos hospitais para os pobres.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

13 DE OUTUBRO: Beatos João, Domingo, Miguel, Tomás e Paulo Tomáki


Hoje, mais uma vez, queremos recordar alguns dos mártires do Japão do século XVII. Trata-se de uma família inteira que, fiel à sua fé, não tiveram medo de testemunhar o Evangelho até a morte.

João Tomáki e seus filhos Domingos, Miguel, Tomás e Paulo.Todos inscritos na Ordem Terceira de São Francisco. Viúvo, recebera da esposa a incumbência de educar os filhos na fé cristã. Sempre apoio os missionários franciscanos e dominicanos em sua missão. Pego em flagrante, foi preso juntamente com seus quatro filhos.
Condenados à morte, João assistiu à degola de seus quatro filho, atado a um poste. O juiz fez várias tentativas de levar os filhos à negação da fé, mas nenhum fracassou. Domingos tinha 16 anos, Miguel 13, Tomás 10 e Paulo 7. O pequeno Paulo respondeu ao juiz: “Meu papai e os meus irmãos disseram-me que me ias dar a morte, e é o que eu quero, porque vou para o céu, onde a mamãe está à minha espera com uma bela coroa. E no céu também vou encontrar Jesus, que gosta muito de crianças e lhes dará um reino maior do que o Japão. Também eu quero ir para lá!”
A espada feriu as quatro vítimas, e esses anjos voaram da terra ao céu. João, consolado pela coragem dos filhos, deu graças a Deus, e não tardou a seguir no encalço dos filhos. Pai e filhos foram beatificados por Pio IX a 07 de julho de 1867.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

12 DE OUTUBRO: Nossa Senhora Aparecida - Padroeira do Brasil


São Francisco de Assis nutria um grande amor à Virgem Maria e buscava estar em comunhão com toda a Igreja. Por isso, não poderíamos deixar de fazer aqui nossa homenagem à Padroeira do Brasil.


Consagração a Nossa Senhora Aparecida



Ó Maria Santíssima, que em vossa querida imagem de Aparecida espalhais
inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número
dos vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa
misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos meu entendimento, para que
sempre pense no amor que mereceis.
Consagro-vos minha língua, para que sempre vos louve e propague vossa devoção.
Consagro-vos meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as
coisas.
Recebei-me, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas.
Acolhei-me debaixo de vossa proteção. Socorrei-me em todas as minhas necessidades
espirituais e temporais e, sobretudo, na hora de minha morte.
Abençoai-me, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-me em
minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos,
amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade.
Assim seja!

12 DE OUTUBRO: São Serafim de Montegranaro


Batizado com o nome de Félix, nasceu em 1540, em Montegranaro, na região das Marcas, na Itália. De família numerosa e muito pobre, era o quarto filho de Jerônimo Rapagnano e Teodora Giovannuzzi, cristãos fervorosos. Desde a infância teve de buscar o seu sustento. Trabalhou como serviçal nas casas de camponeses e aprendeu a pastorear rebanhos, exercendo essa função até os dezoito anos. Era analfabeto e aprendeu, contemplando a natureza e na sua solidão, a elevar o espírito para Deus. Nessa idade, ingressou no Convento dos capuchinhos de Tolentino como irmão leigo e recebeu o nome de frei Serafim de Montegranaro, fazendo o noviciado em Jesi. Percorreu quase todos os conventos da região porque, devido à sua falta de instrução, apesar da sua boa vontade e dedicação, não conseguia cumprir satisfatoriamente as tarefas que lhe confiavam os superiores e os frades da comunidade. Mas sempre lhe eram poupadas as repreensões e os castigos, por causa de sua extraordinária bondade, pobreza, humildade, pureza e mortificação. Exerceu as mais simples funções, de porteiro e esmoleiro, sempre em contato com os mais diversos grupos de pessoas, para as quais sempre distribuia palavras piedosas, conduzindo os fieis à misericórdia de Deus. A exemplo do santo fundador da Ordem, são Francisco de Assis, amou a natureza e através dela seu coração era conduzido a Deus. Em 1590, finalmente, estabeleceu-se no Convento de Ascoli Piceno. Os habitantes da cidade afeiçoaram-se tanto ao singelo frade Serafim que, em 1602, quando souberam que seria transferido, as autoridades escreveram aos superiores capuchinhos e impediram a sua partida. E não foi só nessa ocasião, nas outras tentativas também. Assim, o querido e respeitado frade Serafim permaneceu em Ascoli Piceno até morrer. Era um verdadeiro mensageiro da paz e do amor de Cristo, sua palavra ou a sua simples presença exercia uma ação enorme em todas as pessoas: acalmava os ânimos, extinguia ódios. Viveu em oração, humildade, penitência e trabalho. Deus encarregou-se de o ajudar, suprindo-o, nas suas capacidades, com os dons da cura, de penetrar os corações, de confortar as almas de um modo especial. Enquanto Serafim se manteve sempre na fidelidade do amor a Deus, estudando como ninguém os seus dois livros: o crucifixo e o terço de Maria. Aos sessenta e quatro anos de idade, morreu no dia 12 de outubro de 1604. A voz do povo começou a difundir a fama de sua santidade por toda a Itália e logo atingiu todos os locais onde os capuchinhos se fixaram. O papa Paulo V autorizou, pessoalmente, que se acendesse uma lâmpada junto da sua sepultura, em 1605. Foi canonizado pelo papa Clemente XIII em 1767. A festa de são Serafim de Montegranaro ocorre na data de sua morte.

domingo, 11 de outubro de 2009

11 DE OUTUBRO: Beatos Francisco, Caio, Tomás, Leão, Luís e Luísa


Mais uma vez recordamo-nos dos mártires do Japão. A perseguição religiosa do século XVII rendeu à Igreja 205 mártires que foram beatificados solenemente por Pio IX a 07 de julho de 1867.

Fazem parte desta gloriosa falange os membros da Ordem Franciscana Secular: Francisco, Caio, Tomás, Leão, Luís e Luísa. São escassas as notícias acerca de suas vidas, mas nem por isso deixa de ser grande o seu heroísmo. Leão sofreu o martírio na Colina Santa de Nagazali a 19 de agosto de 1622, e no mesmo Calvário japonês, mas quase cinco anos mais tarde, a 18 de agosto de 1627, imolaram a vida por Cristo os mártires Francisco, Caio, Tomás e Luís.

Luísa, por sua vez, era filha de um nobre de Nagasaki, casada com um português rico, Filipe Fleites, que faleceu pouco depois do casamento. A viúva, cristã fervorosa, dedicou-se totalmente à oração e ao apostolado de obras de caridade e de beneficência. Era conhecida como a “mãe dos missionários”, “consoladora dos aflitos”, “protetora dos pobres e desvalidos”. Como fervorosa terceira franciscana, foi desse carisma que hauriu o segredo da santidade.
Sua casa tornar-se asilo de cristãos e missionários, perseguidos pelas injustas leis do governo. Por denúncia de cristãos que negaram a fé, viu sua casa cercada de soldados e foi, juntamente com outros missionários, levada à prisão. No dia 10 de setembro de 1622 foi levada ao local do suplício.
A Beata Luísa de Fleites, vestida com o hábito franciscano e empunhando uma cruz, procurava animar os demais cristãos: “Encomendemo-nos a Deus com confiança, e ele se encarregará de nos assistir e nos dar forças para suportarmos por ele todos os padecimentos. As santas virgens Inês, Cecília e Águeda, sendo embora frágeis donzelas, conseguiram ser fortes no martírio. Também nós Deus nos há de ajudar e dar coragem para morrermos por ele. Mulheres, coragem! Mostremo-nos fortes para confundirmos os perseguidores da nossa fé. Jesus, esposo das nossas almas, tem preparada para nós uma deslumbrante coroa de glória. Hoje mesmo estaremos com ele no paraíso!”
Morreu cantando o Magnificat, enquanto seu corpo, que já contava com 80 anos, ardia em meio às chamas acesas pelos soldados.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

10 DE OUTUBRO: São Daniel e Companheiros (Leão, Ângelo, Nicolau, Samuel, Hugolino e Donino)


No dia 16 de janeiro de 1220, portanto ainda durante a vida de São Francisco, São Bernardo e seus companheiros foram martirizados na cidade de Marrakesh, Marrocos (a Igreja os canonizou em 1481).
Apesar de estar ciente de que isto havia ocorrido, Frei Daniel e sete companheiros partiram, por sua vez, no outono de 1227 para a mesma cidade. Chegando lá, começaram a pregar a fé em Jesus Cristo, alegando que quem aderir à fé islâmica é excluído da salvação. Também acusaram Maomé de ser um falso profeta.
Este modo de falar desagradou e irritou os muçulmanos que – apesar de não entenderem nem o latim nem o italiano -, compreenderam que se falava de Maomé e captaram bem o tom da pregação.
No domingo, dia 10 de outubro, os frades foram presos, mas não demonstraram nenhum remorso, mas confirmaram tudo que tinha dito anteriormente. Prorromperam em louvores e cânticos do Senhor, e escreveram uma carta aos cristãos de Ceuta. Daniel dá-lhes a bênção e convida-os a regozijarem-se no Senhor, com quem no céu em breve se encontrarão.
Daniel e seus companheiros foram condenados à morte e executados. Degolados, seus corpos foram entregues à fúria da multidão enraivecida. Mas os cristãos conseguem recolher e transportar para várias igrejas da Espanha e de Portugal as suas relíquias.
Trezentos anos depois, em 22 de janeiro de 1516, foram canonizados pelo Papa Leão X. Essa canonização teve forte caráter político, pois aconteceu numa época em que a Europa estava ameaçada de sucumbir à invasão dos turcos.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

09 DE OUTUBRO: Beatos Gaspar Vaz, Maria Vaz e João Romano


Também hoje relembramos os mártires japoneses da Terceira Ordem.



O casal Gaspar e María Vaz tinham consagrado a vida à maior glória de Deus e à evangelização de infiéis. A sua casa fazia lembrar a casa de Betânia, onde os três irmãos, Lázaro, Marta e Maria deram muitas vezes cordial acolhimento a Jesus e aos apóstolos. Também a casa de Gaspar e Maria Vaz acolhia com freqüência missionários e cristãos para alojamento, alimentação, reuniões, etc. Denunciados por um traídos perante as autoridades, foram presos, em conjunto com sacerdotes e cristãos a quem hospedavam, e condenados à morte. Subiram a Colina Santa, como Cristo ao Calvário da sua imolação, e por Cristo deram a vida: Gaspar foi queimado vivo e Maria decapitada.


João Romano, também japonês e membro da Ordem Franciscana Secular, era fervoroso colaborador dos missionários franciscanos. Acompanhava-os nas suas viagens como catequista e assistente em obras de caridade. Dava-lhes hospedagem em sua casa e transportava-os no próprio barco quando eles precisavam se deslocar às diversas ilhas. Também ele foi detido com outros fiéis, algemado e levado para a prisão de Omura, onde permaneceu vários meses até ser decapitado na Colina Santa, no dia 08 de setembro de 1628, após recusar-se a negar a sua fé cristã.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

08 DE OUTUBRO: Beato Martim Gomes


Martim Gomes, filho de pai português e mãe japonesa, era natural do Japão. Inscrevera-se na Ordem Terceira de São Francisco, e dava hospedagem a missionários cristãos. Sendo isso considerado crime absolutamente proibido por disposições governamentais, foi preso. Convidado a renegar a fé, recusou-se energicamente, afirmando que nem a morte o poderia apartar daquela fé que tinha tão profundamente arraigada no coração.
A 17 de agosto de 1627 Martim Gomes foi levado do cárcere para a Colina Santa dos Mártires, onde mais uma vez lhe foi proposto renegar a fé, e mais uma vez ele se recusou terminantemente. Foi decapitado, e a sua alma, coroada pela auréola do martírio, voou para a glória do céu. Foi beatificado por Pio IX, em conjunto com os 205 mártires do Japão, no dia 07 de julho de 1867.

07 DE OUTUBRO: Nossa Senhora do Rosário


Cento e cinquenta rosas,
Nações, vinde colher;
Coroas luminosas
À Virgem Mãe tecer.


(Liturgia das Horas)



Nossa Senhora do Rosário (ou Nossa Senhora do Santo Rosário ou Nossa Senhora do Santíssimo Rosário) é o título recebido pela aparição mariana a São Domingos de Gusmão em 1208 na igreja de Prouille, em que Maria dá o rosário a ele. Em agradecimento pela vitória da Batalha de Muret, Dimon de Montfort construiu o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora da Vitória. Em 1572 o Papa Pio V instituiu "Nossa Senhora da Vitória" como uma festa litúrgica para comemorar a vitória da Batalha de Lepanto. A vitória foi atribuída a Nossa Senhora por ter sido feita uma procissão do rosário naquele dia na Praã de São Pedro, em Roma, para o sucesso da missão da Liga Santa contra os turcos otomanos no oeste da Europa. Em 1573, o Papa Gregório XIII mudou o título da comemoração para "Festa do Santo Rosário" e esta festa foi estendida pelo. Após as reformas do Concílio Vaticano II a festa foi renomeada para Nossa Senhora do Rosário.


O ROSARIO FRANCISCANO


A Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora, chamada também de Coroa Seráfica ou Rosário Franciscano, compõe-se de sete mistérios, com um Pai-Nosso, dez Ave-Marias e um Glória ao Pai, em honra das sete alegrias de Nossa Senhora, consubstanciadas nos seguintes principais mistérios:

1. Encarnação do Verbo divino

2. Visitação da Mãe de Deus à sua prima santa Isabel

3. Nascimento de Jesus

4. Adoração prestada ao Divino Infante pelos três reis magos

5. Encontro de Jesus no Templo

6. Jubilosa Ressurreição do Salvador

7. Coroação da Virgem Imaculada no céu

Histórico: Em 1442, na época de São Bernardino de Sena, divulgou-se a notícia de Nossa Senhora ter aparecido a um noviço franciscano, que desde criança tinha o costume de oferecer à Virgem Maria uma coroa de rosas. Mas quando entrou na Ordem dos Frades Menores, sentia-se muito triste por não lhe ser permitido continuara a oferecer à Virgem os ramos de flores. Chegou mesmo a pensar em desistir da Ordem seráfica. Apareceu-lhe então, a Virgem a consolá-lo e indicar-lhe outra oferta diária que seria para ela ainda mais agradável. Sugeriu-lhe que, todos os dias, rezasse sete dezenas de ave-marias intercaladas com a meditação de sete misteriosos acontecimentos da sua vida que a tinham enchido de alegria. Assim terá nascido a coroa franciscana, o rosário das sete alegrias. São Bernardino foi um dos primeiros a praticar e divulgar esta piedosa devoção.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

06 DE OUTUBRO: Santa Maria Francisca das Cinco Chagas



Virgem da Terceira Ordem Franciscana, viveu de 1715 a 1791 e foi canonizada pelo Papa Pio IX a 29 de junho de 1867.

No batismo recebeu o nome de Ana Maria. Desde pequena tinha fama de santa e era conhecida por todos como a “Santinha”. Mesmo contrariando o pai, que lhe preparava um “vantajoso casamento”, tomou o hábito franciscano com apenas 16 anos de idade, mudando seu nome para Maria Francisca das Cinco Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Êxtases, transes, arroubos místicos, profecia, eram para ela situações vulgares. Parecia viver em outro mundo, sendo, por isso, incompreendida, perseguida e submetida a vários exames pelas autoridades eclesiásticas. Em sete anos de duro martírio suportou todos os mal-entendidos com inalterável mansidão.
Nos últimos anos da sua vida estava impedida de participar da Santa Missa por causa de uma grave doença que a obrigava estar em cama. Muitos sacerdotes, principalmente o religioso barnabita, padre Bianchi, viam que durante a Missa desaparecia um pedaço da Hóstia Magna consagrada e um pouco de vinho consagrado. Era o Anjo da Guarda da Santa que levava a Comunhão à religiosa.
Para Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era a Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que sentia, quando ficava fechada em casa, longe do seu Amor, especialmente quando não lhe era permitido fazer a Comunhão Sacramental. Então, ela subia ao terraço da casa e, olhando para a Igreja, suspirava entre lágrimas: “Felizes aqueles que hoje Te puderam receber no Sacramento, ó Jesus! Felizes os Sacerdotes que estão sempre perto do Amabilíssimo Jesus!” E assim só a Comunhão Espiritual podia tranqüilizá-la um pouco.
Faleceu com 76 anos, em 06 de outubro de 1791 e foi sepultada na igreja de Santa Luzia do Monte onde é venerada, pois seu corpo ficou incorruptível após sua morte.

05 DE OUTUBRO: São Benedito, o Negro



Benedito, cognominado o mouro – ou “o Negro”, como é conhecido no Brasil – nasceu em Sicília, vendeu seus bens e fez-se eremita franciscano nas vizinhanças de Palermo. Mais tarde, atendendo a um decreto de Pio IV, obrigando a todos os que seguissem a Regra de São Francisco a viverem em conventos de sua Ordem, Benedito obedeceu. No convento, dedicou-se a trabalhos humildes. Chegou a exercer o ofício de Superior, mesmo não sendo sacerdote e, mais tarde, vemo-lo novamente trabalhando na cozinha. Morreu no ano de 1589. Seu culto cedo se espalhou pela Itália, Espanha, Portugal, Brasil e México. Pio VIII inscreveu-o solenemente no rol dos santos.

A devoção a São Benedito chegou ao Brasil no século XVIII, por volta de 1763, quando foi beatificado pelo papa. Mas, mesmo antes dessa data, a veneração a São Benedito já havia atravessado fronteiras, através dos negros escravos, e era forte o movimento para que a Igreja Católica beatificasse Benedito, de São Fratello, Sicília. Os negros brasileiros logo se identificaram com o santo em razão de sua cor e descendência africana. Originários de Angola, Moçambique, Congo e outras regiões, os negros tiveram de adaptar suas crenças africanas à religião católica ensinada pelos missionários portugueses, destacando-se a devoção a São Benedito


LADAINHA DE SÃO BENEDITO

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai do céu,
- tende piedade de nós.
Deus Filho, redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
- rogai por nós.
São José,
- rogai por nós.
São Francisco de Assis,
São Benedito,
São Benedito, modelo de filho de Deus,
São Benedito, instrumento da graça divina,
São Benedito, fidelidade à fé cristã,
São Benedito, anunciador do Evangelho,
São Benedito, orientador das vocações,
São Benedito, guia seguro das consciências,
São Benedito, abismo de oração,
São Benedito, sacrário das virtudes,
São Benedito, seguidor fiel de São Francisco,
São Benedito, modelo de pobreza, obediência e castidade,
São Benedito, flor do povo africano,
São Benedito, libertador da escravidão,
São Benedito, luz para o povo africano,
São Benedito, luzeiro dos pobres do mundo,
São Benedito, alegria do povo de Deus,
São Benedito, lírio de pureza,
São Benedito, exemplo de entrega a Jesus,
São Benedito, modelo de perdão das ofensas,
São Benedito, paciente nas tribulações,
São Benedito, prudente nas palavras e ações,
São Benedito, humildade sem limites,
São Benedito, obediente até o heroísmo,
São Benedito, amigo dos pecadores,
São Benedito, conforto dos pobres e famintos,
São Benedito, irmão dos doentes e aflitos,
São Benedito, intercessor dos necessitados,
São Benedito, socorro das gestantes,
São Benedito, segurança dos viajantes,
São Benedito, advogado dos oprimidos,
São Benedito, consolador dos prisioneiros,
São Benedito, conselheiro dos doutores,
São Benedito, defensor da justiça verdadeira,
São Benedito, segurança na dúvida,
São Benedito, mestre nas Escrituras,
São Benedito, adorador do Santíssimo Sacramento,
São Benedito, devoto da Virgem Maria,
São Benedito, filho amado de Deus.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
- perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
- ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
- tende piedade de nós.
Rogai por nós, ó São Benedito,
- para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

ORAÇÃO - Ó Deus, que em São Benedito, o Negro, manifestais as vossas maravilhas, chamando à vossa Igreja homens de todos os povos, raças e nações, concedei, por sua intercessão, que todos, feitos vossos filhos e filhas pelo batismo, convivam como verdadeiros irmãos e irmãs. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Amém!

São Benedito, rogai por nós!

sábado, 3 de outubro de 2009

DIA 04 DE OUTUBRO: Dia de Nosso Seráfico Pai São Francisco de Assis


São Francisco e a Verdadeira Alegria


“Vou referir um dito de São Francisco que encontra, como se sabe, um similar dentro do budismo. É a questão da perfeita alegria. Frei Leão perguntou: “O que é a verdadeira alegria?” Frei Leão era aquele amigo com quem Francisco sempre estava, com quem ia pelos caminhos e a quem ele chamava de “a ovelhinha de Deus”. Então ele diz: “Será que a verdadeira alegria consiste em ser missionário, converter todos os infiéis e sarracenos e fazê-los cristãos?” São Francisco diz: “Esta não é a verdadeira alegria”. Frei Leão: “Será a verdadeira alegria ser um profeta da palavra ardente, que convence todos da verdade de Deus? Não será isso a verdadeira alegria?” São Francisco diz: “Não, esta não é a verdadeira alegria”. Retruca Frei Leão: “Será então que a verdadeira alegria não é ser um taumaturgo que faz milagres, que transforma pedras em pão, que sacia a fome de todos os pobres do mundo inteiro, não será esta a verdadeira alegria?” São Francisco responde: “De longe, esta não é a verdadeira alegria”. Frei Leão: “ Será que a verdadeira alegria não é você se encher de tanto amor pelos pobres e sofredores que você entrega até o seu corpo à chama, à perseguição e ao martírio?” São Francisco diz: “Não é a verdadeira alegria. Meu irmãozinho Frei Leão, se você chegar comigo em nosso conventinho, em nossa comunidade, saindo de uma tempestade de neve, e ao chegar na portaria tocarmos a campainha e o porteiro, nosso irmão, com quem vivemos há muitos anos, nos disser: “ Eu não conheço vocês! Ladrões, bandidos, exploradores de pobres, fora daqui!” E não só nos expulsa da portaria, mas nos derruba ao chão, nos joga e nos arrasta na neve aos sopetões e coices...E ainda se ele pegar o bastão e nos bater de nó em nó, dando-nos golpeadas. Se todas essas coisas suportarmos (porque é verdade que somos ladrões, bandidos) com paciência e alegria, é aí que está a verdadeira alegria”. E São Francisco diz mais: “Acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais o Cristo concede aos amigos, está o vencer-se a si mesmo e, voluntariamente, pelo amor, suportar trabalhos, injúrias, opróbrios, desprezo. Porque de todos os outros dons de Deus não podemos gloriar por não serem nossos. Mas na cruz da tribulação, de cada aflição, nós podemos nos gloriar, porque só isso é nosso”. A negatividade, se nós a acolhemos, então estamos na verdadeira alegria.
Alegria, biblicamente, é o Espírito Santo que irradia, que se manifesta e que está presente na nossa vida e na nossa história. Essa alegria representa um desafio fantástico para qualquer antropologia. É tolerarmos que falem mal de nós, que nos persigam e agridam, renunciando a qualquer autodefesa. É poder conviver com essa negatividade e ser mais forte que ela. É crer na força interior da luz. Um pouco de luz que eu acenda de noite, brilha por ela mesma, faz o seu caminho e encontra sempre um olho atento para captá-la, um ouvido para compreendê-la.
Às vezes quem está batendo em Francisco não é um assaltante, um pivete de rua. É um confrade que o conhece e que golpeia e o abandona no frio. Ele diz: “ Eu acolho isso. Sou mais forte que essa contradição”. Ele não pede a Deus para livrá-lo das ondas perigosas. Mas pede: “Dá-me forças para ser mais forte que as ondas”. Não pede para ficar na praia, tranqüilo, numa sesta espiritual. Diz: “Leva-me ao mar alto, perigoso, porque sou mais forte que as ondas, porque tenho Deus que me conduz”.
A fé tem como oposição não o ateísmo e a negação de Deus. A oposição da fé é o medo. Quem tem fé não tem medo. Os medievais distinguiam a fé útil da fé preciosa. Fé útil é quando eu peço a Deus que me abençoe, me proteja, me dê saúde, inteligência. É uma fé útil para mim. Eu peço a Deus e ele tem que vir me ajudar. A fé útil não é uma fé plena, uma fé de verdade. A fé bíblica, a fé de Jesus, a fé dos pais da fé – Abraão, Isaac, Jacó – é outra. Esses testemunham a fé preciosa. A fé preciosa é quando você nada pede a Deus. É a fé-gratuidade. Entrega-se a Deus, porque descobre quem Deus é – O Pai e a Mãe de bondade. Esta fé tem como efeito a serenidade, a absoluta segurança, porque você se confiou, entregou não só a sua mente, mas seu coração, seu corpo, sua vida. É a fé preciosa. Tem como efeito a superação de todos os medos e, por acréscimo, advém a alegria, a jovialidade, a leveza na vida.
É de São Francisco esta frase: “O santo triste é um triste santo”. E ele dizia: “Quer ficar triste? Vá para o seu quarto. Chore lá dentro. Mas enquanto eu estiver aqui tem que ficar alegre”. Por quê? Porque Deus nos ama, nos perdoa por piores que sejamos. Depois que o Senhor ressuscitou não há motivo nenhum para ficarmos tristes. Porque triunfou a síntese, a vida, a totalidade possível ao ser humano.
Francisco viveu essa radicalidade da dimensão da fé preciosa. Não a fé como ato mas como atitude, como totalidade da entrega. Estamos integrados. Viramos pai e mãe de nós mesmos. Chegamos à madureza da fé. À maturidade humana e espiritual. Estamos na casa de Deus, Pai e Mãe. E estamos na alegria de quem está em casa.
Imitando São Francisco, que até na hora de sua morte cantava com alegria, proponho que cantemos a Oração de São Francisco e que, em seguida, recebamos a sua bênção:


“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna”.


Bênção de São Francisco


O senhor te abençoe e te proteja.

Mostre-te a tua face e se compadeça de ti.

Volva a ti o seu rosto e te dê a paz.

O Senhor te abençoe,Pai, Filho e Espírito Santo.Amém.


(BOFF, Leonardo. Terapeutas do Deserto. Petrópolis, Vozes, 1997. P.138-141)

FELIZ FESTA DE SÃO FRANCISCO PARA TODOS!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

3 DE OUTUBRO: Morte de São Francisco


A Morte de São Francisco

"A noite já descia,

Assis amortalhava,

em pleno chão deitado

Francisco agonizava.


O mundo na penumbra

aos poucos se escondia,

porém a sua alma

em luz e amor ardia.


O céu ele contempla

deitado em terra nua,

pois quer cantar a morte,

cantando o sol e a lua.


Seus filhos se lamentam

ao ver chegada a hora;

Frei Ângelo suspira

e Clara ao longe chora.


Vem, hora desejada!

exclama com voz forte,

“Senhor, sejas louvado

por nossa irmã, a Morte!


"Francisco, não és belo!”

Irmão Masseo dizia.

A morte é que embeleza,

e a vida principia.


Louvemos ao Espírito

ao Pai e ao Filho unido!

No seio da Trindade,
Francisco é recebido.

(Hino da I Vésperas do Ofício da Solenidade de São Francisco)

O QUE FEZ E DISSE QUANDO MORREU DE MANEIRA FELIZ

Já tinham passado vinte anos desde sua conversão e, como lhe fora comunicado por divina revelação, estava próxima sua última hora. De fato, quando o bem-aventurado Francisco e Frei Elias moravam juntos em Foligno, certa noite apareceu em sonho a Frei Elias um sacerdote vestido de branco, de idade muito avançada e aspecto venerável, e disse: “Levanta-te, irmão, e diz a Frei Francisco que já se passaram dezoito anos desde que renunciou ao mundo e aderiu a Cristo. Permanecerá só mais dois anos nesta vida e depois, chamado pelo Senhor, seguirá o caminho de toda carne mortal”. Era o que estava acontecendo, para que a seu tempo fosse realizada a palavra de Deus, anunciada com tal antecedência. Tendo descansado uns poucos dias no lugar que tanto amava, e sabendo que tinha chegado a hora de morrer, chamou dois frades, filhos seus prediletos, e lhes mandou que cantassem em voz alta os Louvores do Senhor, na alegria do espírito pela morte, ou antes pela Vida, já tão próxima. Ele mesmo entoou como pôde o Salmo de Davi: “Em alta voz clamo ao Senhor, em alta voz suplico ao Senhor” (Sl 141,2-8). Um dos frades presentes, pelo qual o santo tinha a maior amizade, e que era muito solícito por todos os irmãos, vendo isso e sabendo que a morte do santo estava próxima, disse-lhe: “Ó pai bondoso, teus filhos vão ficar sem pai, vão ficar sem a verdadeira luz de seus olhos! Lembra-te dos órfãos que estás deixando, perdoa todas as nossas culpas e alegra com tua santa bênção tanto os presentes como os ausentes!” Respondeu-lhe o santo: “Filho, estou sendo chamado por Deus. A meus irmãos, tanto presentes como ausentes, perdôo todas as ofensas e culpas, e os absolvo quanto me é possível. Leva esta notícia para todos e abençoa-os de minha parte”.
Mandou trazer, então, o livro dos Evangelhos e pediu que lessem o trecho de São João no lugar que começa: “Seis dias antes da Páscoa, sabendo Jesus que sua hora tinha chegado e devia passar deste mundo para o Pai...”(Jo 13,1 (12,1)) Era justamente o Evangelho que o ministro tinha pensado em ler, antes que lhe fosse dada a ordem. E abriram o livro nesse ponto na primeira vez, embora fosse uma Bíblia inteira o livro em que estavam procurando o Evangelho. Depois, mandou que lhe pusessem um cilício e jogassem cinzas por cima, porque dentro em breve seria pó e cinza. Estando presentes muitos irmãos, de quem ele era o pai e guia, a esperar com reverência o fim ditoso e bem-aventurado, sua alma santíssima desprendeu-se da carne e foi absorvida pelo abismo da claridade, enquanto seu corpo adormecia no Senhor. Um de seus irmãos e discípulos, não pouco famoso, cujo nome acho melhor calar agora, porque enquanto viveu na carne não quis gloriar-se desse fato, viu a alma do pai santíssimo subindo diretamente para o céu, acima das grandes águas. Era como uma estrela do tamanho da lua e com toda a claridade do sol, levada por uma nuvenzinha branca.
Possa eu exclamar agora: “Como é glorioso este santo, cuja alma um discípulo viu subir ao céu! Bela como a lua, resplandecente como o sol, subindo em uma nuvem branca, brilhava com toda a glória! Ó luzeiro do mundo, que iluminas a Igreja de Cristo com esplendor maior que o sol, agora já recolheste os raios de tua luz e foste para a pátria esplendorosa, trocando a nossa pobre convivência pela dos anjos e santos! Ó gloriosa beleza de tão insigne arauto, não deixes teus filhos desamparados, embora já não estejas mais revestido de carne semelhante à nossa. Sabes, sabes de verdade as dificuldades em que foram abandonados aqueles a quem bastava a tua feliz presença para libertar misericordiosamente, a qualquer momento, dos trabalhos sem conta e das constantes angústias. Pai santíssimo e cheio de misericórdia, sempre tão pronto a ter compaixão e a perdoar os teus filhos que pecavam! Nós te bendizemos, pai digno, abençoado pelo Altíssimo, que é o Deus eternamente bendito sobre todas as coisas. Amém!”

(Vida I de São Francisco, segundo Tomas de Celano 109-111)

02 DE OUTUBRO: Beatos Miguel e Lourenço Yamada


Também estes são da Terceira Ordem Franciscana. Mártires japones que foram beatificados por Pio IX em 1867.

No início do século XVII uma grande perseguição a todos os missionários se deu no Japão. Foram mais de duas décadas de crueldade e mortes. Cerca de quinhentos mártires deram suas vidas nesse período, sendo que quarenta e cinco eram franciscanos.

A este número pertencem esses dois franciscanos catequistas que eram pai e filho e que possuiam um barco, no qual conduziam os missionários para as regiões de difícil acesso no Japão.

Por causa da proximidade com os missionários foram presos e torturados, permanecendo firmes na fé.

O primeiro a morrer foi o filho Lourenço. Decapitado na frente do pai que, por sua vez, foi condenado a morrer em fogo lento e, por fim, decapitado também.

Essas foram as palavras do pai no momento do martírio de Lourenço: "Lourenço, meu filho, tem coragem! Sê forte! A tua mãe e os teus irmãos já estão no céu, e com Jesus, Maria e todos os santos, esperam por ti no Paraíso. Olha para o céu, que em breve será a nossa pátria. Depois da dor teremos uma alegria sem fim. Tu vais à minha frente, mas eu não tardarei a seguir-te; e assim toda a nossa família será transferida para a pátria onde seremos felizes para sempre!"
A memória desses dois mártires é um convite para a disposição e entrega a uma missão com todo o coração, fé e convicção. Urge em nosso tempo o surgimento de pessoas corajosas e disponíveis para o serviço do Reino. Que eles intercedam por nós!

01 DE OUTUBRO - Beato Nicolau de Forca Palena


Esse beato franciscano, viveu no século XVI (1349-1449) e é um grande representante da Terceira Ordem Franciscana.

Nasceu em Forca Palena, na região dos Abruzos. Entrou para o seminário e foi ordenado padre, exercendo a missão de pároco na diocese de Sulmona.

Quando o bispo de Sulmona foi eleito papa como Inocêncio VII, Nicolau partiu para Roma onde ingressou em um eremitério de terceiros franciscanos, junto à Igreja de São Salvador.

Destacando-se por suas capacidades intelectuais e sua compreensão moral, não demorou para ser escolhido como mestre dos eremitas.

Viu crescer o número de eremitérios e eremitas a ele confiados, indo para Nápoles, Florença e, por fim, regressando a Roma, onde fundou o eremitério de Santo Onofre.

Faleceu com 100 anos de idade, no dia 01 de outubro de 1449.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

11 de Agosto: Santa Clara de Assis

SANTA CLARA UMA HISTÓRIA DE AMOR





Santa Clara de Assis é considerada uma das maiores figuras femininas da história da Igreja. Nasceu em 1194 na casa paterna da praça de São Rufino, na cidade de Assis, na Itália. Clara filha primogênita, de família abastada, o pai Favorone de Offreduccio pertencia à nobreza de Assis e sua mãe Hortolana dedicava-se intensamente a obras de piedade e caridade, tinha duas irmãs Irnês e Beatriz. Recebeu o nome de Clara porque sua mãe preocupada com o parto rezava diante do Crucifixo, na Igreja de São Rufino, quando uma voz sobre-humana sussurrou-lhe: “Senhora, não tenhas medo, porque darás à luz uma criança, sã e salva, uma luz que resplandecerá com maior claridade do que o pleno dia”. Desde pequena, Clara gostava de ajudar os pobres, da abundância de sua casa supria a indigência de muitos. Para que o sacrifício fosse mais grato a Deus, privava seu próprio corpo de alimentos, enviando-os às ocultas por intermediários aos seus protegidos. Assim cresceu a misericórdia com ela desde a infância e tinha um coração compassivo, movido pela miséria dos infelizes. Rejeitara o casamento proposto por sua família, porque tinha decidido permanecer na virgindade, por opção pessoal. Aos dezoito anos, era uma jovem de vida cristã exemplar, que a todos edificava, praticava o jejum e a oração. O seguimento de Jesus Cristo era seu objetivo principal e ao ouvir as pregações de São Francisco, que apesar de ser de família rica, tinha feito opção pela pobreza, a quem chamava de Dama Pobreza, propôs em seu coração, também ela, fazer a mesma coisa.




No dia 18 de março de 1212, na noite do Domingo de Ramos, Clara deixou a casa paterna, sabendo que seus pais não aceitariam sua decisão, fugiu e foi ao encontro de Francisco e de seus frades na pequena igreja de Santa Maria dos Anjos, fora dos muros da cidade de Assis. Ali perto, em meio ao bosque, o primeiro grupo de Frades Menores havia fixado sua morada. Depois de cortar os cabelos e trocar os ricos trajes pelas vestes da penitência, foi levada por Francisco para o Mosteiro de São Paulo das Abadessas. Era um mosteiro beneditino, próximo de Assis, famoso por seu poder e por reunir monjas da mais alta nobreza da região. Clara como nobre poderia ser monja, no entanto vendeu toda sua herança, ou seja, dote, dando tudo aos pobres. Clara renunciou à própria condição social para ingressar no mosteiro apenas na qualidade de serva. Algum tempo depois Francisco resolveu iniciar um grupo novo em São Damião, formados por mulheres, tendo escrito para elas uma forma de vida. São Damião destacou-se em dois aspectos: a irmandade e a pobreza. Surgiu assim a nova Ordem das Damas Pobres, também chamadas Clarissas. As Damas Pobres, assumiram, de fato, a condição social dos pobres, compartilhando a sorte dos que estavam à margem da sociedade da época. Seu exemplo atraiu muitas outras jovens e senhoras, dentro e fora de Assis. Além da Irmã Inês, também canonizada, seguiram-na a outra irmã Beatriz, e a própria mãe após ficar viúva. O projeto de vida Clariana tem na pobreza suas mais profunda identidade. Clara temendo que após a morte de Francisco, pai espiritual da comunidade, bem como a fragilidade humana das irmãs que viriam depois dela, declina-se de viver em absoluta pobreza, solicitou ao Papa Inocêncio III, o “Privilégio da Pobreza”, isto é o direito de nada possuir, que foi concedido à comunidade de São Damião, em 1216. Santa Clara deixou por escritos os seguintes documentos: a Regra de Vida ou Forma de Vida (inscrita para Irmãs Pobres de São Damião), o Testamento (inscrito no final de sua vida), a Bênção (inspirada no livro dos números) e cinco cartas enviadas a Inês de Praga (do Mosteiro para Irmãs pobres construindo em Praga) e Ermentrudes de Bruges.




A Forma de Vida Clariana tem como fontes principais a Sagrada Escritura e a regra de São Francisco para os Frades Menores, tendo em sua mais profunda identidade na pobreza e na vivência do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Buscava na oração e na penitência a força para sua vida espiritual. Clara fazia jejum três dias por semana, fora as abstinências nos outros dias, tendo ficado bastante enferma. São Francisco aconselhou para que ela pelo menos comesse um pãozinho nos três dias de jejum. Eis alguns textos da Regra de Vida para as irmãs de São Damião, que falam sobre vida de oração:




“não extingam o espírito de oração e devoção, ao qual todas as outras coisas temporais devem servir” (RegC 7,2);




“acima de tudo, devem desejar ter o espírito do Senhor e sua santa operação, orar sempre a ele com o coração puro”... (RegC 10,9)




Em 1224, São Francisco recebe os estigmas, ficando cada vez mais debilitada sua saúde, tendo sido conduzido por seus irmãos para se recuperar no Mosteiro de São Damião, onde compõe o Cântico do Irmão Sol. Morre São Francisco, em Assis, no dia 3 de outubro de 1226, deixando uma dor profunda no coração de suas filhas espirituais do Mosteiro de São Damião.




Um triste Natal, cheio de neve e de vento, que deixa os velhos muros do mosteiro de São Damião lívidos e gelados. Clara debilitada pela doença, são 40 longos anos de penitência, de jejuns sem concessões e de rígida disciplina, não encontra forças para ir à igreja e entoar hinos com as irmãs, comemorando o Natal de Jesus Cristo, nosso Senhor.




As irmãs prepararam um presépio, como São Francisco lhe ensinou, por ele imaginado. As irmãs a pedido de Clara foram todas para igreja e ela ficou sozinha. Em seu coração brotou uma angústia e pranto por não poder unir sua voz aos louvores que as irmãs estão cantando a Jesus. Lágrimas escorrem pelo seu pálido rosto e docemente se lamenta com o Senhor. Subitamente, ela tem a sensação de ser levada por mãos invisíveis e conduzida à igreja de São Francisco, onde se celebra solenemente o Natal. Clara participa de toda celebração, recebendo também, entre lágrimas de alegria, a santa comunhão. Quando as irmãs voltaram para o mosteiro e radiantes de alegria, foram para a cela de Clara narrar a bela cerimônia e lamentar sua ausência. Clara com o rosto ilumina, sorri e responde àquelas dóceis filhas: “Louvai o Senhor, irmãs caríssimas, porque não quis deixar-me só neste lugar e enquanto vós rezáveis, eu, por graça de Nosso Senhor Jesus Cristo e por intercessão de meu pai São Francisco, estive presente em sua igreja e participei de toda celebração, inclusive recebi santíssima comunhão”. Recordando este comovente prodígio, em fevereiro de 1958, o Papa Pio XII constituiu Santa Clara patrona da televisão. Em 1240, o Imperador Frederico II, tentava impor sua autoridade por toda península italiana. Certo dia, as tropas ameaçavam invadir o mosteiro de São Damião e Clara de posse do Santíssimo, enfrentou os sarracenos, gente péssima, sedenta de sangue cristão, que desistiu da invasão não só no mosteiro de São Damião, mas também de toda cidade de Assis. Por sua devoção ao Santíssimo Sacramento, Santa Clara sempre aparece nos ícones e imagens como o Santíssimo na mão.




Bibliografia


PIEZARAZZI, Rina Maria, Clara a companheira de Francisco. Paulinas: São Paulo, 1994.




BÁRTOLI, Marco. Clara de Assis. Vozes: Rio de Janeiro, 1998.




PEDROSO, Frei José Carlos Correia. Fontes Clarianas. Loyola: Rio de Janeiro, 1994.




BRUNELLI, Delir. Ele se fez caminho e espelho: o seguimento de Jesus Cristo em Clara de Assis. Vozes: Rio de Janeiro, 1998.




Fonte: http://www.santaclara.org.br/santaclara.html

quinta-feira, 2 de julho de 2009

02 de Julho: São Jerônimo de Werten




Como o santo de ontem, este também foi martirizado na perseguição calvinista que se abateu sobre a cidade de Gorcum, na Holanda, no ano de 1572.

Nasceu na pequena cidade de Werten, em uma família católica. Um jovem muito alegre, extrovertido e dinâmico. Ingressou na Ordem dos Frades Menores e sempre mostrou grande amor à paixão de Cristo e às dores de Nossa Senhora. Viveu como missionário na Palestina onde foi perseguido e torturado pelos Muçulmanos e repatriado. Em sua terra é que sofreu o martírio.
Na Terra Santa sofreu grande perseguição, inclusive com a incisão, no braço direito e no peito, de uma cruz vermelha, abalando-lhe profundamente a saúde.
Na Holanda, foi morar em Gorcum, onde dedicou-se à pregação por cidades e aldeias, sendo conhecido como o “peregrino da Terra Santa”.
Foi um dos detidos em 9 de julho de 1572 e teve a mesma sorte dos outros confrades: vexames, chacotas, torturas, tentativas frustradas de perjúrio. Contava com 50 anos quando foi martirizado.

01 de Julho: São Teodorico Endem




Sacerdote da Primeira Ordem, viveu de 1499 a 1572. Foi mártir em Gorcum e canonizado por Pio IX em 29 de junho de 1867.

Nasceu em 1499 em Amersfoort, na Holanda. Desde cedo sempre mostrou-se muito caridoso e amável com todos, manifestando o desejo de ser franciscano ainda bem jovem. Os pais tentaram fazê-lo mudar de idéia, mas ele foi firme em seu propósito. Viveu por muito tempo no convento franciscano de Gorcum dedicando-se à escuta de confissões. Era também confessor e diretor espiritual das Irmãs Terceiras Franciscanas.
Com a Reforma Protestante de Lutero e Calvino a situação dos católicos da Holanda ficou muito complicada. Os calvinistas começaram grande perseguição. Em 1572 apoderaram-se da cidade de Gorcum, prenderam os franciscanos e outros religiosos e sacerdotes, expuseram-nos a ridicularizações públicas, torturas com o intuito de os obrigarem a renunciar à fé católica, renegando a Eucaristia e o Primado do Papa. Como todos permaneceram firmes na fé, foram condenados à forca. Foram mortos no dia 9 de julho de 1572, sendo Teodorico, com 73 anos, um dos heróis mártires de Gorcum.