domingo, 5 de fevereiro de 2012

5 de fevereiro: Santo Tomás Danki de Ize

Taikosama, imperador do Japão entre 1582 e 1598, nos primeiros anos do governo foi favorável aos cristãos. Após a desastrosa guerra com a Coréia, pretendeu dominar as ilhas Filipinas, que estavam sob domínio dos espanhóis. Perante a resistência destes, em 24 de julho de 1587 promulgou um édito de proscrição dos cristãos. Contudo, a ação missionária continuou e Taikosama engavetou o decreto, mas foi seguindo atentamente, por meio de espiões, os movimentos dos missionários.
Em 1593, alguns franciscanos, chefiados por São Pedro Batista, partiram de Manila para o Japão e foram recebidos cordialmente pelo imperador. Fundaram dois conventos e dedicaram-se com afinco à evangelização dos nipônicos. Mas uma série de circunstâncias desfavoráveis reavivaram as hostilidades entre a Espanha e o Japão.
A 8 de dezembro de 1596, Taikosama mandou prender em Osaka seis franciscanos e três jesuítas e, em 31 de dezembro, em Meaco, 15 franciscanos da OFS, aos quais se juntaram durante a viagem mais dois. Aos religiosos transportados para Meaco aplicaram um castigo que se usava com criminosos: foi-lhes cortada a orelha esquerda, fizeram-nos subir para carros e percorrer várias ruas das mais movimentadas, para serem vistos pelo maior número de pessoas, no intuito de infundir terror aos cristãos e aumentar o sofrimento dos mártires. No entanto, o povo mostrava-se consternado e procurava socorrê-los. De Meaco, passando por Secai, Korazu e Facata, chegaram no dia 5 de fevereiro a Nagasaki, à Colina Santa, lugar da execução, que se realizaria por crucifixão. Assistiram a esse espetáculo macabro, numerosos cristãos e marinheiros portugueses.
Contava-se entre as vítimas Tomás Danki, natural de Ize, colaborador dos missionários e fervoroso terceiro franciscano. Da mesma forma que outros mártires, com o rosto radiante de admirável serenidade, desde esse púlpito continuava a pregar a fé em Jesus Cristo. Eram dez horas da manhã quando os esbirros, de lanças em riste, esperavam a ordem do governador para desferirem contra as vítimas o golpe mortal. Os carrascos assassinaram primeiro os religiosos e, em seguida, os outros japoneses. O último dessa gloriosa falange foi São Pedro Batista, que antes de ver consumado o seu próprio sacrifício, teve a alegria de ver partir para o céu todos esses seus filhos, condecorados com a coroa do martírio.

4 de fevereiro: São José Leonissa

São José de Leonissa, nasceu a 8 de Janeiro de 1556 em Leonissa. Quando tinha 16 anos entrou em Rieti na Ordem dos Capuchinhos. Fez o noviciado no pequenino convento de Carcerelle, junto aAssis, onde se exercitou na mais dura penitência. Usando uma típica expressão franciscana, chamava ao seu corpo o "irmão burro" e tratava-o com pouco alimento e as mais diversas privações. Escolheu para si o caminho da humildade e da pobreza.
A 21 de Maio de 1581 foi ordenado sacerdote em Perugia e, em seguida, destinado ao ofício de pregador. No dia 1 de Maio de 1587, com mais dois irmãos chegava a Constantinopla para fundar ali uma Missão. Interessou-se pela libertação dos cristãos caídos na escravatura, deu-lhes alento na sua fé e reconduziu à Igreja até um Bispo que havia apostatado.
Acabou por cair prisioneiro dos Turcos, por causa do seu atrevimento em tentar ir pregar ao mesmo Sultão Murad III. Ali foi açoitado e depois suspenso de uma trave sob a qual acenderam uma fogueira que ardia lentamente. Durante três dias permaneceu suspenso por um gancho numa das mãos e outro num dos pés. E não morreu. Só Deus sabe como conseguiu sobreviver a este suplício e como se curaram as suas terríveis feridas.
Falou-se da intervenção milagrosa de um anjo que teria alentado o seu corpo e curado as suas chagas. Certamente não é fácil de explicar de outro modo aquela resistência que desafia todas as leis naturais. E foi quase um milagre que o Sultão, maravilhado pelo que sucedera, comutasse a pena de morte pelo exílio perpétuo. Em Constantinopla, de facto, São José praticou um gesto propriamente de um louco. Tentou entrar no palácio para pregar diante do Sultão, esperando vir a convertê-lo. Preso pelos guardas, foi julgado como réu de crime de lesa majestade.
Voltando para Itália, pôde prosseguir na mesma vocação missionária que o levara a pregar até diante do Sultão. Agora, porém, ele era pregador à saída das casas, nas aldeias, nas cidades da Umbria. Os resultados foram verdadeiramente consoladores: conversões e reconciliações em toda a parte. A vida penitente e os carismas sobrenaturais aumentavam a eficácia da sua palavra. Promoveu obras de assistência social como os "Monte Pios", Hospitais e outras obras de beneficência.
No Arquivo da Postulação Geral dos Capuchinhos existe um vastíssimo material de manuscritos, pregações, homilias, panegíricos e outros apontamentos de pregação.
Quando tinha 57 anos de idade acabou por ficar doente. Retirou-se para o convento de Amatrice, junto a Rieti. Ali verificaram que ele era vítima de um tumor. Tentaram operá-lo, Deus sabe de que maneira. Foi aquele o seu segundo martírio. Recusou, porém, ser amarrado como sugeriam os médicos. Não se levantou mais da cama. Como anestésico, conservava apenas por longo tempo o crucifixo apertado contra o peito. Era o dia 4 de Fevereiro de 1612 quando entregou a sua alma a Deus. Foi canonizado por Bento XIV a 29 de Junho de 1746.


fonte: http://www.capuchinhos.org/siteantigo/ordem/irmaos/0204.htm

sábado, 4 de fevereiro de 2012

3 de fevereiro: Santa Joana de Valois

Filha do rei Luiz XI da França e Carlota de Savóia, Joana nasceu no castelo de Tours, em 23 de abril de 1464. Causou uma grande desilusão a seu pai que desejava um filho homem. Aos vinte e seis dias de idade, foi acertado o seu casamento, para consolidar uma aliança política, com seu primo Luiz de Órleans, de dois anos.
A menina cresceu com uma pequena deformação física, por isto aos cinco anos foi deixada no castelo de Berry, no qual o seu maior prazer era “conversar com a Santíssima Virgem”. Aos seis anos, foi convidada pelo rei a escolher um confessor. Escolheu o monge franciscano Gabriel Maria, que a Igreja também depois beatificou. Um ano depois, conversando com Nossa Senhora, durante as orações, esta a investiu de sua missão mariana: “Antes de morrer fundarás uma família religiosa em meu nome. Assim fazendo me darás um grande prazer e me prestarás um serviço”.
Como era de costuma, aos doze anos se casou com o primo, apesar da sogra tentar desfazer a aliança, que já não era conveniente. Portanto, quando o pai de Joana morreu, ela se tornou a nova rainha e o marido, o rei Luiz XII, que em seguida a repudiou. Após a anulação canônica do matrimônio, casou-se com a filha do duque da Bretanha, em mais uma união de fundo político.
Joana herdou o ducado de Berry e um ano depois, em 1498, ingressou na ordem terceira de São Francisco, em Bourges, dedicando totalmente sua vida ao próximo, a Maria e a Jesus Cristo. Seguindo sempre a orientação espiritual de seu confessor, administrou suas posses com sabedoria e caridade, de forma a ajudar os pobres e doentes. Provou isto durante uma epidemia de peste, que se alastrou pelo território francês, naquele período, mostrando todas as virtudes que carregava no coração.
Depois, com dificuldade e superando todos os empecilhos, fundou, com a ajuda do monge Gabriel Maria, uma nova instituição religiosa para irmãs, tendo a finalidade de servir a Cristo e imitar a Virgem Maria, em todas as suas virtudes. A nova família, essencialmente mariana, recebeu o nome de Congregação da Anunciação, cujo estatuto foi escrito por ela. Também por seu desejo consagrou as irmãs às “dez virtudes da Santíssima Virgem”. No final de novembro de 1504, com autorização do Vaticano confiou a congregação aos Frades Menores da Obediência, Ordem terceira franciscana.
Morreu em 4 de fevereiro de 1505, de doença fulminante, no seu convento de Berry, França. As graças e os milagres floresciam sob sua intercessão, enquanto o monge Gabriel Maria consolidava sua obra. Ele morreu vinte e três anos depois, quando as irmãs contemplativas da Anunciação, como são chamadas atualmente, já estavam espalhadas por toda a França, alcançando a Bélgica e a Inglaterra. Santa Joana de Valois foi canonizada em 1950, pelo papa Pio XII, tendo determinando o dia de sua morte para as comemorações.

2 de fevereiro: Beata Veridiana de Castelfiorentino

 
No primeiro dia de fevereiro de 1242, de repente, todos os sinos do Castelfiorentino em Florença, Itália, começaram a repicar simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro, porque eles anunciavam a morte de Veridiana. 

Nasceu em 1182, ali mesmo nos arredores da cidade que amou e onde viveu quase toda sua existência, só que enclausurada numa minúscula cela, de livre e espontânea vontade. 

Pertencente a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua terra; e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa, de seu contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira, em 1221. 

A fortuna da família, embora em certa decadência, Veridiana sempre utilizou em favor dos pobres. Um dos prodígios atribuídos à ela, mostra bem o tamanho de sua caridade.

 Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou à seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras. 

A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e como tal aproveitando-se da miséria reinante. Durante algum tempo procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias. Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres 

O tio comerciante ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, as despensas estavam novamente cheias, e o negócio pode se concretizar. 

Veridiana após uma peregrinação ao túmulo de Tiago em Compostela, Espanha, diga-se um centro de peregrinação tão requisitado quanto Roma o é pelos túmulos de São Pedro e São Paulo(que visitou nos seu regresso), ao retornar se decidiu pela vida religiosa e reclusa.

 Para que não se afastasse da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena e desconfortável cela, próxima ao Oratório de Santo Antônio, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão. A cela possuía uma única e mínima janela, por onde ela assistia à missa e recebia suas raras visitas e refeições, também minúsculas, suficientes apenas para que não morresse de fome. 

Depois da sua morte, em 1242, aos 60 anos de idade, sobre a sua cela, foi construída uma belíssima igreja, onde se venera uma antiga imagem da beata com duas serpentes dos lados. O Senhor glorificou a sua serva com milagres realizados na vida e depois de sua morte. Ela nos ensinou que, mesmo no meio do tumulto do mundo, podemos construir um eremitério interior para escutar a voz de Deus e meditar as coisas celestes

O culto de Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII a 20 de Setembro de 1533. 


Fonte: http://www.srcoronado.com/smf/index.php?topic=4728.185;wap2