terça-feira, 31 de janeiro de 2012

01 de fevereiro: Beato André Conti André


André pertencia à nobre linhagem Conti de Segni, mas nasceu em Anagni em 1240. Essa família já tinha dado à Igreja vários papas, bispos e sacerdotes. Sentindo-se desde a juventude atraído pelo espírito franciscano, renunciou a todos os bens e ingressou no convento de São Lourenço de Anagni, fundado pelo próprio São Francisco. Não lhe pereceu suficiente a austeridade de vida que ali reinava, e por isso pediu e obteve permissão para se retirar a uma gruta nas faldas dos Apeninos – uma gruta estreita e tão baixa, que lá dentro só podia estar inclinado e de joelhos. A sua vida girava entre a contemplação e a austeridade. Quando era assaltado pelo demônio com tentações, afugentava-o com o sinal da cruz e também libertava do tentador outras pessoas que vinham ter com ele em busca de libertação do inimigo.
As honras que pretendia evitar perseguiram-no até no seu inóspito eremitério, onde acorria muita gente, atraída pela sua fama de santo e sábio teólogo. Escreveu um tratado sobre a Santíssima Virgem. O papa Alexandre IV foi pessoalmente ter com ele para lhe oferecer as insígnias de cardeal, mas André devolveu-lhas, dizendo que o único privilégio que aceitava era o de o deixarem sossegado na sua gruta de oração, meditação e estudo. Mais tarde recusou novamente e com energia o mesmo gesto do seu sobrinho Bonifácio VIII, que alimentava a esperança de sobreviver ao tio para o elevar à honra dos altares. Mas nem essa graça o Senhor lhe concedeu, pois tio e sobrinho morreram num intervalo de poucos meses.
A sua vida santa, mais angélica do que humana, foi avalizada por Deus com prodígios e milagres. Voou para o Céu a 1 de fevereiro de 1302, com 62 anos de idade.  

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

31 de janeiro: São João Bosco

João Bosco é o santo do trabalho, patrono dos aprendizes, educador de jovens. Nasceu pobre naquele Piemonte que foi não só foco da nova Itália política, mas também viveiro da renovação cristã da Itália religiosa. Viu a luz em 1815, em Castenuovo d’Asti, de família camponesa. Contra o parecer dos familiares, a sua mãe Margarida apoiou-se no sentido de ele seguir a vocação sacerdotal para que se sentia atraído. Mas foi-lhe dizendo: “Eu nasci na pobreza, vivi na pobreza, e na pobreza quero morrer. Se tu pretendes ser sacerdote para vires a ser rico, fica sabendo que nunca irei sequer visitar-te!”.
Mas sempre viveu com ele e com os rapazes por ele recolhidos debaixo do famoso alpendre Pinardi, que constituiu o primeiro núcleo das suas obras. Durante toda vida o santo pediu a todos dinheiro e trabalho para aqueles rapazes recolhidos na rua, a fim de os alimentar, educar e iniciar em qualquer ofício. Na época em que nascia o mundo industrial, ele compreendeu que a juventude tinha de estar preparada para a vida, não só moralmente, mas também profissionalmente. Idealizou as primeiras escolas profissionais, donde sairiam não tantos homens cultos, como, sobretudo operários honestos e componentes. Foi um pedagogo autodidata, e quis que nas escolas se aplicasse o método “preventivo”, que consistia em prevenir os erros. Mais do que mestre, considerava-se um “amigo” dos rapazes, pelos quais teve de vencer gravíssimas dificuldades. Um sacerdote que se ocupava de escolas e por todo o lado fundava oficinas, tornava-se suspeito aos olhos dos políticos, liberais de nome, mas, sectário de fato. Pôs a sua obra de educador cristão sob a proteção de São Francisco de Sales, e por isso os seus seguidores receberam o nome de Salesianos.
A sociedade de São Francisco de Sales compreende clérigos e não-clérigos. Além da perfeição cristã dos seus membros, tem como finalidade a educação cristã da juventude por meio de oratórios, escolas de artes e ofícios, colônias agrícolas, casas para aspirantes ao sacerdócio, ministério sacerdotal, atividades de catequese e ação social e missões entre infiéis. Com Santa Maria Dominga Mazarello e outras jovens, o santo deu início ao Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para mulheres do povo. Além disso, fundou a Pia União dos Cooperadores Salesianos, para o incremento da vida cristã, como apoio para as suas instituições e para a educação católica do povo. Erigiu grandes igrejas, entre elas o santuário de Maria Auxiliadora em Turim e a basílica do Sagrado Coração em Roma. Teve contatos com os mais notáveis políticos do seu tempo, e mereceu a confiança de Pio IX e Leão XIII.
Sua morte ocorreu em Turim, a 31 de janeiro de 1888, com 73 anos de idade, as obras dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora tinham-se difundido por todo o mundo. Desde jovem, João Bosco desejara ser irmão franciscano. Mas o Senhor dispôs de outro modo: faz-se Terceiro Franciscano na fraternidade do convento de São Tomás de Turim.

domingo, 29 de janeiro de 2012

30 de janeiro: Santa Jacinta Mariscotti

Nasceu em Vignanello, perto de Viterbo, em 1595. Embora a sua irmã mais velha tivesse abraçado a vida religiosa no convento de São Bernardino de Viterbo, Jacinta não manifestava a menor inclinação para a vida claustral: gostava mais de festas onde pudesse exibir a sua graça e elegância.
Preocupado com esse espírito bastante mundano da filha, o pai resolveu encerrá-la no convento com a irmã. Mudou de casa, mas não mudou de gostos. Quando o pai a foi visitar, disse-lhe ela: “Aqui me tens, vestida de freira, como querias; mas mesmo aqui, quero viver de acordo com a minha condição social”.
Exigiu um quarto mobiliado com todos os requintes de comodidade e de luxo, um regime alimentar especial, e modos de diversão pouco consentâneos com a vida religiosa. Assim viveu no mosteiro, durante 10 anos, como uma jovem rica e nobre. Certo dia adoeceu. Mandaram-lhe um confessor aos seus aposentos. Mas ao deparar com semelhante luxo, o frade recusou-se a atender aquela freira mundana, dizendo: “No paraíso não entram irmãs soberbas e vaidosas”. “Então entrei contrariada num convento para ser condenada?” perguntou a jovem. “Não. Mas tens de mudar de procedimento e reparar o mau exemplo que destes às tuas irmãs”.
Jacinta impressionada com estas palavras, chorou amargamente e decidiu tomar a sério a recomendação do confessor. Conseguiu reparar o mau exemplo que dera, e veio a ser não só uma religiosa exemplar, mas uma santa franciscana. Trocou a soberba pela paciência e a ambição pela humildade. Tornou-se devota e até fervorosa. Mas salientou-se sobretudo na caridade, cheia de delicadeza e ternura para com as irmãs e para com a população de Viterbo, a quem Jacinta socorria em todas as necessidades. Foi ela quem instituiu a devoção das 40 hora durante três dias de carnaval, para atrair graça de Deus em favor das pessoas distraídas por essas diversões mundanas. À sua volta brotara, flores de caridade, milagres e prodígios. Também foi agraciada com o carisma da profecia. Deixou um pequeno diário, autógrafo, com alguns breves pensamentos que traduzem a sua espiritualidade, nutrida de devoção eucarística, de sede ardente de mortificação, de piedade mariana, para levar as almas a perfeição.
Viterbo é a cidade de Santa Rosa e de Santa Jacinta. À sua morte, que ocorreu a 30 de janeiro de 1640, contando ela 45 anos de idade, tocaram todos os sinos da cidade, e todos os corações se comoveram pelo nascimentos para o céu dessa nova flor de santidade.

sábado, 28 de janeiro de 2012

29 de janeiro: Beata Luísa Albertoni

Nasceu em Roma de uma família nobre, em 1473. Perdeu o pai aos dois anos, e por motivo do segundo casamento da mãe foi entregue aos cuidados de tias paternas e da avó materna. Aos 20 anos casou-se, e desse casamento teve três filhas. As suas características mais marcantes foram a fidelidade no cumprimento dos deveres e o amor aos pobres. Dedicou ao marido um santo afeto. Educou as filhas com esmero, orientando-as na oração e nas leituras. Dizia-lhes com frequência que preferia vê-las mortas do que em pecado mortal. Enviuvou aos 30 anos, mas conseguiu aceitar com resignação esse rude golpe.
A morte do marido trouxe-lhe problemas de herança que lhe causaram vexames e humilhações por parte dos parentes. Acompanhou o saque da cidade de Roma, e exerceu incalculável prodigalidade em benefício dos necessitados. Só parte da noite dedicava ao descanso; o resto era para a penitência. Costumava repetir: “Como seria possível viver sem sofrimento, quando se contempla o próprio Deus pregado numa cruz?”. Todas as manhãs participava da celebração eucarística e recebia devotamente a comunhão. O resto do dia era distribuído entre trabalhos domésticos e assistência aos pobres e doentes, a quem visitava nas próprias casas ou nos hospitais. Também dedicava especiais cuidados a raparigas abandonadas ou em perigo.
Dizia com freqüência: “Se Deus nos concedeu bens terrenos de sobejo, foi para os compartilharmos com os mais necessitados”. Por isso distribuiu entre os pobres os seus bens, passou os derradeiros anos de vida em austera pobreza. Morreu a 31 de janeiro de 1533 com 60 anos de idade. Toda a cidade de Roma deplorou a perda dessa mãe de todos os necessitados. Os seus restos mortais são venerados na igreja de São Francisco à Ripa, na cidade onde nasceu para a vida terrena e para a vida eterna.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

28 de janeiro: São João Kisaka ou Kinoia

Natural de Meaco, no Japão, era um indivíduo dotado de simplicidade e doçura de caráter, que vivia na sua boa fé a sua religião pagã. Mas quando conheceu os franciscanos e a religião por eles pregada, procurou ser esclarecido sobre ela, e ficou tão entusiasmado que pediu para ser admitido no TOF, oferecendo-se para prestar assistência aos doentes acolhidos pelos religiosos nos seus hospitais. Tornou-se assim um solícito e carinhoso enfermeiro, que tinha sempre nos lábios uma palavra de consolação e alento para atrair as almas a Cristo. O seu fervor religioso levou o próprio filho a seguir o exemplo do pai, fazendo-se também cristão. A ordem de prisão contra os franciscanos e seus amigos e colaboradores japoneses, emanada de Taicosama na noite de 8 de dezembro de 1596, associou-o aos religiosos franciscanos, a quem tanto devia e que tanto estimava, tornando-se companheiro deles na prisão, na condenação, e finalmente na crucifixão na colina santa dos mártires de Nagasáki, onde dois golpes de lança nas costas lhe abriram o coração. Nesse dia 5 de fevereiro de 1597 o calvário de Nagasáki era uma floresta de cruzes e uma multidão de heróicos mártires. Os cristãos precipitaram-se para lá, a fim de recolherem as suas vestes e as conservarem como relíquias, e para embeberem no sangue desses mártires panos peças de roupa que levavam para o mesmo fim. Entretanto Deus glorificava os seus santos com extraordinários prodígios. Os corpos dos mártires difundiam um delicioso perfume. Durante dois meses estiveram pregados nas cruzes, sem sinais de putrefação. As aves de rapina necrófagas, que naquele lugar costumavam alimentar-se dos corpos dos condenados, planavam em redor dos cadáveres desses mártires, mas não lhes tocavam.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

27 de janeiro: Santa Ângela Merici

A glória de Santa Ângela Merici anda ligada à difusão da Congregação das Ursulinas com as suas escolas para a juventude feminina espalhadas por todo o mundo. Nascida em 1474 em Desenzano sul Garda, recebeu uma sólida formação religiosa, apesar de não ter tido preparação intelectual. Passou a infância e a juventude a ajudar os pais nas lides domésticas. Quando, tendo ela 15 anos, lhe faleceram os pais, foi acolhida com a sua irmã em casa dum tio. Muitas tristezas e provações abriram-lhe o caminho para o encontro com Deus, de quem recebeu alegria e consolação. Foi admitida à ordem terceira franciscana no convento da ilha do Garda, com o seguinte programa: “Renunciar a tudo; procurar alcançar e possuir somente a Deus, bem supremo e eterno; considerar tudo, incluindo-se a si mesma, como nada, para encontrar tudo em Deus”. Dedicou toda vida a piedade, a devotos leituras e meditações, e a praticar obras de misericórdia.
Ângela propôs-se melhorar a sociedade do seu tempo por intermédio da família, atuando sobre a família pelo processo, importante e delicado, duma formação religiosa mais acurada das mulheres cristãs. Depois de haver consagrado a Deus a sua virgindade, encontrou o caminho certo. Deslocou em peregrinações não só por toda a Itália, mas ainda mais longe, como à Terra Santa. De regresso dessa viagem, teve um sonho, em que viu uma escada enorme, que chegava da terra ao céu, por onde subia uma infinidade de meninas; enquanto uma voz a convidava a fundar uma congregação religiosa. Ângela recordou-se então da célebre lenda de Santa Úrsula, a menina de estirpe régia martirizada em Colônia pelos hunos, juntamente com as 11.000 virgens. O exemplo dessa santa e das suas lendárias companheiras ajustava-se bem ao ideal da nova instituição, que Ângela colocou sob a proteção e o título de Santa Úrsula – a congregação das irmãs ursulinas.
Em 1525, tendo ido a Roma para ganhar a indulgência do Jubileu, teve oportunidade de explicar ao papa Clemente VII o seu programa religioso e social e o seu novo instituto. O papa abençoou os seus propósitos e animou-a a prosseguir. Então, em conjunto com Catarina Patengla, Ângela transferiu-se para Bréscia, onde começou a dar execução ao seu ideal. As ursulinas de Bréscia espalharam-se rapidamente por muitas outras cidades. A regra de vida religiosa proposta pela santa era moderna e ágil, adaptada às necessidades da sociedade do seu tempo. As ursulinas continuavam no mundo, sem qualquer sinal externo que as distinguisse das demais senhoras, levavam uma vida pobre, e ocupavam-se na educação de jovens nas aulas, formando-as no trabalho e na piedade. No mundo devastado pelos maus costumes, conseguiram, com a sua integridade de vida, salvar muitíssimas jovens.
Quando Ângela Merici morreu, com 66 anos, a 27 de janeiro de 1540, as ursulinas eram 159. A elas deixou a santa, como recordação e como herança, o seu testamento espiritual, bem como o primeiro esboço da Regra.                                                                                                              

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

25 de janeiro: São Paulo Ibaraki

Os missionários franciscanos difundiram amplamente a terceira ordem franciscana nos núcleos cristãos do Japão, para conseguirem melhores colaboradores no apostolado. Muitos terceiros franciscanos colaboraram generosamente como catequistas nas igrejas, enfermeiros nos hospitais, professores nas escolas, assistentes nos infantários, apóstolos na evangelização. A benção do Senhor fez-se sentir nestas atividades com numerosas conversões de pagãos. Quando irrompeu a perseguição contra os cristãos, entre os que haveriam de sofrer o martírio contavam-se nada menos de 170 terceiros franciscanos, que declararam solenemente: “Somos todos cristãos, discípulos dos missionários franciscanos; com eles pregamos a fé em Jesus Cristo, com eles queremos morrer!”. Os esbirros imperiais limitaram-se a capturar 12 terceiros de Meaco e 3 de Osaka, aos quais logo se juntaram espontaneamente mais 2. Foram assim 17 os irmãos terceiros de São Francisco que com o próprio sangue selaram a sua fé em Cristo.
Contava-se entre eles Paulo Ibaraki, natural do reino japonês de Ovari, e convertido ao cristianismo por São Leão Karasuma. Tendo ingressado na ordem terceira da penitência de São Francisco, não se contentou com sujeitar o corpo a severas penitências. Além disso, desenvolveu grande atividade apostólica na região de Meaco, colaborando com os franciscanos na difusão do catolicismo e na assistência a doentes como enfermeiro. Sujeitava o seu corpo a penitências severas.
Em dezembro de 1596, o governador japonês Hideyoschi, chamado Taicosama, depois dum período de tolerância religiosa, ordenou a prisão dos franciscanos e seus colaboradores. Nessa altura Paulo foi também capturado e condenado à morte. A sentença devia cumprir-se em Nagasáki. Mas antes disso, como aos seus irmãos na fé, foi submetido a duras provas: depois de lhe ser cortada a orelha esquerda, foi exposto, através das ruas da cidade, ao ludíbrio do povo. Na viagem para a cidade-calvário repetiu-se com freqüência esta forma ignominiosa de exposição. Morreu crucificado em Nagasáki a 5 de fevereiro de 1597. Os enfermeiros de hospitais e clínicas deviam ver em São Paulo Ibaraki o seu patrono e proteror, para que, a seu exemplo, a assistência aos doentes se tornasse uma profissão e missão verdadeiramente benéfica para o corpo e para a alma dos pacientes.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

24 de janeiro: Beata Paula Gambara Costa

Era natural de Brescia, onde nasceu a 5 de maio de 1473, duma família nobre e tão cristã, que por motivo do nascimento da filha distribuiu benesses a famílias pobres e a instituições de beneficência. Além da boa educação familiar, foi orientada espiritualmente pelo franciscano André de Quinzano.
Casada em 1485 com o conde Luís Antônio Costa, e foi viver para Bene Vagienna. Na década de 1493 a 1503 alastrou nessa região uma onda de fome, favoreceu com que Paula mostrasse a sua generosidade para com os inúmeros necessitados que lhe batiam à porta.
Em 1488 nasceu um filho que recebeu o nome de João Francisco. Se os primeiros anos do casamento tinham transcorrido sem grandes problemas, agora o conde começava a mostrar-se soberbo e avarento, duro e dado a vícios, a ponto de levar para a própria casa uma amante, com quem conviveu durante doze anos. A situação de Paula mais parecia de prisioneira que de esposa, sendo por vezes vítima de maus tratos físicos, com bofetadas, murros e pontapés. Quando em 1504 a amante do conde foi acometida de doença grave e todas a abandonaram, só Paula se dedicou a cuidar dela e a prepará-la para morrer reconciliada com Deus.
Por fim, o conde rendeu-se à sua heróica virtude, e permitiu-lhe que usasse o hábito de terceira franciscana. Dedicou-se então a educar o filho e prestar assistência a pobres e doentes. Muitas vezes o Senhor premiou a sua caridade com autênticos prodígios. Morreu a 24/01/1515, com 42 anos.

domingo, 22 de janeiro de 2012

23 de janeiro: São Gonçalo Garcia

Nasceu na Índia, em Bazain, filho de pai português e mãe indiana. Completados os estudos no colégio dos jesuítas da terra, aos 25 anos partiu para o Japão, a fim de aí se dedicar ao comércio. Mas quando lá chegou, mudou de ideais, oferecendo-se aos padres jesuítas como catequista, para os ajudar no ministério apostólico. Durante dez anos prestou esse serviço, com abundante fruto de conversões, até mesmo entre os bonzos, com quem não se esquivava a disputar em público sobre a fé.
Depois viajou para as Filipinas. Em Manila, sentindo-se cativado pela vida pobre e penitente dos missionários franciscanos, pediu para o receberem na ordem como religioso. Não tardou a ser escolhido para companheiro e intérprete de São Pedro Batista, quando este em 1593 partiu como comissário para o Japão, onde se estabeleceu em Meaco. Os cristãos, que já conheciam Gonçalo antes de ele entrar na ordem franciscana, acolheram-no com imensa alegria, e facilitaram-lhe o trabalho em diversas atividades da missão.

O decreto de prisão dos franciscanos, emanado do imperador Taicosama na noite de 8 de dezembro de 1596, abriu também a Gonçalo a senda do martírio. Capturado com os confrades e levado a Meaco, ali lhes cortaram o lóbulo da orelha esquerda, conduzindo-os depois num carro através das ruas dessa cidade e de outras povoações, até chegarem a Nagasáki. Aí o crucificaram na colina dos mártires, e o trespassaram pelas costas com duas lanças cruzadas, que lhe destroçaram o coração. Era o dia 5 de fevereiro de 1597. Contava ele 40 anos.

sábado, 21 de janeiro de 2012

22 de janeiro: São Vicente Pallotti

          
Nasceu em Roma a 21 de abril de 1795. Os seus primeiros mestres espirituais foram os próprios pais, de quem pôde dizer: “O Senhor concedeu-me uns pais que eram uns santos, que me iniciaram no caminho da santidade”. Para os estudos superiores começou por frequentar o Colégio Romano, e depois a Universidade de Roma, onde cursou filosofia e teologia. Desde 1810 viveu com uma tia Clarissa, Rita de Rossi, exclaustrada por perseguição anti-religiosa. Foi ela quem substituiu os pais a conduzirem-no pelo caminho da santidade, incutindo-lhe a espiritualidade de São Francisco que inspiraria toda a sua vida, depois de abraçar a ordem terceira da penitência.
Já antes de ser ordenado sacerdote, a 16 de maio de 1818, ele se lançara a interessantes formas de apostolado, como acadêmico das faculdades de dogmática e de escolástica, e confessor ordinário dos seminaristas. Em 1834 fundou a Sociedade do Apostolado Católico. Manteve contatos com cristãos do oriente, num espírito de ecumenismo e missão, e convidava leigos de todas as condições a cooperarem ativamente nessa modalidade de ação católica. A partir da Sociedade do Apostolado católico, por ele fundada, fundou a congregação dos sacerdotes seculares e a congregação das irmãs, e ainda a casa pia da caridade. Trabalhou intensamente em três campos: comprometer os crentes na difusão do Evangelho; conservar, reavivar e fortalecer a fé entre os católicos; e dar mais vida à caridade, socorrendo pobres, visitando doentes e presos e consolando aflitos. Propunha uma mobilização geral de todos, tanto clérigos como leigos, e uma mais eficiente coordenação de todas as forças cristãs. Gregório XVI abençoou e apoiou esse arrojado programa apostólico. Não faltaram dificuldades, mas todas, a sua fé superou.
   Em poucos anos São Vicente Pallotti conseguiu fundar um instituto de sacerdotes e outro de religiosas, e ainda obras de caridade, de educação, de assistência a jovens abandonadas ou em risco. Instituiu o oitavário solene da Epifania, divulgou o apostolado da oração, dedicou a mais terna devoção a Maria, a quem proclamou protetora do apostolado católico, precursor da “Ação Católica”. Faleceu a 22 de janeiro de 1850, com 55 anos de idade.

21 de janeiro: Beato João Batista Triquerie

João Batista Triquerie, religioso e sacerdote da Ordem dos Frades Menores Conventuais, fez parte do glorioso grupo dos 19 mártires de Laval, assassinados em 21 de janeiro de 1794 por causa da fidelidade à Igreja e ao Pontífice Romano. Ele tinha se distinguido pelo seu zelo sacerdotal e pela sua fiel observância à Regra de São Francisco.
Tentado com adulações e ameaças a renegar a fé católica, declarou abertamente: “Sou cristão, católico, sacerdote e filho de São Francisco, manterei a minha fé em Cristo até à morte”. Tinha 57 anos quando sofreu o martírio. O ano de 1794 foi marcado para Laval e toda a França uma forte perseguição religiosa. As humilhações contra os sacerdotes, religiosos e fiéis foram de caráter repressivo.
Entre os catorze sacerdotes que compareceram perante a Comissão Revolucionária do Distrito estava João Batista, juntamente com ele subiram ao patíbulo 359 homens e 102 mulheres. Os mártires tombaram mortos ao cântico do Te Deum. Os cristãos iniciaram o seu culto às ocultas nas tumbas dos mártires.
Em 1861, em Laval, houve uma grande missão pregada pelos sacerdotes, a qual deu muitos frutos de conversão. Para os mártires foi erigido um monumento com essa inscrição: “Aqui, a 21 de janeiro de 1794, catorze sacerdotes heroicos, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida, foram convidados a escolher o juramento contra a Igreja e o Papa ou o martírio; preferiram selar com o seu sangue a pureza de sua fé. Eles, depois de haver nos ensinado o bem, também nos ensinaram a morrer bem para conseguir a vida eterna”.
Fonte: WWW.franciscanos.org.br

20 de janeiro: Beato Pedro Bonilli

 Nasceu em São Lourenço de Trevi (Perusa) em 15 de março de 1841 e morreu em Espoleto em 5 de janeiro de 1935. De família com pequenas propriedades, foi o primeiro dos quatro irmãos. De um ambiente familiar favorável, teve uma mãe piedosíssima e sentiu logo a influência de um santo sacerdote no Colégio Lucarini, que foi seu orientador espiritual, D. Ludovico Pieri, chamado também de o “D. Bosco” de Trevi.
Em 1857 sentiu o chamado para a vocação sacerdotal, sendo ordenado presbítero em Terni e em 19 de dezembro de 1863 foi enviado como pároco a Cannaiola, uma região pobre, onde esteve 35 anos exercendo uma pastoral renovadora, altamente frutuosa, que culminou com a fundação da Congregação das Irmãs da Sagrada Família. Em Cannaiola reinava muita pobreza material e espiritual, como: a libertinagem, o jogo, a embriaguez.
Pedro se empenhou em alimentar seu povo com catequese e formação religiosa, servindo-se dos meios de comunicação social existentes, levando os leigos a assumirem o seu papel na Igreja. Via na família o renascimento da sociedade e da vida eclesial. “Ser família, dar família e construir família”, foi o seu programa.
Em 1898 deixou Cannaiola ao ser nomeado Cônego da Catedral de Espoleto e Reitor do Seminário, colocando a serviço dos futuros sacerdotes a sua riqueza espiritual e a vasta experiência adquirida nos largos anos de seu ministério pastoral. Em sua espiritualidade se destaca a grande difusão do culto à Sagrada Família, a qual a imitou com verdadeiro espírito franciscano na humildade e pobreza.
Em 5 de janeiro de 1935 terminou a sua jornada na terra, vindo a falecer aos 95 anos de idade, cuja vida foi consagrada ao serviço da formação do clero e na ajuda aos pobres.

Fonte: WWW.franciscanos.org.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

19 de janeiro: Santa Eustóquia Calafato de Messina

Natural de Messina, onde veio ao mundo a 25 de março de 1434. A mãe, cristã fervorosa, era admiradora e discípula dos formadores Beato Mateus de Agrigento, São Bernardino de Sena, São João de Capistrano e São Tiago da Marca, que se empenharam em reconduzir os filhos de São Francisco à lídima observância da regra e foram os artífices do “século de ouro” do franciscanismo. A filha aprendeu com ela as primeiras orações, o amor ao sacrifício, às boas obras e a Jesus Crucificado, e herdou dela a simpatia pelos franciscanos.
Em 1444 o pai prometeu-a em casamento a um viúvo de idade avançada, que faleceu antes de se realizar o projetado enlace. Entretanto ela sentia-se cada vez mais atraída pelo Esposo celestial, até decidir a deixar o mundo e a entregar-se inteiramente ao Senhor, abraçando a vida religiosa. Em 1449, superadas fortes resistências por parte dos familiares, foi admitida entre as clarissas de Santa Maria de Basicó, em Messina. Distingui-se desde noviça por eminentes qualidades de espírito e de coração. Percorreu com entusiasmo o árduo itinerário da perfeição seráfica. Para induzir a comunidade à genuína observância da regra, decidiu fundar um novo mosteiro. Com a ajuda de familiares e outros benfeitores, realizou esse sonho numa fundação, chamada Montevirgem, junto a Messina, sendo acompanhada por um grupo de jovens que com ela decidiram consagrar a vida ao esposo celeste.
Passara 11 anos no antigo mosteiro, onde nem todas as irmãs cumpriam a austera regra de Santa Clara. Ao dar início à nova fundação, Eustóquia pô-se em sitonia com a reforma, tendente ao retorno às fontes do franciscanismo, iniciada por São Bernardino de Sena e logo seguida por Santa Coleta, São Pedro de Alcântara e Santa Teresa de Ávila. Desempenhou o cargo de abadessa até a morte, e assim conseguiu infundir uma fisionomia autenticamente franciscana à nova fundação.
Com prudência, bondade e solicitude, estimulava as irmãs no caminho da caridade, incitando-as, com o exemplo e conselhos, ao amor à cruz, à pobreza e à perfeição, e com os singulares carismas, visões e curas com que Jesus exaltava a sua esposa fiel. E quando o esposo a chamou para a união eterna, a 20 de janeiro de 1485, ela saiu-lhe ao encontro com a lâmpada acesa, rodeada das suas 50 companheiras, para receber a preciosa herança.

18 de janeiro: Beato Manoel e Sol

 Nasceu em Tortosa, na província espanhola de Terragona, a 1 de abril de 1836, numa época de intensas lutas políticas e anticlericais, mas herdou dos pais o amor a Eucaristia e aos pobres. Aos 15 anos entrou no seminário, e foi ordenado sacerdote em 2 de junho de 1860. Como pároco, durante dois anos dedicou-se à catequese e à pregação. Por desejo do bispo, doutorou-se em teologia na universidade de Valência. Em favor da juventude fomentou o ensino religioso nas escolas, combateu erros com a difusão de impressos, foi diretor espiritual de muita gente, ocupou-se do mundo operário, fundou a “Juventude Católica”, promoveu o culto eucarístico, dedicou especial cuidado aos pobres. As 4.630 cartas que dele se conservam exprimem bem a profunda humanidade e o zelo incansável desse sacerdote.
O seu encontro com Ramón Valero deu novo impulso a uma das suas atividades mais caras, as vocações eclesiásticas, desprovidas de sedes adequadas. Para obviar essa falta, fundou diversos colégios na Espanha e em Portugal, e em Roma o Colégio Espanhol. Para a direção desses seminários, “movido por inspiração sobrenatural clara e sensível”, fundou em 1881 a Congregação dos Operários Diocesanos do Sagrado Coração. Era especialmente amigo das Clarissas.
Faleceu com 73 anos, abatido mais pelos trabalhos que pela idade.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

17 de janeiro: Beato José Nascimbeni

Nasceu em Torres de Benaco, na diocese e província de Verona, a 22 de março de 1851. O pai, carpinteiro, e a mãe, dona de casa, constituíam uma família economicamente modesta, mas religiosamente rica. Aprendeu as primeiras letras na escola da terra natal, mais tarde cursou o colégio dos Jesuítas em Verona e por fim entrou no seminário diocesano. Ordenado sacerdote a 9 de agosto de 1874, foi nomeado vigário cooperador em São Pedro de Lavagno, e mais tarde em Castelleto, onde passou a ser pároco em 1885. Durante 37 anos esteve à frente dessa paróquia, desempenhando intensa atividade pastoral e social, sobretudo em favor dos jovens, dos doentes e pobres. Dedicava especial cuidado aos moribundos, a quem nunca faltava com os sacramentos. Das autoridades civis conseguiu para a freguesia serviços de correio e de telégrafo e a construção dum aqueduto. Durante a primeira grande guerra mundial notabilizou-se na assistência aos soldados. Para atender às necessidades do povo com “obras de caridade espiritual e corporal”, fundou a 4 de novembro de 1892 as irmãzinhas da sagrada família, em colaboração com a serva de Deus Maria Dominga Mantovani.
Em 31 de dezembro de 1916, durante a celebração da Eucaristia, foi vítima duma hemiplegia do lado esquerdo. Embora fisicamente diminuído, suportou com admirável paciência essa paralisia até a morte, ocorrida a 21 de janeiro de 1922, contando ele 71 anos. Acolheu a morte como libertação, exclamando: “Viva a morte, porque é o princípio da vida!”.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

9 de janeiro: São Filipe de Jesus

Filipe de Jesus, nascido no México, era filho de Afonso Las Casas e Maria Martínez. Jovem de caráter fogoso, indisciplinado, indócil e brigão, disse um dia a mãe: “Ando a pensar em me fazer franciscano”. A mãe respondeu com uma gargalhada. “Não te rias – continuou o filho –; não tardará muito a veres-me vestido com o hábito franciscano”. Nesse mesmo ano entrou para o noviciado; porém passados poucos meses, regressou a casa. Os pais mandaram-no então para Manila, nas Filipinas, para se dedicar ao comércio. No seu estilo de vida doidivanas e esbanjador, conquistou muitos amigos; mas depressa perdeu a todos, quando se viu na miséria , sem um centavo. Essa circunstância levou-o a mudar de vida, e a pedir aos frades menores que o admitissem de novo na ordem. Conseguido esse intento, dedicou-se à oração, à penitência e à intimidade com Deus, numa vida edificante.
Os seus pais, que andavam a par de todas as peripécias do filho, pediram aos superiores que autorizassem Filipe a regressar ao México, a fim de terminar os estudos eclesiásticos e ser ordenado sacerdote. O pedido foi aceito, e ele embarcou em Manila, de regressou à pátria. Durante a viagem viu, do lado do Japão, formar-se uma cruz, inicialmente branca e rodeada dum clarão de luz, que pouco depois mudou de cor para vermelha, e em seguida foi ocultada por uma nuvem. Filipe teve então o pressentimento: “É esta a cruz que o Senhor me reserva no Japão”. Não tardou a desencadear-se uma furiosa tempestade que obrigou o capitão do navio a demandar um porto de abrigo no arquipélago japonês. Mas a nave foi capturada, e os passageiros feitos prisioneiros. Filipe foi enviado para o convento de Osaca. Daí o enviou São Pedro Batista para Meaco, a fim de ele se preparar para o sacerdócio, mas o Senhor iria coroá-lo antes com a palma do martírio. Em companhia de vários confrades e outros irmãos terceiros, foi preso e condenado à morte de cruz na colina de Nagasáki. Contava 23 anos. O México escolheu-o como padroeiro.

8 de janeiro: São Francisco Branco

No dia 5 de fevereiro de 1597 morreu crucificado em Nagasáki, juntamente com 22 companheiros. Natural de Monterrey, na região da Galiza (Espanha), foi pelos pais enviado para a universidade de Salamanca, onde sobressaiu pela inteligência e pela candura.
Ainda muito jovem, abandonou tudo para se fazer irmão menor na província de Santiago de Compostela. No convento era por todos visto como um anjo de piedade e de inocência. Atingiu tão elevado grau de perfeição seráfica, que quando os irmãos, mais tarde, tiveram notícia do seu martírio, comentaram que ele tinha conquistado três coroas: a do martírio, a da santidade e a da inocência.
Do P. Ortiz, que já encaminhara para as missões das Filipinas 16 religiosos franciscanos, obteve o consentimento para se associar à expedição, embora na altura fosse apenas diácono. Foi ordenado sacerdote durante a permanência dos missionários no México. Terminados os estudos teológicos em Manila, tendo por mestre São Martinho da Ascensão, viajou para o Japão, onde o Senhor lhe reservava a palma do martírio.
Preso a 9 de dezembro em Osaca, foi levado com vários companheiros a Meaco, onde a 2 de janeiro a todos cortaram as orelhas esquerdas. Daí foram levados numa carroça, e expostos à irrisão de toda gente, até Nagasáki, onde foram crucificados a 5 de fevereiro de 1597.

sábado, 7 de janeiro de 2012

7 de janeiro: Beato Mateus de Agrigento

Mateus de Gallo Cimarra, de pais espanhóis, nasceu em Agrigento (Sicília), no mesmo ano que São Bernardino de Sena: 1380. Iniciado pela mãe nas virtudes cristãs da fé, bondade, pureza e temor de Deus, o jovem correspondeu generosamente aos desvelos maternos. Aos 18 anos ingressou na ordem franciscana. Na Espanha doutorou-se em filosofia e teologia; foi ordenado sacerdote em 1403; e durante quatro anos lecionou aos irmãos.
Quando São Bernardino de Sena iniciava na Itália seu apostolado, Mateus foi ter com ele, e por ele foi acolhido como companheiro de pregação. Trabalharam juntos durante uns 15 anos na difusão do culto do SS. Nome de Jesus e da devoção à Virgem Maria, empenhando-se ainda em restituir à ordem franciscana o ideal primitivo. Edificou muitos conventos e centros de espiritualidade franciscana. Em 1443 foi eleito ministro provincial da Sicília, onde já havia 50 conventos, 38 dos quais dedicados a Santa Maria de Jesus.
Entusiasmado com a devoção ao Nome de Jesus, percorreu toda a Sicília a pregar o evangelho, a recordar aos sacerdotes a sua dignidade, a reavivar a fé do povo, a converter os pecadores – e Deus corrobava com milagres a sua pregação. Foi mestre e artífice de Santos, que foram também seus colaboradores, como os Beatos João de Palermo, Cristovão Giudici, Gandolfo de Agrigento, Arcângelo de Calatafimi, Lourenço de Palermo, e São Eustóquia de Messina.
São Bernardino de Sena fora acusado de heresia perante o papa Martinho V por pregar o culto ao nome de Jesus. O Beato Mateus, com São João de Capistrano, defenderam com energia o grande mestre, e venceram a causa.
Nomeado bispo de Agrigento por Eugênio IV, desenvolveu uma intensa atividade pastoral: reformou o rebanho, extirpou os abusos, restaurou a disciplina, destinou aos pobres as avultadas rendas da diocese, combateu a simonia. Foi injustamente acusado ao papa Eugênio IV, que o chamou e ouviu, e o declarou inocente. Após três anos de episcopado, renunciou à diocese e alcançou do papa autorização para regressar ao convento de Santa Maria de Jesus de Palermo. Aí viveu os últimos anos em silêncio e oração, dando exemplo admiráveis virtudes. A 7 de janeiro de 1451, com 71 anos, passou ao descanso eterno. A sua sepultura tornou-se célebre por freqüentes milagres.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

6 de janeiro: São Carlos de Sécia


Chama-se João Carlos Melchior. Nasceu em Sécia (Sezze Romano), na Lázio, a 19 de outubro de 1613 e aí passou a sua juventude. Fez-se frade menor aos 22 anos. Viveu em vários conventos da Lázio, permanecendo sempre irmão não clérigo, servindo como esmoler, hortelão, cozinheiro e sacristão. Desejou ser missionário na Índia, mas não chegou a partir. Os últimos anos foram passados em São Francisco de Ripa. Era irmão mais humilde, mas o primeiro na obediência, na castidade e na pobreza.
Partilhou com os outros a alegria franciscana através da poesia popular, com muita sensibilidade e estilo popular da Lázio. Como poeta que exprimia a plenitude do amor divino, pode-se considerar herdeiro de Jacopone de Todi. Como “escritor sem letras”, como a si mesmo se designava, escreveu muitas obras, nem todas as publicadas. Entre as que estão publicadas, contam-se: “As três vias”, O semana sagrada”, “Os discursos sobre a vida de Jesus” e a sua “Autobiografia” que escreveu em obediência ao seu confessor.
Em outubro de 1648, enquanto orava na igreja de São José de Capo Le Gase, o seu coração foi traspassado por um dardo de luz vindo da Sagrada Hóstia, que o marcou com uma chaga para toda a vida. A chama do amor de Deus e dos irmãos elevou-o a uma alta sabedoria. Foi objetivo de sua vida oferecer-se a Deus em holocausto puro e perfeito, na humildade, na penitência, na devoção ardente à Paixão de Cristo, à Eucaristia e à Virgem Imaculada. Deus reservou-lhe dons extraordinários: visões e revelações, conhecimento das verdades teológicas e ascéticas e um amor ardente. O segredo da sua santidade esteve na oração e na penitência austera, no esforço permanente de viver unido a Jesus na paixão e na morte redentora.
Durante muitos anos, na sua qualidade de esmoler, andando de porta em porta, por Roma, procurando almas, anunciou-lhes a mensagem alegre do Evangelho, levando-as ao caminho de Deus. Faleceu a 6 de janeiro de 1670.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

5 de janeiro: Beato Rogério de Tódi

Rogério de Tódi foi um dos primeiros companheiros e seguidores de São Francisco, cujo exemplo São Francisco costumava definir o irmão ideal por ele sonhado. O verdadeiro frade menor deve ter a fé de Fr. Bernardo, a simplicidade e pureza de Fr. Leão, a afabilidade de Fr. Ângelo, o garbo de Fr. Masseu, a paciência de Fr. Junípero, a solicitude de Fr. Lucílio e a caridade de Fr. Rogério.
Tendo em conta a sua sensatez, aliada a um ardente fervor missionário, São Francisco enviou-o à Espanha para lançar nessa península os alicerces da ordem franciscana. Aí acolheu muitos pretendentes à nova forma de vida, erigiu conventos, que organizou como província religiosa. Uma vez cumprida essa missão de organizar, regressou à Itália. São Francisco confiou-lhe então a direção espiritual do mosteiro das clarissas fundado pela Beata Filipa Maréri, depois dessa mulher, duma atividade excepicional e quase desconcertante, ter optado por uma vida mais tranqüila, num eremitério rural, como penitente e guia de outras penitentes.
Seguindo a prudente orientação do franciscano Rogério, essa comunidade de Filipa Maréri, que a princípio não apresentava uma característica bem definida, veio a adotar a Regra da II segunda ordem franciscana, que o próprio São Francisco sugeria para Santa Clara e suas irmãs, e já começava a produzir copiosos frutos espirituais. Vinculada ao franciscano de Tódi por uma afetuosa devoção, Filipa progrediu imenso na perfeição. E quando sentiu a proximidade da morte, pediu para ele lhe assistir e a confortar. E no elogio fúnebre, foi por ele proclamada e invocada com uma santa.
Rogério pouco tempo sobreviveu à sua filha espiritual. Regressou a Tódi, onde a sua santidade começava a traduzir-se em milagres. Meditava com frequência no nascimento de Jesus, que lhe aparecia em forma de criança, deixando-se receber e acarinhar nos seus braços. Uma paralítica, depois de receber a sua bênção, voltou a poder andar. Uma doente mental, que se descontrolava e descompunha, ficou perfeitamente curada ao simples contado da sua mão. A 5 de janeiro de 1237 chamou Deus ao prêmio eterno esse seu servo bom e fiel. Foi beatificado por Gregório IX, que o conheceu pessoalmente.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

4 de janeiro: Santa Ângela de Foligno

Ângela de Foligno é uma grande mística, da envergadura de Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila, Santa Catarina de Génova e Santa Gema Galgáni.
Oriunda de família nobre, embora na juventude se tenha deixado seduzir pelo espírito mundano e prestado culto à vaidade feminina, veio a ser uma esposa e mãe exemplar. Quando, passado pouco tempo, se viu privada de toda a família, renunciou a todos os bens terrenos e ingressou na ordem terceira da penitência, fundada por São Francisco. A conversão ocorreu em 1285. Fez uma confissão geral perante o Padre Arnaldo ou Adão de Foligno, que desde essa altura foi o seu diretor espiritual e confidente. Dedicou o resto da vida à penitência e à caridade fraterna, que chegava ao heroísmo na assistência a leprosos. A sua doutrina, e sobretudo o seu exemplo, atraíram em redor dela um grupo de espíritos religiosos, entre os quais o célebre Fr. Ubertino de Casal.
Em 1292, como resultado duma peregrinação a Assis, dá uma nova e radical orientação à vida, distribuindo-a entre a penitência, a contemplação e a caridade para com outras mulheres que a ela se confiam como mestra espiritual. Viu-se então que Deus a escolhera para nela derramar o seu amor e lhe confiar revelações sublimes sobre os seus mistérios. Obedecendo à inspiração divina, sentiu-se obrigada a confidenciar ao seu confessor as visões e revelações que tinha, elementos da mais requintada mística cristã e franciscana. Dedicava especial predileção aos mistérios de Jesus a sofrer na cruz e ao sacrifício eucarístico. “O livro das admiráveis visões e consolações” é um tratado completo de teologia e mística. Apesar de nunca ter feito estudos teológicos, Ângela foi homenageada como “mestra de teólogos”. A sua sabedoria não era fruto de estudos, mas apenas de inspiração divina. Deus mostra uma predileção especial por ela, e Cristo não cessa de lhe falar. Para ela nada existe senão Cristo, por quem ela se imola e se consome.
Voou para o Céu a 3 de janeiro de 1309, e o seu corpo foi sepultado na igreja de São Francisco da sua cidade natal. No livro das suas visões, escrito por Fr. Arnaldo, Ângela continua viva e palpitante no meio de nós, a repetir-nos “que toda a gente pode e deve amar a Deus, em quem se encontra a plena felicidade. Deus não nos pede senão amor, ele que é o verdadeiro amor das almas”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

3 de janeiro: Santíssimo Nome de Jesus

Embora venerado desde os primeiros tempos na Igreja, o Nome de Jesus só na Idade Média, a partir do século XIV, começou a ter culto litúrgico, tendo sido os franciscanos quem mais contribuiu para a difusão dessa devoção piedosa. E em 1530, o papa Clemente VII autorizou esse culto, com missa e ofício divino, na Ordem Franciscana.
São Francisco, conforme referem os seus biógrafos e ele mesmo dá a entender no Testamento, manifestava uma especial ternura para com o nome de Jesus. Era tal o seu respeito, que se encontrava algum pedaço de papel com esse nome escrito, logo o recolhia, para que ninguém, mesmo sem querer, o calcasse aos pés. E recomendava aos irmãos que fizessem o mesmo. Quando pronunciava esse nome, sentia-se invadido duma tal doçura, que parava um pouco para a saborear.
O mais ardente propagandista da devoção ao nome de Jesus foi São Bernardino de Sena, que por meio dessa devoção conseguiu converter muita gente à vida evangélica, despertar a fé e desenraizar vícios. Pioneiro dos modernos meios áudio-visuais, difundia e expunha à veneração dos fiéis um monograma com o nome de Jesus. Sendo acusado de heresia perante o papa Martinho V, acorreu em defesa do seu mestre outro grande pregador franciscano, São João de Capistrano, em controvérsia pública foi reconhecida pelo papa a ortodoxia de São Bernardino e confirmada a conveniência de tal devoção. Organizou-se então uma solene procissão por várias ruas de Roma – autêntica apoteose do Nome de Jesus.
A frente dum exército cristão, em Belgrado, São João de Capistrano, invocando o Nome de Jesus, derrotou e pôs em fuga as hostes muçulmanas. São Tiago da Marca, invocando o mesmo Nome, curava enfermos, expulsava demônios e realizava milagres. São Leonardo de Porto Maurício, os Beatos Alberto de Sarteno, Bernardino de Féltria, Mateus de Agrigento, Marcos Fantuzzi de Bolonha e muitos outros, foram apóstolos entusiastas desta devoção.
“Nome de Jesus, Nome glorioso que está acima de todos os nomes, alegria e gozo de anjos e santos, em ti repousa a esperança da graça e a confiança da glória. Nome dulcíssimo, em ti tem origem a renovação da vida e o perdão dos pecados. Tu enches as almas de delícias celestiais e afasta-las das vaidades do mundo. Nome cheio de graça, por ti os nossos olhos contemplam a profundidade dos milagres, os nossos corações se inflamam de santo amor, recobram forças para a luta e afugentam os perigos. Nome glorioso, nome admirável, nome delicioso e digno de toda a nossa veneração, nome dulcíssimo de Jesus, nosso Rei! Com a abundância das tuas graças consegues levantar-nos acima da baixeza da nossa terra miserável e elevar-nos até às alturas divinas. Concede-nos, ó Jesus, que todos quanto se consagram ao teu Nome, nele encontrem a salvação e a glória. Amém.” (São Bernardino de Sena).