Os missionários franciscanos difundiram amplamente a terceira ordem franciscana nos núcleos cristãos do Japão, para conseguirem melhores colaboradores no apostolado. Muitos terceiros franciscanos colaboraram generosamente como catequistas nas igrejas, enfermeiros nos hospitais, professores nas escolas, assistentes nos infantários, apóstolos na evangelização. A benção do Senhor fez-se sentir nestas atividades com numerosas conversões de pagãos. Quando irrompeu a perseguição contra os cristãos, entre os que haveriam de sofrer o martírio contavam-se nada menos de 170 terceiros franciscanos, que declararam solenemente: “Somos todos cristãos, discípulos dos missionários franciscanos; com eles pregamos a fé em Jesus Cristo, com eles queremos morrer!”. Os esbirros imperiais limitaram-se a capturar 12 terceiros de Meaco e 3 de Osaka, aos quais logo se juntaram espontaneamente mais 2. Foram assim 17 os irmãos terceiros de São Francisco que com o próprio sangue selaram a sua fé em Cristo.
Contava-se entre eles Paulo Ibaraki, natural do reino japonês de Ovari, e convertido ao cristianismo por São Leão Karasuma. Tendo ingressado na ordem terceira da penitência de São Francisco, não se contentou com sujeitar o corpo a severas penitências. Além disso, desenvolveu grande atividade apostólica na região de Meaco, colaborando com os franciscanos na difusão do catolicismo e na assistência a doentes como enfermeiro. Sujeitava o seu corpo a penitências severas.
Em dezembro de 1596, o governador japonês Hideyoschi, chamado Taicosama, depois dum período de tolerância religiosa, ordenou a prisão dos franciscanos e seus colaboradores. Nessa altura Paulo foi também capturado e condenado à morte. A sentença devia cumprir-se em Nagasáki. Mas antes disso, como aos seus irmãos na fé, foi submetido a duras provas: depois de lhe ser cortada a orelha esquerda, foi exposto, através das ruas da cidade, ao ludíbrio do povo. Na viagem para a cidade-calvário repetiu-se com freqüência esta forma ignominiosa de exposição. Morreu crucificado em Nagasáki a 5 de fevereiro de 1597. Os enfermeiros de hospitais e clínicas deviam ver em São Paulo Ibaraki o seu patrono e proteror, para que, a seu exemplo, a assistência aos doentes se tornasse uma profissão e missão verdadeiramente benéfica para o corpo e para a alma dos pacientes.
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