segunda-feira, 26 de maio de 2014

27 de maio: Beato Mariano Roccacasale

 Nasceu a 14 de julho de 1778 em Roccacasale, Áquila, Itália, dum casal de agricultores e pastores profundamente crentes, que no batismo lhe deram o nome de Domingos. Depois do casamento dos irmãos, ficou ele com os pais, encarregado dos rebanhos. O ambiente solitário de campos e redis influenciou-lhe o temperamento para a reflexão e o silêncio, que lhe permitiram perceber a voz do Senhor a dizer que o mundo não era para ele. Contava então 23 anos. Não podendo resistir a essa força interior, decidiu seguir a Cristo mais de perto.
Para isso tomou o hábito franciscano no convento de Arisquia, com o nome de Mariano, e feita a profissão religiosa, ali permaneceu 12 anos. A sua vida pode resumir-se em duas palavras: oração e trabalho, como duas cordas em que vibrava toda a sua existência. Desempenhava escrupulosamente todos os encargos que lhe confiavam: carpinteiro habilidoso, hortelão, cozinheiro e porteiro. Mas os seus anseios de santidade não encontraram em Arisquia ambiente favorável, não por culpa dos confrades ou dos superiores, mas simplesmente porque aquela época não propícia a vida religiosa nos conventos. Só depois de o papa regressar a Roma em 1814 é que a via conventual conseguiu recompor-se, e mesmo assim com lentidão e muitas dificuldades. Foram precisos vários anos para os religiosos regressarem aos conventos e a vida de oração e de apostolado reflorescer nos claustros.
Nessa altura, quando frei mariano contava 37 anos, chegando-lhe aos ouvidos o nome do Retiro de S. Francisco em Bellegra, onde alguns santos religiosos tinham conseguido restaurar uma vida regular e austera, pediu aos superiores que o deixassem ir para lá, e obteve autorização. Aí ficou encarregado da portaria, cargo que desempenhou por mais de 40 anos e constituiu o seu meio específico de santificação.
Abriu a porta a muitos pobres, peregrinos e viajantes, e converteu muitos corações fechados até ali à graça divina. Para todos tinha um sorriso, sempre acompanhado da saudação franciscana: “Paz e bem!”. Começava com o gesto de humildade de lhes beijar os pés, instruir nas verdades da fé e rezar com ele três ave-marias; só depois se ocupava da parte material, lavando-lhes os pés, acendendo uma fogueira se estava frio, e dando-lhes sopa, juntamente com bons conselhos. Nunca se queixava de excesso de trabalho nem dava sinais de cansaço.
A fonte de tanta virtude era sem dúvida a oração. Todo o tempo livre dedicava-o à adoração eucarística e à participação na missa. Faleceu no dia do Corpo de Deus, dia 31 de maio de 1866, e no dia 31 de maio se celebra sua memória.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

26 de janeiro: São Gabriel de Duísco

Gabriel, pajem do governador de Meaco, descendia duma nobre e antiga família japonesa. A gentileza no trato, a doçura de caráter e a sua esbelta figura granjeavam-lhe o apreço e o carinho de todos. Como administrador e amigo dos franciscanos de Meaco, ia com frequência cavaquear com eles, especialmente quando os encontrava na corte do imperador. Iluminado pela graça divina, pediu o batismo e decidiu fazer-se terceiro franciscano. Ansioso por consagrar a vida ao bem dos irmãos, foi acolhido no convento para dar início aos estudos necessários para a vida franciscana e para o sacerdócio. Muitos amigos, instigados pelos bonzos, começaram a ir ao convento, a ver se o persuadiam a regressar ao mundo e ao paganismo – ao que ele se recusava sempre com firmeza inabalável. A ofensiva mais violenta partiu dos próprios pais, que, enfurecidos, foram ao convento com um bom grupo de pessoas, decididos a fazê-lo voltar a casa à força. Gabriel prostrou-se diante deles e suplicou-lhes: “Meus queridos pais, pelo amor que sempre lhes dediquei, peço-lhes que me deixem viver em paz em companhia dos padres missionários. Se me amam de verdade, não me privem duma tão grande felicidade. Foi Deus quem me chamou, e deseja que eu viva para ele. Iriam vocês opor-se à sua vontade? Saibam que me entreguei totalmente com os pais sobre a religião católica, e exortou-os a abraçarem-na também eles, para alcançarem a salvação eterna. A mãe objetou: “Não compreendes, meu filho, o grande erro em que caíste? Que felicidade podes alcançar em companhia desses estrangeiros, tão pobres que para sobreviverem têm de andar e pedir esmola?”. Gabriel respondeu: “Minha mãe, eu sigo esses pobres, porque eles seguem a Jesus Cristo, Rei do céu e da terra, juiz justo que não deixa de recompensar os bons com a glória do paraíso, e castigará os maus com as penas do inferno. Se os franciscanos são pobres, são-no por amor a Jesus, para nos mostrarem que infinitamente mais valiosos que os bens da terra são os do céu. Eles vieram indicar-nos a nós, mergulhados em trevas, o caminho certo para alcançar os bens eternos. Por isso lhe peço que me deixe em paz. Nunca a minha própria mãe conseguiria convencer-me do contrário, nem com ameaças, nem sequer com a morte”. Estas palavras comoveram profundamente os pais, que o abraçaram com ternura e o deixaram em paz, como ele pedira. Viveu apenas três anos no convento de Meaco. Com idade de 19 anos recebeu a coroa dos mártires na colina de Nagasáki, a 5 de fevereiro de 1597.

domingo, 26 de agosto de 2012

26 de agosto: Beato João de Santa Marta


 
João de Santa Marta nasceu em Tarragona, Espanha. Aos 8 anos era menino do coro, cantor, na catedral de Saragoça; começou então a estudar latim e a dedicar-se mais a fundo à arte musical, vindo depois a fazer parte do grupo coral da catedral de Samora. Ingressando em seguida na ordem franciscana, preocupou-se com ser fiel à graça da vocação, tender à perfeição e tornar-se modelo de virtudes religiosas.
Ordenado sacerdote, sentiu-se inspirado por Deus a dedicar-se ao apostolado entre infiéis. Partiu para as Filipinas com Frei Sebastião de S. José e outros 30 missionários franciscanos, muitos dos quais não tardariam a dar a vida por Cristo.
Das Filipinas passou ao Japão, onde abriu uma escola de música que chegou a reunir mais de 400 alunos, a quem ensinava canto, órgão e outros instrumentos. No Japão exerceu durante 10 anos um intenso apostolado, evangelizando várias províncias. Encarregado de orientar superiormente a missão de Fuscimi, mostrou-se um autêntico apóstolo de Cristo, infatigável na ação missionária. Fiel ao espírito da pobreza seráfica, usava uma túnica remendada e andava descalço, sem sandálias, mesmo na estação mais rigorosa. Tais exemplos de virtude merecem a veneração dos cristãos e a admiração dos próprios pagãos.
Quando foi promulgado o édito da perseguição em 1614, Fr. João de Santa Marta foi desterrado. Não tardou muito, porém, a regressar ao Japão, disfarçado de japonês, e escolheu precisamente as províncias onde a perseguição era mais violenta. O santo missionário visitava os cristãos nas suas casas, fortalecia os vacilantes, reconduzia ao seio da Igreja os apóstatas, administrava os sacramentos, e celebrava missa todos os dias, ora num lugar, ora noutro. À noite nunca dormia em qualquer casa: recolhia-se em qualquer sítio abrigado, num monte ou num bosque, e aí repousava.
Apesar de todas as precauções, veio a ser apanhado e metido em prisão, onde viveu três anos no meio de indizíveis sofrimentos. Por isso foi com certo alívio que viu aproximar-se o dia da última prova. Nem mesmo enquanto o conduziam ao suplício ele deixou de pregar o Evangelho, terminando por entoar o Te Deum em ação de graças. Ao chegar ao lugar do martírio, orou pelos perseguidores, ergueu os olhos ao céu, e ofereceu a cabeça ao machado do verdugo. Era o dia 16 de agosto de 1618, e o quadragésimo ano da vida do mártir. Alguns fragmentos do seu corpo desconjuntado, recolhidos por cristãos e rodeados de veneração, deram origem a prodígios.

sábado, 25 de agosto de 2012

25 de agosto: São Luís IX, rei da França


 Nascido a 25 de abril de 1215, o futuro rei da França recebeu uma rígida educação por parte da mãe, Branca de Castela, que dessa forma pretendia encaminhá-lo para a santidade. Começou a reinar com 11 anos, em 1226. Casado com Margarida da Provença, o jovem rei impunha-se diariamente exercícios de piedade e penitência, no meio do mundanismo duma corte elegante e pomposa. Viveu no palácio real com a austeridade de vida do mosteiro mais rígido, e fez de todo o país o campo duma inesgotável caridade. Quando o apodavam de excessivamente pródigo com os pobres, respondia: <<Prefiro que o excesso de despesas de que sou tachado seja de esmolas dadas aos pobres por amor de Deus, do que de luxo, vaidade e ostentação mundana>>.
Amante da simplicidade e zeloso pela justiça, a todos ouvia debaixo do célebre carvalho no bosque de Vincennes, onde emitia as suas sentenças, justas e serenas, para bem do reino. Disse uma vez ao seu primogênito e herdeiro do trono: <<Preferia que viesse um escocês ou outro estrangeiro a governar bem este reino, com justiça e lealdade, do que seres tu, meu filho, a governá-lo mal>>.
Um sonho que acalentou durante toda a vida foi o de libertar a Terra Santa do poder dos turcos. Mas uma primeira cruzada por ele promovida redundou em fracasso: o exército cristão foi derrotado pelas armas o exército cristão foi derrotado pelas armas e dizimado pela peste, e o rei foi feito prisioneiro. Tal foi o resultado lastimável da expedição. Mas as virtudes do rei cativo impressionaram de tal forma os mulçumanos, que o alcunharam de “sultão justo”.
Numa segunda e também desafortunada expedição ao Oriente, veio mesmo a morrer, vitimado pelo tifo, em 1270. Antes de expirar, mandou dizer ao sultão de Tunes: <<Estou decidido a passar toda a vida como prisioneiro dos sarracenos, sem jamais ver a luz, se tu e o teu povo se fizerem cristãos>>.
Os terceiros franciscanos festejam-no hoje como seu padroeiro. Aprouve a Deus que fosse um terceiro franciscano o encarregado de exercer a caridade em terras de França. A história recorda-o como um soberano cheio de sabedoria divina, aliada a notável prudência e energia humana. Pôs em prática todas as obras de misericórdia convencionais. Traduziu a fé cristã em atitudes concretas, não só na sua pessoal maneira de viver, mas também no modo de governar segundo os desejos de Deus e os preceitos da religião. Morreu com 55 anos de idade, a 25 de agosto de 1270. O seu corpo foi levado para França e repousa na igreja de S. Dinis.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

24 de agosto: Beato Pedro da Assunção


Era natural duma pequena cidade da arquidiocese de Toledo. Tendo abraçado a ordem dos frades menores, depois da ordenação sacerdotal desempenhou durante algum tempo o ofício de mestre de noviços. Entusiasmado pela propaganda missionária de João o Pobre, decidiu partir para o Extremo Oriente em companhia doutros confrades. Após breve permanência nas Filipinas, desembarcou no Japão em 1601, e aí desenvolveu intenso apostolado na zona de Nagasáki, onde mais tarde dirigiu o convento franciscano.
A santidade da sua vida fez dele um irmão muito estimado e procurado. Numerosos fiéis acorriam ao seu confessionário, onde ele passa todos os dias horas a fio. Em 1611 a situação religiosa do Japão tornou-se crítica: por ordem das autoridades, os missionários de origem estrangeira teriam de abandonar o território japonês. Frei Pedro preferiu continuar, disfarçado como roupa secular, para assistir e confortar os cristãos nesse momento tão difícil, mas por motivo de prudência mudou para outro lugar, nas vizinhanças de Nagasáki. Apesar dessas precauções, foi atraiçoado por um cristão apóstata, e logo preso e levado primeiro para a cadeia de Omura e depois para Córi.
Aí teve por companheiro João Batista Machado, com quem conviveu durante mais de um mês, em penitência, oração e colóquios espirituais. A notícia da condenação à morte foi recebida com júbilo: <<Foi essa a graça que pedi a Deus nestes últimos nove dias, ao celebrar a missa>> - declarou.
No dia 21 de maio, festa da SS. Trindade, enquanto celebrava, Pedro teve a revelação de que era aquela a sua última missa na terra. Os dois futuros mártires, Pedro e João Batista, cantaram então o Te Deum em agradecimento ao Senhor por tão grande privilégio, confessaram-se um ao outro entre lágrimas, e passaram a noite em oração. Ao entardecer receberam ordens de se porem a caminho para o lugar do suplício. O P. Pedro sustentava na mão um crucifixo, aos pés do qual tinha colocado a regra de São Francisco. Durante o percurso, cantaram a ladainha de Nossa Senhora, que só interrompiam para exortarem à perseverança os cristãos que encontravam.
Ao chegarem ao lugar da execução capital, Pedro pediu para dirigir uma palavra às pessoas que vieram assistir à sua morte. De seguida, os dois mártires abraçaram-se e puseram-se de joelhos, com as mãos juntas e os olhos no céu, até que o verdugo lhes cortou as cabeças, no dia 22 de maio de 1617.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

22 de agosto: Beato Timóteo de Montíquio


Nasceu em Montíquio, a poucos quilômetros de Áquila, a cidade onde nesse mesmo ano São Bernardino de Sena voava para o céu. No firmamento da santidade seráfica extinguia-se assim um astro, em torno do qual surgiram muitas estrelas, entre elas o B. Timóteo.
De família rural, viveu totalmente dedicado à oração. Com receio dos perigos do mundo, e no intuito de evitá-los, juntamente com um irmão de sangue entrou na ordem dos frades menores, que nessa época atingia o auge da celebridade pela vida santa de muitos dos seus filhos. Ordenado sacerdote, foi-lhe logo encomendado o cargo de mestre de noviços. A sua vida parecia mais celeste do que terrena, até pelas frequentes visões da SS. Virgem e de S. Francisco, e pelo dom dos milagres. Procurou impregnar-se do espírito daqueles santos religiosos que renovaram a observância da regra na ordem seráfica, a começar por S. Bernardino de Sena.
Do convento onde durante muitos anos foi mestre de noviços passou mais tarde para um outro, mais humilde, onde viveu até à morte. O teor de vida foi sempre o mesmo, de oração e contemplação, de zelo sacerdotal e fidelidade heróica à regra franciscana.
As virtudes em que mais brilhou foram o desprendimento do mundo, a exata, o fervor no serviço divino, a meditação da paixão de Cristo e uma filial devoção a Maria e a S. Francisco. Era talo seu amor ao silêncio e à solidão, que as conversas que mantinha eram sempre breves, embora cheias de cordialidade e bondade.
Era tão humilde, que sempre se considerava o mínimo de todos; tão obediente, que fazia o que lhe mandasse até o último dos confrades; e para conservar intacta a pureza, mortificava o corpo com cilícios e outras formas de austeridade. Era caridoso para com todos; arranjava mil maneiras de socorrer os necessitados;  assistia com paciência os moribundos; era assíduo no sacramento da reconciliação e na direção espiritual. E não deixou de anunciar às cidades e povoações vizinhas a mensagem evangélica.
Com idade de 60 anos, a 22 de agosto de 1504, adormeceu serenamente no Senhor, no convento solitário de Santo Ângelo de Ocre.