domingo, 26 de agosto de 2012

26 de agosto: Beato João de Santa Marta


 
João de Santa Marta nasceu em Tarragona, Espanha. Aos 8 anos era menino do coro, cantor, na catedral de Saragoça; começou então a estudar latim e a dedicar-se mais a fundo à arte musical, vindo depois a fazer parte do grupo coral da catedral de Samora. Ingressando em seguida na ordem franciscana, preocupou-se com ser fiel à graça da vocação, tender à perfeição e tornar-se modelo de virtudes religiosas.
Ordenado sacerdote, sentiu-se inspirado por Deus a dedicar-se ao apostolado entre infiéis. Partiu para as Filipinas com Frei Sebastião de S. José e outros 30 missionários franciscanos, muitos dos quais não tardariam a dar a vida por Cristo.
Das Filipinas passou ao Japão, onde abriu uma escola de música que chegou a reunir mais de 400 alunos, a quem ensinava canto, órgão e outros instrumentos. No Japão exerceu durante 10 anos um intenso apostolado, evangelizando várias províncias. Encarregado de orientar superiormente a missão de Fuscimi, mostrou-se um autêntico apóstolo de Cristo, infatigável na ação missionária. Fiel ao espírito da pobreza seráfica, usava uma túnica remendada e andava descalço, sem sandálias, mesmo na estação mais rigorosa. Tais exemplos de virtude merecem a veneração dos cristãos e a admiração dos próprios pagãos.
Quando foi promulgado o édito da perseguição em 1614, Fr. João de Santa Marta foi desterrado. Não tardou muito, porém, a regressar ao Japão, disfarçado de japonês, e escolheu precisamente as províncias onde a perseguição era mais violenta. O santo missionário visitava os cristãos nas suas casas, fortalecia os vacilantes, reconduzia ao seio da Igreja os apóstatas, administrava os sacramentos, e celebrava missa todos os dias, ora num lugar, ora noutro. À noite nunca dormia em qualquer casa: recolhia-se em qualquer sítio abrigado, num monte ou num bosque, e aí repousava.
Apesar de todas as precauções, veio a ser apanhado e metido em prisão, onde viveu três anos no meio de indizíveis sofrimentos. Por isso foi com certo alívio que viu aproximar-se o dia da última prova. Nem mesmo enquanto o conduziam ao suplício ele deixou de pregar o Evangelho, terminando por entoar o Te Deum em ação de graças. Ao chegar ao lugar do martírio, orou pelos perseguidores, ergueu os olhos ao céu, e ofereceu a cabeça ao machado do verdugo. Era o dia 16 de agosto de 1618, e o quadragésimo ano da vida do mártir. Alguns fragmentos do seu corpo desconjuntado, recolhidos por cristãos e rodeados de veneração, deram origem a prodígios.

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