Nasceu
numa povoação vizinha de Treviso, a norte de Veneza, a 23 de agosto de 1900. O
seu primeiro modo de vida foi pedreiro, até aos 17 anos, depois passou à
carreira militar durante três anos, e a seguir frequentou durante sete anos a
academia de Belas Artes de Veneza, onde completou o curso de escultura. Em 1939
ingressou na ordem franciscana e viveu em conventos da região do Véneto. Morreu
no hospital de Pádua, vitimado por um tumor no cérebro, na manhã da Assunção de
1947. Foi sepultado junto à Gruta da Imaculada, por ele construída, nas
proximidades de Vicenza. Toda a sua vida procurou seguir sempre o filão do mais
alto valor, e daí a sua trajetória pouco retilínea.
Quando
na mente lhe brilhava uma ideia mais elevada, nunca mais a largava: aferrava-se
a ela, e encarnava-a, ou no mármore ou na alma. Assim, aos 22 anos, agitado por
um instinto profundo, rompeu com o seu ofício primitivo de pedreiro para se
inscrever na durante sete anos trabalhou e sofreu muito, sem desfalecer, até
conseguir, em 1929, o diploma de escultor, com a classificação máxima.
Também
no campo da fé se empenhou a fundo. Começou por se comprometer na Ação
Católica, estimulando várias iniciativas importantes, como a comunhão
frequente, a leitura da boa imprensa, a adoração durante uma noite inteira uma
vez por mês, várias formas de mortificação como o uso de cilício, dormir no
chão, e o voto privado de castidade.
Nele
se conjugaram em perfeita harmonia, como irmãs, a arte e a virtude, para fazer
dele uma obra-prima. Com 33 anos, na plena pujança da vida, rodeado dos mais
cobiçados bens terrenos, como bem-estar, fama, riqueza e amor terreno,
aparece-lhe outro filão de maior valor, e segue-o. Entra no convento de São
Francisco do Deserto, em Veneza, onde não deixou de ser o artista diáfano e
passou a ser o religioso entusiasta da sua vocação.
Ao
elevar-se no amor a Deus e aos irmãos, também se elevou na inspiração
artística. Fez da arte sacra um meio de ação apostólica. Construiu quatro
Grutas de Lurdes, altares para igrejas, esculpiu anjos em adoração, santos em
êxtase, virgens inspiradas e majestosas e sugestivas imagens de Cristo.
Tornou-se um carismático do cinzel, ocupando um lugar de relevo no seio da
comunidade artística cristã do século XX. Como frade, em coerência com o seu
espírito de humildade, renunciou à proposta de aceder ao sacerdócio. Preferiu
ofícios humildes e ocultos, foi exímio na oração e penitência, mostrou sempre
predileção pelos pobres e necessitados, em especial durante a guerra. A sua
ousadia espiritual atingiu o zênite em 1944, quando ofereceu a Deus a vida como
vítima voluntária pela conversão dos pecadores e pela paz no mundo. Tal como
tinha predito, subiu da terra ao céu no dia da Assunção, em 1947.
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