quarta-feira, 8 de agosto de 2012

8 de agosto: São Domingos Gusmão (fundador da ordem dos pregadores)


Nasceu em Calaruega, diocese de Osma (Espanha), e desde a juventude deu sinais de virtudes extraordinárias. Feitos com brilho os estudos teológicos e ordenado presbítero, foi nomeado cônego da igreja de Osma.
O seu apostolado como sacerdote centrou-se na defesa da fé católica, especialmente contra a heresia dos albigenses, por meio da pregação e do bom exemplo de vida. Este objetivo fez dele um polo de atração doutros pregadores, para os quais organizou uma regra, e que constituíram o núcleo primitivo da ordem religiosa dos dominicanos. O seu encontro com São Francisco de Assis, que alicerçou uma eterna amizade entre as respectivas famílias religiosas, foi rodeado com a auréola duma lenda, que também aparece nas legendas franciscanas, mas com contornos diferentes. Quando orava na igreja de São Pedro do Vaticano, em Roma, São Domingos terá tido uma visão: apareceu-lhe a Virgem Santíssima, desgostosa com os pecados da humanidade, a apresentar ao seu divino Filho dois indivíduos que seriam o suporte da Igreja. Num desses personagens São Domingos reconheceu a sua própria figura; mas não conhecia o outro predestinado a cumprir tão importante tarefa. Reconheceu-o só na manhã seguinte, ao deparar com um pobre e andrajoso mendigo: era, nem mais nem menos, o pobrezinho de Assis... Estreitaram-se num terno abraço, e assim lançaram as bases para uma amizade que se perpetua entre as duas ordens religiosas.
Domingos teria passado em santa e pacata serenidade o primeiro período da sua vida sacerdotal a entoar como cônego os louvores do Senhor, se não tivesse ocorrido a circunstância de ter feito uma viagem pela Provença, e verificado como por esses lados estavam disseminadas as heresias de cátaros e albigenses. Concluiu que se tornava urgente formar sacerdotes que vivessem uma vida pobre, para não despertarem nos hereges suspeita de interesses materiais, que fossem bastante cultos, capazes de refutar os erros e deformações doutrinais dos hereges, e que por outro lado soubessem ser benévolos e carinhosos para com as ovelhas desgarradas.
Mas o bom exemplo tinha de começar por ele. Foi um homem de intensa oração, assíduo no estudo, paciente nas contrariedades,, incansável em procurar e chamar os errantes, apesar de por vezes se sentir ameaçado de morte por parte de alguns. Andava sempre a pé e descalço, dormia sobre a terra, mortificava o corpo com jejuns e flagelações, convencido de que os seus sofrimentos contribuíam para salvar as almas que desejava libertar do erro.
Depois de lhe ouvir um sermão empolgante, perguntou-lhe certa ocasião um discípulo que livros é que ele consultava para ter tanta sabedoria. A resposta foi simples: <<Meu filho, só estudei pelo livro do amor de Deus: esse livro ensina tudo!>>.
Alguns traços típicos, transmitidos pelos seus biógrafos: era de estatura mediana, magro de corpo, de fisionomia atraente e tez levemente corada, cabelo e barba acastanhados, olhos claros e brilhantes. O rosto, sempre alegre e sorridente, irradiava um esplendor que em todos suscitava respeito e afeto. Possuía voz forte, dicção clara e timbre sonoro, que muito contribuíam para ser, como era, um belo pregador. Trazia sempre consigo o evangelho de São Mateus e as cartas de São Paulo, nas quais meditava tanto, que quase as sabia de cor. Por duas vezes foi convidado a ser bispo, mas sempre se recusou, preferindo viver com os irmãos em simplicidade e pobreza. Conservou o esplendor da virgindade até a morte, ocorrida em Bolonha, a 6 de agosto de 1221, aos 61 anos de idade.

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