Nasceu
em Alpuente, província de Valência (Espanha) a 24 de agosto de 1812, de pais
pobres em bens materiais, mas ricos em fé. Passou a juventude em amplo contato
com a natureza a pastorear rebanhos, e assim aprendeu a sentir Deus e elevar-se
até ele por meio da criação.
Aos
12 anos faleceu-lhe o pai, e a mãe resolveu voltar a casar por motivos
econômicos. Felizmente para Francisco, o padrasto foi para ele como um bom pai,
religioso e amável. Aos 20 anos, um desengano sentimental levou-o a tomar uma
decisão importante para o resto da vida: renunciar aos amores terrenos e ao
mundo e consagrar-se a Deus.
Depois
de tomar o hábito e fazer a profissão, durante 13 anos desfrutou de grande paz,
sentindo-se feliz e plenamente realizado, até numa breve passagem pelo mosteiro
de Gandia onde foi sacristão durante um ano. Em 1843, contando, portanto 31
anos de idade, obteve autorização para se dedicar ao apostolado missionário no
Oriente. Viveu na Palestina 17 anos, passando por diversos conventos, até
chegar finalmente a Damasco. Os irmãos Francisco e João Tiago Fernandes, apesar
de se terem escondido na torre da igreja, foram descobertos e apanhados pelos
mulçumanos. Nesse momento decisivo, os dois religiosos ajoelharam-se em atitude
de oração, com os braços erguidos ao céu. Os muçulmanos partiram-lhes a coluna
vertebral e precipitaram-nos do alto da torre para o pátio, onde os seus corpos
ficaram inertes e serviram para o poviléu desafogar o seu ódio contra os
cristãos.
Em
redor do convento franciscano de Damasco, graças ao apostolado e à
laboriosidade dos frades, havia certa prosperidade. O massacre teria sido mais
avassalador se não fosse a intervenção do próprio emir em favor dos cristãos.
Apesar de muçulmano, ele apreciava a obra dos missionários franciscanos e ficou
pesaroso por não ter podido impedir o
massacre de 10 de Julho.
Reconhecendo
a sua boa fé, o francês Lavigerie, passados uns meses, foi visitar o emitir e
dirigiu-se estas palavras “O Deus a quem eu sirvo, o mesmo a quem tu serves
embora com o nome de Alá, foi quem te inspirou tanta piedade e generosidade”.
Hoje, após o Concílio Vaticano II, estas palavras são mais facilmente
entendidas; mas nunca a Igreja deixou de
as proclamar, especialmente com o sangue dos mártires.
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