É
um dos santos mais venerados no mundo católico, nasceu por volta de 1295 em
Mompilher, França, e o seu nascimento terá resultado dum voto feito pelos pais,
desolados por não terem filhos. Depois de ficar órfão ainda bastante novo,
vendeu todos os haveres em benefício dos pobres e partiu em peregrinação para
Roma.
Inscreveu-se
na TOF e passou a ser peregrino durante toda a vida. Na peregrinação romana
demorou algum tempo em certas localidades a fim de prestar assistência a
vítimas da peste, obtendo por vezes curas aparentemente milagrosas; e quando
chegou a Roma curou um cardeal, que sem demora o foi apresentar ao papa. Ao
cabo de três anos empreendeu a viagem de regresso, e durante ela foi também
atingido pela epidemia em Placência. Retirando-se a um ermo vizinho, para não
contaminar outras pessoas, foi recolhido e tratado por um patrício, a quem
converteu a melhor vida com seu bom exemplo.
Quando
deixou Placência e seguia para o norte, foi capturado por um destacamento de
soldados nas proximidades do Lago Maior, por suspeitas de espionagem;
meteram-no numa masmorra onde lhe infligiram torturas horrorosas.
De
cidade em cidade, de santuário em santuário, viajava sempre a pé, sem
companhia, como verdadeiro pobre. Embora isso constituísse já por si um notável
exercício ascético, não chegava a ser santidade heroica. Ora, naquela época um
surto de peste bubônica devastava a Europa, e em especial a Itália. Foi uma
oportunidade providencial para o peregrino se transformar em enfermeiro,
dedicando-se com ternura e carinho a
tratar dos empestados, sem temer o contágio da terrível enfermidade. E todas as
cidades por onde veio a passar foram palco da sua inesgotável caridade,
reforçada com o carisma sobrenatural dos milagres.
Não
admira que viesse também ele a contrair a doença. Sem poder nadar, por ter uma
perna gravemente afetada por um bubão, deteve-se junto às margens do Pó, nos
arredores de Placência, isolado de todos para não sobrecarregar nem contaminar
ninguém. Matava a sede com água dum poço, e a fome com restos de alimento que
lhe trazia um cão vadio – o companheiro fiel de São Roque, que aparece sempre
nas representações do santo peregrino. Quando, uma vez curado, o seu nome já
começava a andar na boca do povo como o de um taumaturgo, resolveu retomar o
caminho de regresso à sua cidade de Mompilher. Ninguém o reconheceu, e foi
mesmo confundido com um espião e foi metido numa prisão. Aí permaneceu
encarcerado o resto da vida, cinco anos, até falecer no dia da Assunção de
1327, com apenas 32 anos de idade. Só então foi reconhecido pelos seus
concidadãos e parentes, e venerado como santo.
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