sexta-feira, 24 de agosto de 2012

24 de agosto: Beato Pedro da Assunção


Era natural duma pequena cidade da arquidiocese de Toledo. Tendo abraçado a ordem dos frades menores, depois da ordenação sacerdotal desempenhou durante algum tempo o ofício de mestre de noviços. Entusiasmado pela propaganda missionária de João o Pobre, decidiu partir para o Extremo Oriente em companhia doutros confrades. Após breve permanência nas Filipinas, desembarcou no Japão em 1601, e aí desenvolveu intenso apostolado na zona de Nagasáki, onde mais tarde dirigiu o convento franciscano.
A santidade da sua vida fez dele um irmão muito estimado e procurado. Numerosos fiéis acorriam ao seu confessionário, onde ele passa todos os dias horas a fio. Em 1611 a situação religiosa do Japão tornou-se crítica: por ordem das autoridades, os missionários de origem estrangeira teriam de abandonar o território japonês. Frei Pedro preferiu continuar, disfarçado como roupa secular, para assistir e confortar os cristãos nesse momento tão difícil, mas por motivo de prudência mudou para outro lugar, nas vizinhanças de Nagasáki. Apesar dessas precauções, foi atraiçoado por um cristão apóstata, e logo preso e levado primeiro para a cadeia de Omura e depois para Córi.
Aí teve por companheiro João Batista Machado, com quem conviveu durante mais de um mês, em penitência, oração e colóquios espirituais. A notícia da condenação à morte foi recebida com júbilo: <<Foi essa a graça que pedi a Deus nestes últimos nove dias, ao celebrar a missa>> - declarou.
No dia 21 de maio, festa da SS. Trindade, enquanto celebrava, Pedro teve a revelação de que era aquela a sua última missa na terra. Os dois futuros mártires, Pedro e João Batista, cantaram então o Te Deum em agradecimento ao Senhor por tão grande privilégio, confessaram-se um ao outro entre lágrimas, e passaram a noite em oração. Ao entardecer receberam ordens de se porem a caminho para o lugar do suplício. O P. Pedro sustentava na mão um crucifixo, aos pés do qual tinha colocado a regra de São Francisco. Durante o percurso, cantaram a ladainha de Nossa Senhora, que só interrompiam para exortarem à perseverança os cristãos que encontravam.
Ao chegarem ao lugar da execução capital, Pedro pediu para dirigir uma palavra às pessoas que vieram assistir à sua morte. De seguida, os dois mártires abraçaram-se e puseram-se de joelhos, com as mãos juntas e os olhos no céu, até que o verdugo lhes cortou as cabeças, no dia 22 de maio de 1617.

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