sábado, 4 de agosto de 2012

04 de agosto: São João Maria Vianey

Era natural duma povoação próxima de Lião (França), e passou uma juventude difícil, na época perturbada pelos trágicos acontecimentos da Revolução Francesa. A primeira comunhão, por exemplo, só pode recebê-la aos 13 anos, numa capela privada. Mas da sua piedosa mãe recebeu uma sólida formação religiosa.
Desde princípios de 1800, no entanto, nova luz começou a brilhar em toda França, depois da passagem do furacão revolucionário e napoleônico, que por toda parte deixara montões de ruínas materiais e espirituais.
Dado o seu ardente desejo de ser padre, João Maria teve de se esforçar muito para alcançar êxito nos estudos necessários. Mas o seu acendrado amor pelas almas permitiu-lhe superar todas as dificuldades de ordem intelectual, e no dia 13 de agosto de 1815, com 29 anos, foi ordenado sacerdote.
Em 1818, tendo ele 32 anos, devido à escassez de clero, o bispo houve por bem confiar-lhe a paróquia de Ars, uma freguesia onde nenhum padre conseguia aguentar-se. E ele, muito humilde, como verdadeiro filho de São Francisco, pois era Terceiro Franciscano, lá foi a pé, como pobre no meio dos pobres, e não tardou a conquistar aquelas almas. O espírito franciscano que assimilara ao entrar na TOF permitiu-lhe orientá-lo da melhor maneira no seu múnus pastoral.
O confessionário, onde ele passava grande parte do tempo, por vezes 18 horas por dia, transformou-se numa espécie de altar de misericórdia, onde começaram a afluir, para refazerem a vida, pecadores de toda a França e de toda a Europa.
O santo cura d’Ars nunca saiu de casa para chamar gente, nunca andou pelas ruas a sacudir a indiferença dos paroquianos, nunca lhes dirigiu a mais leve recriminação. De joelhos diante do sacrário ou da imagem de Nossa Senhora, permanecia muito tempo em oração. Era este seu alimento principal. De resto, comia apenas o necessário para viver e de noite dormia poucas horas.
Os paroquianos, inicialmente pouco ou nada lhe ligaram. Mas perante esta sua maneira tão estranha de viver, vendo-o tão cheio de devoção a rezar de joelhos, começaram a acorrer, a ajoelharem-se ao pé dele, a rezarem com ele. Passados dois anos, a paróquia de Ars já era meta de peregrinações vindas da França e não só. O sacerdote que por ser pouco inteligente se atrasara nos estudos, e a quem inicialmente chegaram mesmo a não conceder jurisdição para confessar, passou a ser o confessor dos mais obstinados pecadores, que vinham a Ars e junto dele reencontravam o caminho da fé, da esperança e da caridade. Àquela igreja, que trinta anos estava quase sempre praticamente vazia, acudiam agora peregrinos desde o alvorecer até o fim do dia. Ao vir para a paróquia, sem saber por onde ir, o P. João Maria pediu a um pequeno pastor que lhe indicasse o caminho, com estas palavras proféticas: <<Indica-me o caminho para Ars que eu te indicarei o caminho para o céu>>. E a verdade é que Ars ensinou o caminho do céu para milhares de almas, e também àquele pastor, que morreu poucos dias depois da morte do pároco, ocorrida esta a 4 de agosto de 1859, tendo ele 73 anos de idade.

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