Embora venerado desde os primeiros tempos na Igreja, o Nome de Jesus só na Idade Média, a partir do século XIV, começou a ter culto litúrgico, tendo sido os franciscanos quem mais contribuiu para a difusão dessa devoção piedosa. E em 1530, o papa Clemente VII autorizou esse culto, com missa e ofício divino, na Ordem Franciscana.
São Francisco, conforme referem os seus biógrafos e ele mesmo dá a entender no Testamento, manifestava uma especial ternura para com o nome de Jesus. Era tal o seu respeito, que se encontrava algum pedaço de papel com esse nome escrito, logo o recolhia, para que ninguém, mesmo sem querer, o calcasse aos pés. E recomendava aos irmãos que fizessem o mesmo. Quando pronunciava esse nome, sentia-se invadido duma tal doçura, que parava um pouco para a saborear.
O mais ardente propagandista da devoção ao nome de Jesus foi São Bernardino de Sena, que por meio dessa devoção conseguiu converter muita gente à vida evangélica, despertar a fé e desenraizar vícios. Pioneiro dos modernos meios áudio-visuais, difundia e expunha à veneração dos fiéis um monograma com o nome de Jesus. Sendo acusado de heresia perante o papa Martinho V, acorreu em defesa do seu mestre outro grande pregador franciscano, São João de Capistrano, em controvérsia pública foi reconhecida pelo papa a ortodoxia de São Bernardino e confirmada a conveniência de tal devoção. Organizou-se então uma solene procissão por várias ruas de Roma – autêntica apoteose do Nome de Jesus.
A frente dum exército cristão, em Belgrado, São João de Capistrano, invocando o Nome de Jesus, derrotou e pôs em fuga as hostes muçulmanas. São Tiago da Marca, invocando o mesmo Nome, curava enfermos, expulsava demônios e realizava milagres. São Leonardo de Porto Maurício, os Beatos Alberto de Sarteno, Bernardino de Féltria, Mateus de Agrigento, Marcos Fantuzzi de Bolonha e muitos outros, foram apóstolos entusiastas desta devoção.
“Nome de Jesus, Nome glorioso que está acima de todos os nomes, alegria e gozo de anjos e santos, em ti repousa a esperança da graça e a confiança da glória. Nome dulcíssimo, em ti tem origem a renovação da vida e o perdão dos pecados. Tu enches as almas de delícias celestiais e afasta-las das vaidades do mundo. Nome cheio de graça, por ti os nossos olhos contemplam a profundidade dos milagres, os nossos corações se inflamam de santo amor, recobram forças para a luta e afugentam os perigos. Nome glorioso, nome admirável, nome delicioso e digno de toda a nossa veneração, nome dulcíssimo de Jesus, nosso Rei! Com a abundância das tuas graças consegues levantar-nos acima da baixeza da nossa terra miserável e elevar-nos até às alturas divinas. Concede-nos, ó Jesus, que todos quanto se consagram ao teu Nome, nele encontrem a salvação e a glória. Amém.” (São Bernardino de Sena).
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