Rogério de Tódi foi um dos primeiros companheiros e seguidores de São Francisco, cujo exemplo São Francisco costumava definir o irmão ideal por ele sonhado. O verdadeiro frade menor deve ter a fé de Fr. Bernardo, a simplicidade e pureza de Fr. Leão, a afabilidade de Fr. Ângelo, o garbo de Fr. Masseu, a paciência de Fr. Junípero, a solicitude de Fr. Lucílio e a caridade de Fr. Rogério.
Tendo em conta a sua sensatez, aliada a um ardente fervor missionário, São Francisco enviou-o à Espanha para lançar nessa península os alicerces da ordem franciscana. Aí acolheu muitos pretendentes à nova forma de vida, erigiu conventos, que organizou como província religiosa. Uma vez cumprida essa missão de organizar, regressou à Itália. São Francisco confiou-lhe então a direção espiritual do mosteiro das clarissas fundado pela Beata Filipa Maréri, depois dessa mulher, duma atividade excepicional e quase desconcertante, ter optado por uma vida mais tranqüila, num eremitério rural, como penitente e guia de outras penitentes.
Seguindo a prudente orientação do franciscano Rogério, essa comunidade de Filipa Maréri, que a princípio não apresentava uma característica bem definida, veio a adotar a Regra da II segunda ordem franciscana, que o próprio São Francisco sugeria para Santa Clara e suas irmãs, e já começava a produzir copiosos frutos espirituais. Vinculada ao franciscano de Tódi por uma afetuosa devoção, Filipa progrediu imenso na perfeição. E quando sentiu a proximidade da morte, pediu para ele lhe assistir e a confortar. E no elogio fúnebre, foi por ele proclamada e invocada com uma santa.
Rogério pouco tempo sobreviveu à sua filha espiritual. Regressou a Tódi, onde a sua santidade começava a traduzir-se em milagres. Meditava com frequência no nascimento de Jesus, que lhe aparecia em forma de criança, deixando-se receber e acarinhar nos seus braços. Uma paralítica, depois de receber a sua bênção, voltou a poder andar. Uma doente mental, que se descontrolava e descompunha, ficou perfeitamente curada ao simples contado da sua mão. A 5 de janeiro de 1237 chamou Deus ao prêmio eterno esse seu servo bom e fiel. Foi beatificado por Gregório IX, que o conheceu pessoalmente.
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