Nasceu em Vignanello, perto de Viterbo, em 1595. Embora a sua irmã mais velha tivesse abraçado a vida religiosa no convento de São Bernardino de Viterbo, Jacinta não manifestava a menor inclinação para a vida claustral: gostava mais de festas onde pudesse exibir a sua graça e elegância.
Preocupado com esse espírito bastante mundano da filha, o pai resolveu encerrá-la no convento com a irmã. Mudou de casa, mas não mudou de gostos. Quando o pai a foi visitar, disse-lhe ela: “Aqui me tens, vestida de freira, como querias; mas mesmo aqui, quero viver de acordo com a minha condição social”.
Exigiu um quarto mobiliado com todos os requintes de comodidade e de luxo, um regime alimentar especial, e modos de diversão pouco consentâneos com a vida religiosa. Assim viveu no mosteiro, durante 10 anos, como uma jovem rica e nobre. Certo dia adoeceu. Mandaram-lhe um confessor aos seus aposentos. Mas ao deparar com semelhante luxo, o frade recusou-se a atender aquela freira mundana, dizendo: “No paraíso não entram irmãs soberbas e vaidosas”. “Então entrei contrariada num convento para ser condenada?” perguntou a jovem. “Não. Mas tens de mudar de procedimento e reparar o mau exemplo que destes às tuas irmãs”.
Jacinta impressionada com estas palavras, chorou amargamente e decidiu tomar a sério a recomendação do confessor. Conseguiu reparar o mau exemplo que dera, e veio a ser não só uma religiosa exemplar, mas uma santa franciscana. Trocou a soberba pela paciência e a ambição pela humildade. Tornou-se devota e até fervorosa. Mas salientou-se sobretudo na caridade, cheia de delicadeza e ternura para com as irmãs e para com a população de Viterbo, a quem Jacinta socorria em todas as necessidades. Foi ela quem instituiu a devoção das 40 hora durante três dias de carnaval, para atrair graça de Deus em favor das pessoas distraídas por essas diversões mundanas. À sua volta brotara, flores de caridade, milagres e prodígios. Também foi agraciada com o carisma da profecia. Deixou um pequeno diário, autógrafo, com alguns breves pensamentos que traduzem a sua espiritualidade, nutrida de devoção eucarística, de sede ardente de mortificação, de piedade mariana, para levar as almas a perfeição.
Viterbo é a cidade de Santa Rosa e de Santa Jacinta. À sua morte, que ocorreu a 30 de janeiro de 1640, contando ela 45 anos de idade, tocaram todos os sinos da cidade, e todos os corações se comoveram pelo nascimentos para o céu dessa nova flor de santidade.
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