quinta-feira, 5 de julho de 2012

04 de julho: Santa Isabel


Nasceu em 1271. Seu pai era Pedro III, rei de Aragão; e a mãe, Constança, era filha do rei da Sicília Manfredo e sobrinha do imperador Frederico II. Deram-lhe no batismo o nome de Isabel, em memória da sua célebre tia, Santa Isabel da Hungria, já canonizada 40 anos antes pelo papa Gregório IX. Logo após uma meninice muito breve, foi dada em casamento ao jovem rei de Portugal, D. Dinis.
Os portugueses acolheram-na com entusiasmo e não foram defraudados pela jovem soberana, na sua vida privada simples e austera, mas generosa e pródiga para com os outros. Teve dois filhos: Afonso, herdeiro do trono, e a princesa Constança.
Teve pouca sorte com o marido, que não se mostrou digno duma esposa tão piedosa com Deus e dedicada à família, que alternava os deveres familiares com rigores voluntários e quase  monásticos. O rei preferiu outras mulheres e outras aventuras. Isabel, embora sofrendo com isso, sempre se portou com dignidade, escondendo a amargura que sentia. No segredo do coração orava a Deus pela conversão do marido, e embora fosse humilhante para ela, não se recusou a educar com o mesmo afeto juntamente com os próprios filhos outros que não eram dela. O marido às tantas começou a suspeitar da fidelidade da mulher, e um cortesão malévolo atiçou-lhe o fogo do ciúme, atribuindo caluniosamente à rainha um relacionamento menos honesto com um pagem. Mas em resultado de várias circunstâncias, o próprio rei se viu obrigado a reconhecer a absoluta inocência de Isabel.
Outra fonte de amarguras para a santa rainha foram as desavenças entre o marido e o herdeiro do trono, Afonso. Empenhou-se com afã em reconciliar esses dois entes tão queridos, agora incompatibilizados um com o outro, e por fim veio a ser desterrada, por suspeitas de conspirar contra o rei. Depois da morte deste, da filha e do genro, a amargurada Isabel renunciou ao mundo e à sua condição de rainha. Vestiu o hábito da TOF e partiu em peregrinação para Santiago de Compostela. Distribuiu as riquezas pelos necessitados, e estava disposta a entrar no mosteiro das clarissas por ela fundado em Coimbra se a não tivessem aconselhado a continuar no mundo para prosseguir nas suas obras de caridade. Mas passou a viver perto desse mosteiro, e vestida com o hábito das filhas de Santa Clara, incansável na sua atividade de bem fazer. Outra guerra civil e familiar, agora entre o filho e o neto, obrigou-a a uma nova e dolorosa peregrinação, até se fixar definitivamente em Estremoz, precisamente no lugar onde o rei D. Dinis, muitos anos antes, a tinha recebido como esposa. Ao morrer diz-se que teve uma visão: “uma senhora muito bonita, vestida de branco, a aproximar-se dela” – seria a Imaculada Conceição, em cuja honra ela tinha dedicado uma igreja em Lisboa, cinco anos antes da definição dogmática dessa prerrogativa de Maria. Morreu a 4 de julho de 1336, com 65 anos de idade.

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