Há 800 anos Francisco de Assis apontou um caminho para a vivência do Evangelho. Muitos homens e muitas mulheres percorreram esse caminho, cada um a seu jeito, buscando a fidelidade ao projeto do Reino de Deus. Recordar cada um é buscar caminhos de ânimo e fidelidade para nosso tempo. Trilhemos também nós os caminhos franciscanos, na fidelidade ao Evangelho! (Boa parte das postagens têm como base o livro: FERRINI, Giuliano. Santos Franciscanos para cada dia. Braga, Editorial Franciscana, 2001)
terça-feira, 29 de novembro de 2011
30 de novembro: Beato Bernardino de Fossa
29 de novembro: Todos os Santos da Ordem Franciscana
domingo, 27 de novembro de 2011
28 de novembro: São Tiago da Marca
sábado, 26 de novembro de 2011
27 de novembro: São Francisco Antônio Fasani
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
26 de novembro: São Leonardo de Porto Maurício
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
25 de novembro: Beata Isabel Bona

quarta-feira, 23 de novembro de 2011
24 de novembro: Beato Mateus Álvares

São Francisco Xavier tinha estado no Japão por volta de 1550, e aí lançara as primeiras sementes do apostolado cristão. Depois dele, a obra evangelizadora foi continuada pelos seus confrades da Companhia de Jesus, com êxito tanto mais surpreendente, quanto era difícil penetrar naquela cultura e mentalidade muito diferente da ocidental, e ainda devido à complexidade da língua japonesa.
Apesar disso, menos de 30 anos depois, em 1587, já se contavam no Japão mais de 200.000 cristãos. Um deles era o Beato Mateus Álvares. Batizado pelos franciscanos, tinha-se inscrito na ordem terceira de São Francisco e esforçava-se por viver segundo o espírito seráfico. Como bom japonês, conhecia perfeitamente as doutrinas e os costumes budistas, e isso permitiu-lhe sair vencedor em variadas discussões e obter numerosas conversões.
Durante certo tempo os missionários do Japão viveram em clima de tolerância e inclusivamente de simpatia. Mas de repente, por motivos diversos e complexos, foi decretada a expulsão dos missionários estrangeiros. Contudo, grande parte dos religiosos não fizeram caso do decreto e continuaram lá, na clandestinidade, prosseguindo com as devidas cautelas o trabalho de apostolado e assistência às comunidades cristãs. Sucedeu que a chegada de novos missionários e o seu proselitismo demasiadamente descarado sobressaltou as autoridades, que decretaram a prisão de todos os missionários e também de cristãos mais notáveis.
Mateus foi detido e levado para a cadeia, onde já encontrou outros cristãos e missionários. Todos sofreram refinadas e humilhantes torturas, entre as quais a de serem expostos à irrisão e escárnio das populações. Eram também solicitados a renegar a fé cristã; mas nem ele nem nenhum dos companheiros desertou. Finalmente a 8 de setembro de 1628 foi executado na colina próxima de Nagasáki, chamada mais tarde a Colina Sagrada. Foi primeiro atravessado com lanças cruzadas que lhe atravessaram o coração, e de seguida decapitado. Antes de morrer dirigiu-se pela última vez ao povo para exortar à perseverança, e aos verdugos para lhes declarar o seu perdão.
Sobre a Colina Sagrada, ou Colina dos Mártires, de Nagasáki, erguia-se um estandarte não de derrota, mas de perene vitória.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
23 de novembro: Beato Humilde de Bisigniano

Humilde, cuja terra natal é uma humilde povoação da província de Cosenza, região da Calábria, no sul da Itália, nasceu a 26 de agosto de 1582, e deu mostras duma extraordinária piedade: participava na missa todos os dias, comungava em todas as festas, orava e meditava na Paixão do Senhor em todos os momentos possíveis, até nos trabalhos agrícolas.
Os membros da confraria da Imaculada Conceição, em que se inscreveu, não lhe regateavam elogios, tomando-o por modelo de todas as virtudes. Quando uma vez alguém lhe deu em público uma grande bofetada, a sua única resposta foi apresentar a outra face ao malcriado agressor.
Aos 18 anos sentiu-se chamado à vida religiosa, mas teve de diferir por nove anos a realização desse ideal. Entretanto, continuando no mundo, levava uma vida de religioso. Aos 27 anos foi admitido ao noviciado dos Frades Menores, onde os encarregados da formação dos jovens candidatos eram dois santos religiosos. Embora as dificuldades continuassem, frei Humilde, recorrendo à intercessão de Maria, conseguiu superá-las, e emitiu os votos de consagração ao Senhor no dia 4 de setembro de 1610.
As referidas dificuldades radicavam sobretudo no dom do êxtase em que era frequentemente arrebatado, a ponto de lhe chamarem o “frade extático”. Quando tais êxtases começaram a ocorrer-lhe em público, os superiores acharam por bem sujeitá-lo a uma série de humilhantes provas, a ver se tais arroubos seriam de fato uma graça de Deus, e não um embuste. Suportadas e vencidas com êxito essas provações, passou a ser mais apreciado e venerado tanto entre os confrades como entre o povo.
Além do êxtase, foi agraciado com outros carismas, como perscrutação dos corações, profecia, milagres e ciência infusa. Apesar de ser analfabeto e pouco inteligente, certas respostas sobre a sagrada Escritura e a doutrina católica deixavam pasmados até mesmo teólogos de nomeada. O arcebispo de Réggio Calábria, como presidente duma assembléia de padres e teólogos, apresentou-lhe certas dúvidas e objeções, a que ele deu resposta rápida e correta. Levado perante o Inquisidor de Nápoles, Monsenhor Campanile, frei Humilde sempre respondeu com franciscana simplicidade.
O ministro geral dos frades menores teve por ele tal apreço que quis levá-lo como companheiro em visitas a várias províncias da ordem; e papas Gregório XV e Urbano VIII, que o chamaram a Roma e o fizeram examinar rigorosamente, depositaram nele grande confiança, a ponto de lhe pedirem orações e conselhos.
As virtudes em que mais se distinguiu foram a humildade, a obediência e a oração. Morreu aos 55 anos na terra onde nascera e passara os derradeiros anos da vida, Bisigniano, a 26 de novembro de 1637.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
22 de novembro: Beato Salvador Lilli

Nasceu para a vida terrena numa Capadócia da Itália, província de Áquila, e durante 15 anos trabalhou como missionário na célebre região da Capadócia, atualmente turca, junto à Armênia, onde nasceu pelo martírio para a vida do céu.
Foi o sexto e último filho de uma família de boa prática religiosa e situação econômica desafogada, devido à atividade comercial do pai. O ambiente familiar profundamente cristão fez germinar e crescer no menino Salvador sentimentos de fé e piedade, e ao mesmo tempo as possibilidades econômicas permitiram-lhe uma preparação e instrução escolar fora do comum.
Aos 18 anos, Salvador apresentou-se ao guardião do convento de São Francisco da Ripa, em Roma, pedindo para ser admitido na ordem dos frades menores. Em 1863 resolveu ir como missionário para a Terra Santa, onde desde os tempos de São Francisco os franciscanos são encarregados de cuidar de santuários e assistir a peregrinos. Continuou na Palestina os estudos de filosofia e teologia, primeiro em Belém e a seguir em Jerusalém, onde foi ordenado sacerdote em 1879. No ano seguinte foi à Turquia; como conhecia diversas línguas orientais, a árabe, a turca e a armênia, desenvolveu um frutuoso apostolado entre os cristãos dessas regiões, sobretudo em Marasc.
Em 1885 voltou à Itália para visitar a família e os confrades, e logo no ano seguinte regressou a Marasc, onde, como superior da missão no quadriênio de 1890-1894 realizou importantes obras de caridade e de assistência social em favor dos fiéis.
Coadjuvado por outros confrades, durante 15 anos a sua ação apostólica não se limitou a atividades religiosas, senão que também fomentou a instrução e a promoção social dos pobres. Graças aos seus extraordinários dotes de inteligência e de coração e ao perfeito conhecimento da língua turca, tanto falada como literária, depressa e sem dificuldade granjeou o afeto dos cristãos e a estima e o respeito dos não cristãos, inclusivamente das autoridades, devido sobretudo aos empreendimentos de ordem social, como o de ter adquirido uma grande propriedade e a ter dotado de alfaias agrícolas e ter aberto um dispensário.
Em 1885 os mulçumanos desencadearam uma perseguição armada, sistemática e feroz contra a minoria armênia da região. Frei Salvador, que havia dezesseis meses era pároco, além de superior da fraternidade, recusou fazer-se muçulmano. Ferido numa perna, e depois feito prisioneiro com dez dos seus paroquianos, foi assediado pelos maometanos, com subornos e com ameaças, no intuito de o fazerem apostatar. Mas manteve-se sempre firme e inquebrantável; e apesar da ferida da perna, que provocava grande perda de sangue, ainda confortava e animava os outros, dizendo-lhes: “Meus filhos, sede fortes na fé, não vos façais muçulmanos. O sofrimento passa depressa, e no céu está à nossa espera Jesus com todos os seus santos. Coragem! Depois do martírio espera-nos a coroa de glória no paraíso”.
No dia 22 de novembro de 1895, junto com sete cristãos armênios seus paroquianos, foi imolado a golpes de baioneta. No dia 3 de outubro de 1982, como conclusão do oitavo centenário do nascimento de São Francisco (1182-1982), o papa João Paulo II proclamava Bem aventurados Salvador Lilli e os sete cristãos seus companheiros no martírio pela fé em Cristo.
domingo, 20 de novembro de 2011
21 de novembro: Beata Maria Crucificada (Isabel Maria) Satellico

Recebida entre as clarissas para ser por elas orientadas nos caminhos de Deus, prestou-lhes bons serviços como organista e diretora de canto. Aos 19 anos foi recebida como noviça e mudou o nome para Maria Crucificada, pela devoção que consagrava a Maria e à Paixão de Cristo.
Conjugava com uma sublime contemplação uma rigorosa austeridade e penitência, participando assim mais intimamente nos sofrimento do Senhor. O seu ideal foi a perfeita conformação com Cristo crucificado, unida à caridade para com o próximo, e uma filial devoção à Santíssima Virgem. Eleita como abadessa, distinguiu-se pela solicitude para com as irmãs e para com os pobres. Morreu a 8 de novembro de 1745, e é nessa data que se celebra a sua memória litúrgica.
sábado, 19 de novembro de 2011
20 de novembro: Beata Paula Montaldi

Nascida em 1443, com 15 anos entrou no mosteiro das irmãs clarissas de Santa Luizia, Mântua, onde foi abadessa durante muitos anos. A Paixão de Jesus era para ela o assunto mais frequente das conversas, bem como das meditações e contemplações. Foi também singularmente devota da Eucaristia. Levava uma vida austera, com cilícios, flagelações e jejuns, e sentia-se feliz nas humilhações, fadigas e trabalhos.
No relacionamento com as irmãs mostrava-se cheia de caridade e sempre pronta a ajudá-las em qualquer necessidade. Sob a sua direção o mosteiro de Santa Luzia ganhou fama pelas numerosas vocações e pela vida seráfica das religiosas.
Em agradecimento ao Senhor pelos favores por ele concedidos, costumava repetir esta oração: “Meu Deus, eu te amo de todo o coração, com um amor sem medida, e nunca deixarei de cantar os teus louvores”. Nos 56 anos de vida religiosa, nunca causou qualquer desgosto às irmãs. Como superiora, procurou não apenas o bem espiritual das religiosas, mas também o bem material da comunidade, convencida de que não pode haver perfeita observância da regra se falta o indispensável para a vida. No jardim mandou abrir um poço, que veio a chamar-se o “Poço da Beata Paula”, a cuja água se tem atribuído propriedades curativas.
Era grande a sua confiança em Deus. Amiúde repetia a expressão de São Paulo: “Sei em quem confio!”. Era às vezes arrebatada em êxtase, e outras vezes ouviram-se coro angélicos a cantarem junto ao sacrário. Escreveu vários opúsculos, em especial sobre o nome de Jesus, que lamentavelmente se perderam.
Um dia, estando a orar em êxtase diante dum crucifixo situado ao cimo dumas escadas, foi atacada pelo demônio, que a lançou por terra. Socorrida pelas irmãs, foi reclinada num enxergão. Eram os seus últimos dias e as suas últimas palavras. Exausta pelas prolongadas vigílias, pelos rigorosos jejuns e outras ásperas penitências, assistida pelo seu confessor e pelas irmãs, apertando contra o coração o crucifixo repetia mais uma vez a sua jaculatória predileta “Paixão de Cristo, Sangue de Cristo, misericórdia!”, expirou serenamente no dia 18 de agosto de 1514. Tinha 71 anos, 56 dos quais passados no mosteiro.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
19 de novembro: Santa Inês de Assis
Inês era irmã de Clara, mais nova do que ela, nascida em Assis em 1198. Em princípios de abril de 1212 foi juntar-se à irmã, que quinze dias antes tinha fugido da casa paterna para abraçar o ideal franciscano e se recolher no mosteiro de Santo Ângelo, nas faldas do Subásio, perto de Assis. Os parentes, exasperados com semelhantes gesto, que consideravam um segundo atentado contra o bom nome da família, serviram-se de todos os recursos para tentarem impedi-la de realizar os seus intentos, sem excluírem mesmo a violência física: Inês chegou a ser brutalmente ferida pelo seu tio Monaldo, que teve o atrevimento de violar a clausura e a tranquilidade do mosteiro. Porém, nem mesmo a força bruta conseguiu fazer vergar a jovem. Foi São Francisco quem sugeriu para a nova consagrada o nome de Inês, porque, pela fortaleza de que dera provas, esta jovem de 15 anos recordava a valentia da mártir romana Santa Inês.
Em 1212 São Francisco trouxe as duas irmãs para São Damião. Em 1220 Inês foi enviada para Florença, como abadessa do mosteiro de Monticelli, fundado no ano anterior. Mas muitos outros mosteiros de Clarissas se orgulham de ter hospedado a santa. Mais tarde regressou a São Damião, onde foi agraciada com uma aparição do Menino Jesus, por isso se representa por vezes Santa Inês com o menino Jesus nos braços. Em Assis Inês assistiu à morte da irmã Clara no dia 12 de agosto de 1253.
No coro do pobrezinho convento de São Damião ainda se podem ler os nomes das primeiras companheiras que seguiram as pegadas de Santa Clara e São Francisco pelo caminho da renúncia total e absoluta pobreza. São conhecidos nomes de senhoras e jovens de Assis que em São Damião tiveram o seu primeiro ninho: Hortolana, Inês, Beatriz, Pacífica, Benvinda, Cristiana, Amada, Iluminada, Consolada... Os três primeiros nomes pertencem a mulheres da família de Santa Clara: Hortolana era a sua mãe, e Inês e Beatriz eram suas irmãs.
Inês foi a primeira a seguir o exemplo da irmã Clara, quinze dias depois dela, pouco depois veio a outra irmã, Beatriz, e por fim a mãe Hortolona. Inês, além de ter sido a primeira, também foi a que mais fielmente seguiu a irmã, vivendo à sua sombra luminosa, sempre delicada e obediente, duma firmeza de caráter exepcional, quase viril, em especial na observância da pobreza. Como superiora foi terna e caridosa, mas inflexível e tenaz. Depois do regresso a São Damião, morreu serenamente três meses depois da irmã Santa Clara, a 16 de novembro de 1253, com 55 anos de idade.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
18 de novembro: Beata Salomé de Cracóvia
Salomé, princesa polaca, nasceu em 1211. Em conformidade com os costumes da época, aos três anos de idade foi prometida como esposa a um príncipe de seis anos, Colomano, filhos do rei da Hungria. A cerimônia da coroação teve lugar no outono desse mesmo ano, e com autorização do papa Inocêncio III foi presidida pelo bispo de Strigônia.
O reinado das duas crianças durou menos de três anos, porque um outro príncipe se insurgiu contra eles e os fez prisioneiros. Nessa altura, contando Salomé com 9 anos e Colomano 12, ambos de comum acordo fizeram voto de castidade. Quando André, filho do rei da Hungria, destituiu o usurpador e repôs a normalidade da situação, puderam ambos regressar à corte húngara.
Ao completar de 16 anos e atingir a maioridade, Salomé considerou-se sempre ligada ao voto de castidade que fizera, e sabendo que a sua beleza poderia seduzir os homens, procurava evitá-los, usava roupas modestas e recusava-se a tomar parte nas festas e diversões mundanas da corte, dedicando à oração o tempo que dessa forma poupava.
Colomano, ainda em vida do pai, governou a Dalmácia e a Eslavônia até morrer até morrer em 1241 numa batalha contra os Tártaros. Entretanto Salomé protegia e ajudava os conventos dos franciscanos e dominicanos. Um ano depois da morte do marido, regressou à Polônia, onde em 1245 vestiu o hábito das irmãs clarissas. Nesse mesmo ano, associada ao seu irmão Boleslau, fundou uma igreja e respectivo convento para os franciscanos, e para as clarissas um hospital e um mosteiro onde ela mesma se enclausurou.
Perante a ameaça dos Tártaros, em março de 1259 parte das clarissas transferiu-se para Skala, onde Salomé fundou novo mosteiro que dotou com alfaias de culto e ornamentos litúrgicos. Durante 28 anos viveu no silêncio e recolhimento do mosteiro, onde foi modelo de penitência, abnegação, humildade, inocência e caridade. Por muitos anos foi uma abadessa bondosa, afável, serviçal, apaixonada pelo ideal da pobreza seráfica.
A 17 de novembro de 1268 foi favorecida com uma aparição da Virgem Santíssima e de seu Filho, percebendo do que se tratava reuniu as irmãs, exortou-as à mútua caridade, à paz, à pureza de coração, à obediência sem limites e ao desprendimento das coisas do mundo. Pouco depois as irmãs viram uma espécie de pequena estrela a formar-se sobre ela e a subir ao céu. Salomé de Cracóvia entregava a Deus a sua bela alma, aos 57 anos. Os seus restos mortais foram mais tarde traslados para a igreja dos franciscanos de Cracóvia, onde ainda hoje se encontram.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
17 de novembro: Santa Isabel de Hungria

Esta Santa do século XIII, padroeira da Ordem Terceira Franciscana, consumou a curta vida na prática do bem, deixando atrás de si uma esteira luminosa de amor, exemplo que a cristandade jamais esqueceu.
Isabel era uma princesa, filha do rei André da Hungria e sua esposa Gertrudes. Nascida em 1207, quando ainda era criança foi dada por esposa a Luís, conde da Turíngia, em cujo palácio cresceu no amor de Deus e do próximo. Passava noites inteiras em oração, e os dias a visitar doentes e socorrer os necessitados. Mas a sua grandeza da alma brilhou sobretudo após a morte do esposo, que se inscrevera numa cruzada, pois a família do defunto despojou-a de todos os bens e pô-la na rua com os filhos. Assim, aquela que tinha ajudado tanta gente e construíra hospitais para os súditos, viu-se forçada a procurar abrigo num estábulo de animais. No entanto, não queixou dessa tremenda injustiça: Pelo contrário, dirigiu-se a uma igreja dos Frades Menores e pediu para cantarem um Te Deum em ação de graças, por o Senhor a ter assemelhado a si na pobreza. Vestiu o hábito da Ordem Terceira e recebeu de São Francisco o próprio manto como prenda.
Quando mais tarde a justiça lhe repôs os direitos usurpados, que ela reivindicou para os filhos, não mudou de vida: continuou sempre a trabalhar com suas próprias mãos para ajudar os pobres. Com frequência recebia visitas do Senhor na oração.
Nos curtos 24 anos da vida terrena, Santa Isabel experimentou riqueza e miséria, honras e desprezo, e santificou todas as condições de vida duma mulher: extremamente religiosa desde a juventude, esposa afetuosa, mãe carinhosa de três filhos, senhora empenhada no bem do seu povo, viúva precoce espoliada de todos os bens, com três filhos famintos a sustentar e a educar, e em todas as circunstâncias irradiava alegria divina, porque sempre e em tudo se sentia amparada pelo amor de Deus. E o Senhor não a abandonou: os filhos foram reconhecidos como príncipes herdeiros. Para si mesma conservou apenas o tesouro inestimável da pobreza franciscana, que lhe tinha revelado a doçura de Deus.
A faceta mais característica da sua vida é a caridade para com os pobres, a quem ajudava com régia generosidade e visitava nas barracas onde viviam. É célebre o episódio do seu marido, Luís, que cruzou com a esposa quando ela levava escondidas debaixo da capa provisões para alguns pobres. Perguntando-lhe ele o que levava escondido, ela simplesmente levantou a capa, e apareceu um belo buquê de rosas, apesar de estar em pleno inverno. Outra vez foi um leproso a quem ela tinha lavado os pés e dado de comer, e depois deixara dormir no seu próprio leito. Quando o marido regressou e soube do caso, ficou indignado e quis ver quem era esse leproso que se tinha enfiado na sua própria cama. Qual não foi o seu espanto quando ao abrir a porta viu o próprio Cristo num nimbo de luz, que logo desapareceu e deixou radiante os dois cônjuges.
Morreu aos 24 anos, a 17 de novembro de 1231, e foi sepultada em Marbugo no dia 19 do mesmo mês.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
16 de novembro: São Luís Guanella

Natural duma povoação italiana dos Alpes Bergamascos, foi o nono dos treze filhos de uma piedosa família, que desde a infância lhe incutiu uma fé viva e operante, um constante amor ao trabalho e uma terna caridade para com os pobres.
Passada a infância entre os montes que sempre recordou com saudade, freqüentou primeiro o Colégio Gálio em Como, e depois, para os estudos eclesiásticos, os seminários diocesanos. Em todos esses centros de estudo se salientou pela piedade, amabilidade e aproveitamento nas disciplinas escolares.
Ordenado sacerdote em 1868, foi em várias freguesias pároco e ao mesmo tempo mestre-escola, pois tinha diploma de professor chegando mesmo a construir uma escola primária. Além disso, tomou iniciativas benéficas em favor dos pobres, e organizou a Ação Católica Juvenil, recentemente fundada. Em 1875 foi a Turim encontrar-se com João Bosco, de quem aprendeu o caminho da santidade e o método pedagógico. Vinculou-se então com votos religiosos à Sociedade Salesiana. Mas em 1878 foi chamado pelo bispo à sua diocese, para ser novamente nomeado pároco. Foi nessas circunstâncias que soou para ele a hora da graça, com a primeira fundação das obras de há muito sonhadas em favor dos pobres abandonados.
Como vários santos sacerdotes do seu tempo, por exemplo, João Bosco, José Cafasso, José Bento Cotolengo e outros, também ele fundou várias obras de beneficência, que rapidamente floresceram devido à dedicação e às qualidades pedagógicas dos seus colaboradores.
Devoto e admirador de São Francisco de Assis, ingressou na Ordem Terceira. Da vida do pobrezinho assumiu o espírito de pobreza e de perfeita alegria, de grande confiança em Deus e continuar a obra fundou duas congregações religiosas: os Servos da Caridade (Guanelianos) e as Filhas de Santa Maria da Providência (Guanelianas). A obra desenvolveu-se admiravelmente tanto na Itália como no estrangeiro. A pia união do Trânsito de São José, por ele iniciada em Roma, conta hoje com mais de dez milhões de membros.
Numa época de exacerbado anticlericalismo, as autoridades laicas não viram com bons olhos essas obras, e ele foi alvos de injustiças e perseguições, mas tudo venceu com a força da fé e o fogo da caridade. Foi à América acompanhado de emigrantes, e muito trabalhou para a assistência religiosa aos mesmos. Para instruir a juventude abriu escolas de iniciação e oratórios. Para assistir às vítimas de terremotos, não poupou energias nem meios materiais.
Em Como, no dia 24 de outubro de 1915, aos 73 anos, concluiu a sua atividade terrena este herói da caridade. O seu corpo venera-se no santuário do Sagrado Coração, em Como.
Foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 23 de outubro de 2011.
15 de novembro: Serva de Deus Maria da Paixão

Helena Chapotin nasceu em Nanci, França, a 21 de Maio de 1839, e faleceu em S. Remo a 15 de novembro de 1904. Superadas muitas provas, em 1865 ingressou na congregação das religiosas da Maria Reparadora em Tolosa, e logo no ano seguinte partiu para a Índia, onde foi superiora e seguidamente provincial da missão de Medura, onde com zelo incansável deu novo alento às atividades missionárias já iniciadas e as multiplicou.
Chamada a Roma em 1877, com a benção de Pio IX fundou uma nova congregação, das irmãs franciscanas de Maria (vítimas, adoradoras e missionárias), a qual em 1885 foi agregada à ordem franciscana regular sob a obediência dos frades menores. Em 1896 Leão XIII aprovou as constituições do novo instituto, redigidas pela fundadora. Foi ela quem até à morte o governou, multiplicando casas e obras com uma rapidez assombrosa por toda a Europa e mais ainda em terras de missão.
Contudo, na véspera da morte, reconheceu: “Se o instituto fosse obra minha, morreria comigo. Mas é obra de Deus!”. Seguindo as pisadas da fundadora, as franciscanas missionárias de Maria oferecem com gosto a própria vida para completarem o que falta à Paixão de Cristo. Um refrão muito repetido pela madre Maria da Paixão era este: “A nossa pátria é todo o gênero humano”. Por isso as religiosas do seu instituto estão sempre prontas para irem viver em qualquer parte e aí darem testemunho do Evangelho, em especial nos países e lugares onde a Igreja está menos presente, no meio dos pobres e deserdados. Desde o sangue das sete santas mártires da China em 1900, até os incontáveis e obscuros sacrifícios de tantas outras irmãs, entre as quais a B. Maria Assunta Pallotta, as missionárias de Maria têm pago com a vida, e por vezes com o próprio sangue, a sua dedicação a povos e países que se encontram em situação dramática.
Para conferir a esse ideal uma base sólida e segura, a fundadora não encontrou melhor ponto de apoio do que o espírito de Francisco de Assis. Desde a juventude ela se sentira atraída pelo santo pobrezinho. Quando se lhe tornou possível enxertar no tronco robusto da família franciscana o novo rebento que Deus por seu intermédio suscitara, para dela receber uma maior participação de espírito evangélico, de pobreza, de simplicidade e de alegria, sentiu plenamente realizado o seu próprio carisma e o desígnio de Deus sobre ela e sobre a sua obra.
Da mesma seiva e do mesmo espírito se nutrem ainda hoje as 9.000 franciscanas missionárias de Maria, pertencentes a 63 nacionalidades e distribuídas por mais de 73 países dos cinco continentes, continuando a obra de Maria da Paixão. A extrema diversidade das irmãs da congregação quanto a origens, línguas, culturas e atitudes, bem como a vastíssima gama de compromissos apostólicos, encontram em Cristo, Palavra e Pão, um centro de união e comunhão na diversidade, que foi sempre característica fundamental do Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
14 de novembro: Santos Nicolau Tavelic, Deodato de Rodez, Pedro de Narbona e Estevão de Cúneo
Nicolau Tavelic (1340 -1391)
É o primeiro croata canonizado, uma figura extrordinária no ambiente do seu tempo. Nasceu por volta de 1340 em uma cidade da Dalmácia, e quando era ainda adolescente ingressou na ordem dos frades menores. Depois de ordenado sacerdote foi enviado como missionário para a Bósnia, onde durante 12 anos se dedicou totalmente à conversão dos bogomilos, hereges de tendência maniqueísta, juntamente com Deodato de Rodez.
Em 1384 dirigiram-se ambos à Palestina, onde se associaram a outros dois confrades, Pedro de Narbona e Estevão de Cúneo, todos eles futuros mártires de Cristo. Entretanto fixaram-se em Jerusalém, no convento de São Salvador, em oração e estudo. Depois de muito meditar sobre o assunto, Nicolau p, Nicolau pojetou uma missão muito ousada. Missão com que já sonhada anteriormente por São Francisco, movido pelo Espírito Santo, pelo zelo da fé e pelo desejo de martírio. Tratava-se de anunciar publicamente em Jerusalém, aos chefes dos mulçumanos, a pessoa e a doutrina de Cristo.
Deodato
Nasceu em uma cidade francesa que nos textos originais latinos é designada por Ruticinium, identificada com a cidade atualmente chamada Rodez, sede episcopal, a uns 600 quilômetros a sul de Paris. Fez-se frade menor quando ainda era moço, e foi ordenado sacerdote na província franciscana da Aquitânia.
Por volta de 1373 o vigário geral P. Bartolomeu do Alverne fizera um apelo com o fim de recrutar religiosos para uma particular expedição missionária à Bósnia. Um bula de Gregório XI publicada nessa altura apresentava boas perspectivas para o progresso da fé nessas zonas infestadas pela heresia dos bogomilos, seita herética de fortes tendências maniqueias, cujos principais representantes uniam aos erros dogmáticos uma rígida austeridade de vida.
Deodato de Rodez foi parar a esse campo de atividade para secundar o desejo do vigário geral da ordem e do papa Gregório XI, e pelos mesmos motivos e nas mesmas circunstâncias foi também Nicolau Talevic. Do encontro entre os dois santos nasceu uma profunda amizade, que os amparou durante quase 12 anos no meio de enormes dificuldades e canseiras, comparáveis às dos grandes missionários da Igreja. Há um relato pormenorizado dessa heróica expedição apostólica da Bósnia, bem como do martírio ocorrido posteriormente.
Em 1384 foram ambos para a Palestina, onde se encontraram com outros dois confrades já mencionados, com quem viriam a compartilhar as atividades apostólicas e a palma do martírio.
Pedro de Narbona
Da província franciscana da Provença, durante vários anos aderiu à reforma iniciada em 1368 na Úmbria e tendente a uma mais perfeita observância da regra de São Francisco. Em pouco tempo essa onda reformista se espalhou por toda a Úmbria e pelas Marcas, a ponto de em 1373 já contar com uma dezena de eremitérios. Tratava-se de um movimento de fervor que procurava renovar o elã inicial da vida franciscana, em especial no ideal da pobreza e na prática da piedade. O fato de Pedro de Narbona ter vindo do sul da França para os eremitérios da Úmbria mostra bem o seu fervor religioso e esclarece bem tanto a sua vida anterior como a sua permanência em Jerusalém.
Estevão
Natural de Cúneo, no Piemonte, fez-se frade menor em Génova, na província franciscana da Ligúria. Durante 8 anos trabalhou ativamente na Córsega, como membro do vigariato franciscano dessa ilha. Pode-se dizer que terá feito aí um bom noviciado apostólico. Depois passou como missionário para a Terra Santa, onde a 14 de novembro de 1391 selou com o martírio a pregação do evangelho, demonstrando que o islamismo não é a religião verdadeira, e que Cristo, e não Maomé, é o enviado de Deus para salvar a humanidade.
No dia 11 de novembro de 1391, após intensa preparação, os quatro missionários puseram em prática o prejeto delineado. Saíram juntos do convento, levando cada um deles um papel dobrado ao meio, com uma página interior escrita em latim e outra em árabe. Dirigiam-se à mesquita, mas os árabes não os deixaram entrar, e perguntaram-lhe o que queriam. Eles responderam que queriam falar com o Cadi, pois tinham a dizer-lhe coisas muito úteis para a salvação . Responderam os mulçumanos que o Cadi não estava na mesquista, mas lhe indicariam onde era a casa dele.
Quando chegaram na presença dele, abriram os papéis e leram os escritos, explicando-os e apresentando as suas razões, mais ou menos nesses termos: “Senhor Cadi, e senhores todos aqui presentes, pedimo-vos que escuteis as nossas palavras e lhes presteis a máxima atenção, porque tudo quanto vamos dizer é muito importante para vós; é justo e verdadeiro, isento de qualquer embuste, e útil para aqueles que o queiram pôr em prática”. E começaram a fazer uma exposição da mensagem do evangelho de Cristo, o único Salvador, demonstrando ao mesmo tempo a falsidade da lei de Maomé. Reuniu-se grande multidão de mulçumanos, que numa primeira reação se mostraram espantados, depois irritados, e finalmente furiosos. Nunca tinham ouvido semelhantes afirmações contra o Corão nem contra o Islã.
Ao ouvir este discurso inflamado, o Cadi dirigiu-se aos quatro religiosos preguntando-lhes: “Isso que estais por aí a dizer, dizei-lo com pleno conhecimento e liberdade, ou resulta de um momento de exaltação fanática, sem controlo da razão? Foi por ventura o papa ou algum rei da cristandade que vos mandou cometer semelhante loucura?”. Os religiosos responderam imediatamente: “Viemos aqui simplesmente enviados por Deus. E vós, se vos recusais a acreditar em Cristo e a receber o batismo, não tereis a vida eterna”.
Forma imediato condenados à morte, e no dia 14 de novembro de 1391 foram assassinados, despedaçados e queimados.
domingo, 13 de novembro de 2011
13 de novembro: São Diogo de Alcalá
12 de novembro: Beato João da Paz
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
11 de novembro: Beato Gabriel Ferretti
10 de novembro: Beata Ângela Salawa
terça-feira, 8 de novembro de 2011
09 de novembro: Beata Joana de Signa
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
8 de novembro: Beato João Duns Scotus
domingo, 6 de novembro de 2011
7 de novembro: Beata Elena Enselmini
sábado, 5 de novembro de 2011
06 de novembro: Beato Paulo de Santa Clara

05 de novembro: Beatos Miguel Kizamon e Lucas Kiiemon

sexta-feira, 4 de novembro de 2011
4 de novembro: São Carlos Borromeu
