sábado, 5 de novembro de 2011

06 de novembro: Beato Paulo de Santa Clara


Paulo de Santa Clara era um discípulo muito estimado do Beato Apolinário Franco, ministro provincial do Japão e chefe do grupo de mártires japoneses daquele ano. Prestou um belo serviço como catequista e em muitas outras atividades. Sob a dependência dos franciscanos trabalhou na obra de evangelização ensinando a doutrina cristã a crianças e adultos, assistindo e tratando doentes nas suas casas particulares ou nos hospitais. Estava sempre à disposição do P. Apolinário para tudo quanto dizia respeito ao apostolado ou trabalhos internos do convento, como serviço de cozinha, arranjo da sacristia e da igreja e limpeza da casa.
Esse dedicado serviçal não ocultava o desejo de vir a ser religioso franciscano. Várias vezes exprimira esse desejo ao P. Apolinário, mas por um motivo ou por outro, a data da vestição ia sempre sendo adiada. Mas os caminhos do Senhor são maravilhosos; e não tardaria a chegar para Paulo o momento tão desejado. A perseguição religiosa, como torrente devastadora, não poupava missionários nem cristãos, que, se não abjurassem, eram detidos, encarcerados e condenados à morte. Com o Beato Apolinário Franco foi preso o catequista Paulo, e conduzidos, em conjunto com outros cristãos e missionários, para a masmorra de Omura.
E foi aí, na prisão, que Paulo mais uma vez fez o pedido de ser aceito como frade franciscano. Teve aí lugar uma comovente e sugestiva cerimônia, que mesmo apenas imaginada nunca mais se esquecerá. Juntamente com o nosso catequista mais dois candidatos à vida franciscana foram admitidos ao ano de noviciado. O seu nome de religioso ficou a ser Frei Paulo de Santa Clara. Seguiu-se o ano de noviciado com programas bem definidos, como aconteceria em qualquer comunidade religiosa normal: oração em comum, recitação das horas canônicas, reza do rosário, e muita alegria no meio das dificuldades e limitações da cadeia.
O epílogo dessa vida religiosa foi o martírio. No dia 2 de setembro de 1622 foi promulgada a sentença da condenação à morte a fogo lento. Frei Paulo de Santa Clara e companheiros foram levados a Omura, onde os esperava o seu calvário. Na via-sacra da subida, foram acompanhados por um enorme cortejo, de cristãos, que os aplaudiam pela coragem, e de pagãos que os insultavam e apupavam. As chamas das fogueiras que lhes queimaram os corpos abriram-lhes as portas do céu. 

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