Filho de Martinho Bailão e de Isabel Jureba, Pascoal nasceu em Torre formosa, no reino de Aragão (Espanha), no dia de Pentecostes de 1540, 16 de maio. Desde criança deu provas inequívocas de piedade, com o amor intenso à oração e uma particular devoção à Eucaristia, que caracterizou toda a sua vida religiosa.
Nascido em um ambiente rural, passou a juventude a apascentar rebanhos, e teve de esperar muito antes de ser admitido no convento de Monforte, em Valência, junto do qual exercia o oficio de pastor, apesar de a sua vida diária ser sincronizada com a dos frades pelo toque dos sinos do convento: quando eles oravam, também ele orava, quando cantavam, ele cantava, quando celebravam funções sagradas na igreja, participava nelas em espírito.
Admitido por fim à vida franciscana, nunca passou, aos olhos do mundo, de um <<humilde irmão esmoleiro>>, modesto e serviçal. Mas por debaixo do hábito desbotado e remendado escondia-se um coração inflamado em amor para com o sacramento da Eucaristia, que para Pascoal Bailão representava o desejo mais profundo, a esperança mais consoladora e a certeza mais luminosa.
Passava em oração na igreja todo o tempo que pudesse, e o mais perto possível do sacrário. Com frequência entrava em êxtase durante a missa, no momento da consagração. A qualquer lugar aonde fosse, nas longas viagens que tinha de fazer como esmoleiro, ao entrar no povoado ou na cidade, a primeira saudação era para o hóspede divino do sacrário.
Esse fogo de amor alastrou aos irmãos do convento, ultrapassou os muros de Monforte, e ateou um incêndio em todas as regiões vizinhas. Em volta desse humilde irmão e seguindo o seu exemplo, a devoção à Eucaristia estendeu-se a toda a Espanha, despertou outras consciências e inflamou outros corações.
Favorecido com carismas místicos, com o dom dos milagres e uma sabedoria infusa, apesar de iletrado e inculto, era procurado muitas vezes por pessoas ilustres em busca de algum bom conselho, No regresso duma delicada e perigosa missão a Paris, onde foi entregar ao ministro geral da ordem importantes documentos enviados pelo seu ministro provincial, chegou a compor um pequeno livro de sentenças referentes à presença real de Jesus na Eucaristia e ao poder divino transmitido ao Romano Pontífice.
Debilitado pelas contínuas mortificações e penitências, Pascoal tinha completado 52 anos quando teve o pressentimento de que se aproximava a sua última hora. Veio a falecer no convento do Rosário de Vila Real, perto de Valência, a 17 de maio de 1592, durante a celebração da Eucaristia na igreja conventual, no momento exato da consagração. Foi enorme a afluência de gente que veio render homenagem ao humilde irmão, cuja santidade foi ilustrada com numerosos milagres. Em 1897 Leão XIII proclamou-o padroeiro das Associações e Congressos Eucarísticos.
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