sábado, 10 de março de 2012

11 de março: Beato João Batista de Fabriano

As marcas, região da Itália compreendendo várias províncias situadas a leste da Úmbria, foram um fertilíssimo viveiro de santos franciscanos. Um exemplo foi o Beato João Batista, nascido em Fabriano por volta de 1469. Dele poderia dizer-se que pertenceria a uma época históricamente e sobretudo espiritualmente diversa daquela em que viveu na realidade; apresentava características duma personagem medieval, com tudo o que de melhor se poder atribuir a este termo, no sentido de apaixonado, sincero e inflexível, sobretudo em sentido místico.
Oriundo da ilustre linhagem da família Righi, patenteou os seus nobres sentimentos pela forma de aprender e pôr em prática as orientações religiosas recebidas em família. Mas a isso acrescentou algumas características muito pessoais, como o fervor na oração e o zelo na caridade, tanto espiritual como material, típicos duma época em que a religião assumia características de entusiasmo duma aventura cavalheiresca.
Ansioso por uma vida mais perfeita, leu a vida de São Francisco, e logo reconheceu no paladino da Dama Pobreza o seu próprio ideal, que nele se foi desenvolvendo, sem que nada pudesse desviá-lo de o conseguir. Para isso professou na ordem dos frades menores, e viveu muitos anos num convento retirado, em Forano, ocultando e fogo que lhe ardia na alma sob o hábito da pobreza, humildade e obediência. A fim de subir mais um degrau na perfeição, foi viver como eremita em Massati, onde se dedicou a contemplar sobretudo a Paixão do Senhor. Foi sempre irmão notável pela sua simplicidade, embora fosse bastante culto e soubesse à maneira franciscana tirar proveito da sua cultura, adquirida na juventude e continuada mais tarde no convento. Descoberto o ideal da perfeição ao ler a biografia de São Francisco, passaria mais tarde a encontrar alimento para a vida espiritual na leitura das obras dos Padres da Igreja. Apesar da sua sólida bagagem cultural, foi sempre humilde, simples e serviçal. Nunca a cultura o afastou do próximo. Pelo contrário, parece que o ajudava a servir os outros com mais dedicação. Os talentos que o Senhor lhe entregou, fê-los render ao serviço dos mais humildes e incultos. Para si preferia a penitência e o trabalho, que o foram esgotando até a morte, ocorrida quando contava 70 anos, em 1539.

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