sexta-feira, 16 de março de 2012

15 de março: Beato André Carlos Ferrari

 
André Ferrari nasceu em Lallata, diocese de Parma, a 13 de agosto de 1850. Aos 11 anos entrou no seminário de Parma onde completou cinco anos de estudos preparatórios, três de curso médio, e quatro de estudos teológicos. Aos 23 anos foi ordenado sacerdote, no dia 20 de dezembro, comprometendo-se a ser santo para atrair almas a Cristo, e no dia seguinte, ao celebrar a missa nova no santuário mariano de Fontanellato, implorou da Virgem Maria Luz e força para vir a ser um verdadeiro pastor de almas.
Começou por prestar o seu primeiro serviço pastoral como vigário paroquial em Mariano e depois em Fornovo Taro, dando-se totalmente a todos para trazer todos a Deus. No outono de 1875 foi convidado para o seminário, como vice diretor e professor de ciências físicas e matemáticas. Dois anos mais tarde passava a ser reitor e professor de teologia. A 29 de maio de 1890 era eleito bispo de Guastalla, e exatamente uma ano depois era transferido para a diocese de Como, onde se distinguiu pelo zelo pastoral. Três anos mais tarde era nomeado cardeal, e três dias depois foi nomeado arcebispo de Milão. Foi então que acrescentou ao seu nome André o de Carlos, em honra de São Carlos Borromeu. Poucos meses passados, iniciou a primeira visita pastoral à arquidiocese – visita que repetiu mais cinco vezes, sem omitir a quase inacessíveis paróquias dos Alpes. Durante as visitas pastorais não só dirigia a palavra aos fiéis, mas também fazia exame de doutrina cristã às crianças, administrava a confirmação aos jovens, visitava os doentes e consagrava novas igrejas. Congregou por três vezes sínodos diocesanos, em 1906 reuniu um concílio juvenil, e em 1895 celebrou um Congresso Eucarístico nacional.
Também se interessou pelos problemas sociais, em sintonia com a grande encíclica Rerum Novarum de Leão XIII. No seminário instituiu um curso de economia social, sob a orientação do professor José Toniolo. Sob o seu impulso, o clero dedicou-se também com entusiasmo a obras sociais. Igualmente a imprensa católica recebeu dele notável apoio. Durante a campanha anti modernista, o cardeal, apesar da sua fidelidade às orientações da Santa Sé, foi injustamente acusado de desvios doutrinais. A sua reação limitou-se ao silêncio e à oração, esperando humildemente que passasse a hora das trevas e chegasse a hora da luz e da verdade. Durante a primeira grande guerra mundial, dedicou-se com dinamismo à caridade para com os órfãos, as viúvas, as famílias desavindas e destroçadas, os soldados, os prisioneiros e os separados da família. Dores físicas e morais levaram-no ao leito. O povo de Milão acorria ao paço episcopal para lhe ouvir a voz de exortação e receber a sua benção. A 2 de fevereiro de 1921, com 71 anos, passou serenamente aos braços do Senhor. Sempre teve em grande apreço São Francisco e o franciscanismo, apreciou a carismática figura de P. Lino Maupas e animou o P. Agostinho Gemelli na fundação da universidade católica do Sagrado Coração de Milão. Fizera-se terceiro franciscano em 30 de junho de 1876, e um ano depois professava a regra da TOF. Em 1965 foram exumados os seus restos que ainda conservavam incorruptos.

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