Maria Francisca nasceu em Ímola, (suedeste da Bolonha), a 6 de outubro de 1853, e morreu não longe de Forlívio (um pouco mais a sudeste), a 18 de junho de 1917 com quase 64 anos de idade.
Foi uma dessas pessoas que passam pela terra a deixar nela marcas do céu. A sua alma ardente não conhecia obstáculos nem admitia pausas. A sua delicada compleição física era compensada por uma rara força moral. Jovem inteligente, culta e vivaz, com qualidades que poderiam levá-la a sonhar com um futuro rico de belas perspectivas mundanas, ouviu a voz do Senhor a convidá-la a voar mais alto, e entrou no mosteiro das Clarissas de Forlívio (Forlí), para realizar o seu sonho de perfeição religiosa. O intinerário espiritual dessa frágil, mas valorosa mulher é deveras sugestivo e audaz. Quando se é conduzido por Deus, chega-se a bom porto.
O mosteiro era insalubre e necessitava de reparações urgentes. Por isso a irmã Serafina, devido à sua fragilidade, foi transferida, com um grupo de educandas necessitadas de ares mais saudáveis, para outra casa, onde passaram um proveitoso período de repouso, oração e reflexão. O senhor mostrou-lhe então a urgência em assistir, educar e formar a juventude, com frequência abandonada à dura lei da rua. E foi assim que com a aprovação das autoridades religiosas e a benção do bispo Mons. Polloni, juntamente com um grupo de generosas discípulas deu início ao Instituto das Irmãs Clarissas Missionárias Franciscanas do Santíssimo Sacramento. O instituto foi agregado a ordem dos frades menores a 28 de abril de 1904, aprovado provisoriamente por São Pio X com um decreto de louvor em maio de 1907, e depois em definitivo por Bento XV em 12 de agosto de 1915. É portanto uma congregação de direito pontifício onde as irmãs professam a regra de Santa Clara, adaptada por Constituições especiais. Baseia-se na espiritualidade franciscana, pondo em relevo certas expressões específicas: culto especial à Eucaristia, apostolado nas missões e na educação da infância e da juventude mais necessitada, vida autenticamente evangélica, testemunho visível da caridade de Cristo.
A madre Serafina de Jesus, aberta a todos os problemas, adiantou-se em relação ao seu tempo. O seu programa pode resumir-se em três palavras: alma eclesial, alma eucarística e alma educadora. Dele nasceram assim numerosos colégios e escolas que ainda hoje atendem milhares de jovens, bem como hospitais, dispensários, assistência espiritual a militares e presos, trabalho apostólico em países católicos e em terras de missão.
A sua obra continua nas diversas atividades realizadas pelas suas filhas, alimentada pela oração e pelo sacrifício, para atrair a Cristo fiéis e infiéis, a fim de que todos os glorifiquem num hino de louvor e de perfeita alegria franciscana.
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