quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

8 de dezembro: Imaculada Conceição de Maria Santíssima

O mistério da graça que Deus quis realizar em Maria, destinando-a desde a eternidade a ser a Mãe do seu Filho, vislumbra-se logo desde as primeiras páginas da Sagrada Escritura, toda ela preparação e anúncio de Jesus, e implicitamente também de Maria, como vitória suprema do amor divino sobre o mal introduzido no mundo pelo primeiro casal humano, desobedecendo ao Criador, no abuso egoísta da liberdade.
Enquanto castiga o homem ao trabalho cansativo para cultivar a terra, a mulher à tentação da concupiscência e ao parto doloroso, Deus anuncia-lhes uma descendência vitoriosa sobre Satanás, a partir duma Mulher que será a Mãe da vida, uma inimizade radical e contínua que culminará com o triunfo da estirpe dessa nova Mulher.
A Conceição Imaculada constitui o dom mais delicado e valioso de Jesus a sua Mãe. A ela aplicou o Filho de uma forma única os seus méritos de Redentor, fazendo que nem sequer por um instante ela estivesse sob o domínio de Satanás. A “inimizade” entre a descendência da serpente e a descendência da Mulher é total nesta prerrogativa. Desde sempre Maria é uma pessoa prevista e querida pela Santíssima Trindade para a Encarnação do Verbo na plenitude dos tempos. Por isso pôde ser saudada pelo anjo em nome de Deus: “Ave, ó cheia de graça”. Ela, e só ela, era realmente cheia, totalmente cheia, da graça divina.
A festa da Imaculada Conceição de Maria é particularmente querida na ordem franciscana, que a celebra como sua Padroeira. Logo que essa então simples piedosa crença apareceu no Ocidente, os franciscanos foram os seus maiores propagandistas. Secundando a terna e humaníssima devoção do pobrezinho de Assis à Virgem Maria, os doutores e teólogos franciscanos foram sempre os pioneiros na defesa da prerrogativa da Conceição Imaculada da Mãe de Jesus.
O Beato João Duns Escoto, vulgarmente conhecido pelo título de “Doutor Sutil”, também é apelidado com razão “Doutor Mariano”, precisamente pelo particular empenho, sutileza e profundidade com que defendeu este privilégio da Mãe de Deus. Maria, como qualquer outra criatura humana, foi redimida por Cristo, com a diferença de que essa redenção não consistiu em perdão de pecados, mas em preservação de pecado. Por isso ela é realmente cheia de graça.
Embora esta verdade só tenha sido proclamada como dogma de fé por Pio IX em 1854, durante muitos séculos era já uma piedosa crença aceita pela maior parte do povo de Deus. Em 1858 Maria apareceu 18 vezes a santa Bernardette em Lurdes, e confirmou a definição dogmática com estas palavras: “Eu sou a Imaculada Conceição!”.

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