À menina que nasceu a 13 de janeiro de 1812, os pais deram no batismo o nome de Ana, e na infância esforçaram-se por valorizar na filha os dons que Deus lhe deu. A fim de lhe proporcionarem uma melhor formação e mais sólida educação religiosa, aos 12 anos confiaram-na ao cuidado das irmãs dominicanas do colégio Emiliani de Fognano, onde viveu durante sete anos.
Ao regressar à casa paterna, percebeu com mais nitidez a voz do Senhor a chamá-la à vida consagrada. Contudo, antes de poder realizar o seu ideal, tem de travar uma dura batalha contra os próprios pais, que se opõem aos seus planos. Só três anos mais tarde a sua persistência consegue demovê-los. Então com a sua bênção regressa ao mosteiro de Fognano, onde, após o ano de noviciado, a 27 de setembro de 1835 emite os votos de consagração religiosa. Nessa altura muda o nome para Maria Teresa da Exaltação da Santa Cruz, um presságio da futura forma de vida a que o Senhor a chamaria.
Maria, com Jesus e José na Sagrada Família, Teresa, como Teresa de Ávila, fundadora dum novo instituto, Exaltação da Santa Cruz, em memória de Francisco, o estigmatizado do Alverne.
Foi intensa a sua atividade no mosteiro de Fognano, onde tinha um trabalho dobrado. Um encargo importante era o de acompanhar, instruir e formar, cultural e religiosamente, as jovens do colégio. Os pais das moças e as irmãs suas colegas não se cansam de elogiar a preciosa obra desempenhada por Maria Teresa como educadora e professora. Mas, além disso, desempenhou também o ofício delicado de Mestra de noviças e das jovens aspirantes à vida religiosa. Esse itinerário, maravilhoso e difícil, vai-a cada vez mais unindo a Deus e encaminhando pela vida da perfeição.
Mas havia ainda pontos menos claros na sua vida. Causava-lhe certa perturbação espiritual meditar naquela frase de Jesus: “O que fizeste, ou não fizeste, ao mais pobre dos meus irmãos, foi a mim que o fizeste ou deixaste de fazer”. É que em Fognano só se recebiam meninas de posses, e às pobres fechava-se a porta. Isto fazia-a sofrer muito. O senhor inspirou-lhe a fundação dum novo instituto onde fossem recebidas meninas pobres, abandonadas, expostas aos perigos da rua.
A fim de descobrir como realizar esse sonho e descobrir a vontade de Deus, ora, sofre, luta e pede conselho. Um precioso autógrafo do papa Pio IX de 24 de outubro de 1858 traça-lhe o caminho a seguir. Finalmente, a 16 de julho de 1871 viu realizado o seu sonho, com a fundação do instituto das irmãs da sagrada família da terceira ordem regular de São Francisco, com o fim de acolher, assistir e formar moças expostas aos perigos das ruas.
Na idade em que ordinariamente se pensa em repouso e descanso, recomeça ela uma vida ativa e dinâmica, fortalecida pelo Senhor nessa recuperação. Foram diversas as casas abertas em diversas localidades, inúmeras as meninas assistidas maternalmente, muitas as irmãs da Sagrada Família que a ajudaram nessa obra providencial. Do exemplo da Sagrada Família e de São Francisco recebeu inspiração e proteção.
No dia 27 de janeiro de 1790, com 78 anos de idade, Jesus veio chamá-la para as bodas eternas: “Tudo o que fizeste aos meus irmãos mais pequeninos considero-o como feito a mim”; “entra no gozo do teu Senhor!”. Hoje, glorificada no céu, a Madre Maria Teresa, ligada às suas filhas espirituais, continua a sua obra de assistência, enquanto elas esperam a hora da glorificação também aqui na terra da sua fundadora.
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