Francisca Xavier Cabrini, a última dum rancho de treze filhos, nasceu numa povoação da Lombardia e cresceu num saudável ambiente familiar de lavradores, onde se não faltava à participação diária na missa, o trabalho era considerado como uma benção e a caridade para com os pobres era prática habitual. Era ainda muito nova quando se inscreveu na terceira ordem franciscana secular, de cuja espiritualidade muito veio a beneficiar para o seu apostolado missionário.
Órfã de pai e mãe, de saúde bastante frágil, tentou ingressar nas filhas do sagrado coração e depois nas irmãs canossianas, mas devido à sua debilidade física não foi aceite. Então, valendo-se do diploma de professora, resolveu ocupar-se da educação de crianças órfãs. Sendo ela também órfã, débil e desamparada, quis dedicar a vida a assistir a órfãos, débeis e desamparados. Com a aprovação e benção do bispo diocesano, fundou o instituto das irmãs missionárias do Sagrado Coração de Jesus. Um outro bispo com quem ela se encontrou em Roma, convidou-a a dedicar-se ao apostolado de assistência a emigrantes italianos.
Nessa altura muitos italianos emigravam para as Américas em busca do trabalho. Partiam em manadas, à toa, e ao chegarem aos países estrangeiros, sem providências sociais nem assistência civil, caindo nas mãos de exploradores sem escrúpulos, passavam a ter uma vida desgraçada de miséria e ignorância. Ao conhecer a situação de milhares de emigrantes italianos privados de assistência material e espiritual na América do Norte, partiu para lá e instalou-se em Nova Iorque. Em ordem a esse apostolado atravessou o Atlântico 24 vezes. Assim começou por fazer seus amigos milhares e milhares de emigrantes amontoados no convés dos navios, acampados nos subúrbios das cidades, absorvidos pela exploração das fábricas, prostrados pela miséria, dispersos e abandonados em vastas zonas.
A professora enfermiça revelou uma resistência e energia indomável. Começou a recolher órfãos de emigrantes. Depois construiu o hospital Colombo em Nova Iorque, abriu uma escola em Buenos Aires, outro hospital em Chicago, sanatórios na Califórnia, hospícios em várias cidades americanas. A quem se mostrava espantado com tanta obra, respondia: “Não somos nós que fazemos isto; é Jesus!”. No entanto, a assistência material de pouco teria valido se a Madre Cabrini não tivesse sido uma autêntica mãe: se não tivesse estado ao lado dos emigrantes, dos abandonados, dos prisioneiros. Foi de verdade a “mulher forte”, admirada pelos homens mais poderosos do mundo americano. Desenvolveu uma atividade prodigiosa, deu vida e realizações imponentes.
Caiu nos braços da morte quando se encontrava em Chicago, no dia 22 de dezembro de 1917, aos 67 anos de idade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário