Nasceu na cidade de Valência a 29 de junho de 1520. Dos pais recebeu uma sólida educação cristã que favoreceu a sua natural tendência para vôos espirituais. Dotado duma requintada sensibilidade e dum temperamento de artista, valorizou essas qualidades mediante o estudo das artes, em especial da pintura e da música.
Atraído pela figura do pobrezinho de Assis, aos 17 anos nos ingressou no convento dos frades menores de Santa Maria de Jesus, em Valência, onde veio a professar a regra franciscana no primeiro domingo do Advento de 1538. Ultrapassadas as etapas preliminares e ordenado de presbítero, dedicou-se com zelo ao ministério da pregação e com prudência e discrição à direção espiritual especialmente de religiosas. Depois de haver desempenhado na província franciscana de Valência os cargos de guardião e mestre de noviços, o rei da Espanha Filipe II nomeou-o diretor espiritual do mosteiro de Santa Clara em Madrid, onde viviam religiosas clarissas pertencentes à fina flor da nobreza da cidade e da corte. De Madrid passou logo a dirigir as religiosas da Trindade em Valência e depois as clarissas de Gandia.
Durante a permanência em Madrid Nicolau esteve em íntima relação com o Beato João dos Anjos, que na obra intitulada “O triunfo do amor de Deus”, escrita em Medina em 1598, lhe chama “Santo”. E em Valência travou fraterna amizade com o dominicano São Luís Beltrão.
Profundamente impressionado com a morte desse seu santo amigo, foi atormentado até ao fim da vida pela preocupação da salvação eterna. Devido a isso, insatisfeito com o seu teor de vida, pediu licença para se recolher em conventos de retiro onde houvesse maior austeridade. Satisfizeram-lhe os desejos, mas depois de experimentar dois desses conventos quase em fins de 1583 voltou ao de Santa Maria de Jesus em Valência, onde iniciara a sua carreira religiosa, e iria terminá-la em breve.
Gozou do dom dos milagres e da profecia. Os seus biógrafos contam em pormenor maravilhosas aparições e colóquios celestes com que foi agraciado por parte de Jesus e de Maria, que lhe pôs nos braços o seu divino Filho, de São José, de São João Evangelista, e de São Francisco de Assis. Por outro lado, teve também de travar lutas renhidas com espíritos malignos que com freqüência lhe apareciam, mas que ele sempre conseguia afugentar com a oração.
Recebidos os sacramentos apropriados para a viagem final, no dia do natal de 1583, aniversário da data em que os anjos voaram do céu à terra a anunciar a paz aos homens amados por Deus, a sua alma bem-aventurada voava da terra para o céu, e entrava na paz e felicidade eterna.
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