Maria Josefa nasceu em terrola da província de Savona, região da Ligúria, a 27 de maio de 1811. Foi a quarta filha de uma família numerosa e pobre de recursos materiais, pois os pais eram modestos fabricantes de olaria, mas ricos de fé e piedade. Também ela aprendeu a modelar o barro e a tomar conta dos irmãos mais novos, para a mãe se poder dedicar ao trabalho artesanal.
Desde a infância manifestou amor ao estudo, caridade para com os pobres e sobretudo profunda devoção ao Crucificado e à Santíssima Virgem. Mal se inscreveu na ordem terceira, começou a sentir no coração o desejo de uma vida mais perfeita, que lhe permitisse mais facilmente chegar à santidade. Aos 19 anos entrou numa família senhorial de Savona, mais como filha adotiva do casal sem filhos do que como doméstica, para assistir ao patrão na doença que o prostara. Durante os sete anos de permanência nessa casa, a sua conduta despertou a simpatia e admiração tanto dos patrões como da criadagem. Quando a senhora enviuvou e lhe propôs que continuasse com ele, prometendo fazê-la sua herdeira, ela recusou. Sentia-se chamada a outra vocação, e pediu para ser admitida num instituto de caridade como irmã. Tal pedido, porém foi recusado, por ela não apresentar o dote requerido.
Os anos seguintes foram para ela de duras provações: a morte da mãe, dum irmão, da irmã Josefina de 17 anos, e finalmente do pai. Viu-se assim obrigada a ser o suporte principal da família. O bispo da diocese propôs-lhe a fundação de um instituto para se dedicar à juventude feminina. Ela aceitou. As três primeiras vocações tiveram como sede uma modesta casa alugada. A fundação tem a data de 10 de agosto de 1837, e no dia 22 de outubro desse ano teve lugar a primeira tomada de hábito das irmãs da nova congregação das filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, de que Maria Josefa foi fundadora e a primeira Madre. O objetivo da fundação era dedicar-se à instrução e educação de meninas pobres e a assistência a doentes.
Sob a sua direção a obra difundiu-se amplamente, e para além da sua finalidade específica, colaborou no resgate de escravos africanos, abrindo as portas para acolher também meninas negras. Uma característica que sempre a distinguiu foi a ilimitada confiança na Providência, no patrocínio de São José e no espírito de iniciativa. Terminou a sua laboriosa e fecunda carreira terrestre com 69 anos, a 7 de dezembro de 1880, na casa mãe em Savona. Nessa altura o instituto já contava com 65 casas e várias centenas de irmãs.
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