Gerardo Cagnoli nasceu em Valença do Pó, no Piemonte italiano, cerca de 1270. Após a morte da mãe, ocorrida em 1290, e sem pai, que já falecera anteriormente, abandonou o mundo e fez-se peregrino, mendigando o sustento e visitando santuários.
Impressionado pela fama de santidade do franciscano S. Luís de Anjou, bispo de Tolosa, ingressou na Ordem dos Frades Menores num convento da Sicília, onde fez o noviciado e viveu depois algum tempo. Depois foi transferido para outro convento na capital, para desempenhar o ofício de porteiro, e ali permaneceu até a morte, objeto de admiração tanto por parte dos confrades como dos fiéis pela sua vida exemplar.
Junto da porta do convento plantou um cipreste e montou um pequeno altar em honra de Maria e de S. Luís de Anjou, de quem era muito devoto, e encarregou-se de ali ter sempre acesa uma lamparina de azeite. Quando acontecia virem ter com ele doentes a suplicarem a sua intercessão, ensopava nesse azeite um raminho de cipreste e aspergia o enfermo, depois de lhe ter dirigido palavras de consolação. Na aspersão usava a seguinte fórmula: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, pela intercessão da Virgem Maria, de S. Francisco e de S. Luís, fica livre dessa doença”. E os milagres de cura eram freqüentes.
Certo Magistrado de justiça do rei foi acometido de grave enfermidade, a ponto de não haver esperança de cura. Com último recurso chamaram Frei Gerardo, que consolou o doente com palavras de esperança e se prostrou em profunda e silenciosa oração. Dentro de poucos instantes o doente conseguiu levantar-se do leito, completamente restabelecido. Dormia poucas horas por noite, usando por colchão umas simples tábuas, mortificava o corpo, vivia em contínua oração e íntima união com Deus. Tal era o seu teor de vida.
Tinha passado mais de 30 anos na ordem franciscana, quando na festa de S. João Evangelista de 1345 lhe apareceu a Virgem e lhe assegurou que dentro de dias iria encontrar-se com ela no céu. Gerardo ficou contentíssimo com a notícia, recebeu devotamente os sacramentos e adormeceu serenamente no sono dos justos. Contava 75 anos. O seu sepulcro tornou-se meta de peregrinação de muitos devotos que a ele acorriam, num culto ininterrupto. Os seus despojos mortais repousam na igreja de S. Francisco em Palermo, a poucos passos da porta do convento que por longos anos foi testemunha da sua santidade.
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